Prof. Dílson Catarino - Análise Sintática

 O princípio é o verbo.


Essa é a premissa fundamental da sintaxe, que é a parte da gramática que estuda as palavras enquanto elementos de uma frase, as suas relações de concordância, de subordinação e de ordem. Significa que, ao se realizar a análise sintática de uma oração, sempre se inicia pelo verbo. É a partir dele que se descobre qual o sujeito da oração, se há a indicação de qualidade, estado ou modo de ser do sujeito, se ele pratica uma ação ou se a sofre, se há complemento verbal, se há circunstância, etc.


 


Nem sempre o verbo se apresenta sozinho em uma oração. Em muitos casos, surgem dois ou mais verbos, juntos, para indicar que se pratica ou se sofre uma ação, ou que o sujeito possui uma qualidade. A essa junção, dá-se o nome de locução verbal ou tempo composto. Toda locução verbal ou tempo composto é formada por um verbo auxiliar (ou mais de um) e um verbo principal (somente um).


 


O verbo auxiliar é o que se relaciona com o sujeito, por isso concorda com este, ou seja, se o sujeito estiver no singular, o verbo auxiliar também ficará no singular; se o sujeito estiver no plural, o verbo auxiliar também ficará no plural. Na Língua Portuguesa os verbos auxiliares são os seguintes: ser, estar, ter, haver, dever, poder, dentre outros.


 


O verbo principal é o que indica se o sujeito possui uma qualidade, se ele pratica uma ação ou se a sofre. É o mais importante da locução. Na Língua Portuguesa, o verbo principal surge sempre no infinitivo (terminado em –ar, -er, ou –ir), no gerúndio (terminado em –ndo) ou no particípio (terminado em –ado ou –ido, dentre outras terminações).


 


Veja alguns exemplos de locuções verbais:


 


– Os funcionários FORAM CONVOCADOS pelo diretor. (aux.: SER; princ.: CONVOCAR)


– Neste momento, os estudantes ESTÃO RESPONDENDO às questões. (aux.: ESTAR; princ.: RESPONDER)


– Os trabalhadores TÊM ENFRENTADO muitos problemas. (aux.: TER; princ.: ENFRENTAR)


– O vereador HAVIA DENUNCIADO seus companheiros. (aux.: HAVER; princ.: DENUNCIAR)


– Os alunos DEVEM ESTUDAR todos os dias. (aux.: DEVER; princ.: ESTUDAR)


– Os professores PODEM PERMITIR que os alunos saiam da sala. (aux.: PODER; princ.: PERMITIR)


 


Encontrado o verbo ou a locução verbal, deve-se perguntar a ele – ou a ela – quem é o sujeito. A pergunta é esta:


Que(m) é que VERBO?

Se for verbo de ação: Que(m) é que pratica ou sofre a ação?

Se for verbo de ligação: Que(m) é que tem a qualidade?


Por exemplo:


Os concurseiros esforçados sempre conseguem seu intento.

O princípio é o verbo: conseguir


Pergunta-se a ele quem é o sujeito: Quem é que consegue?


Resposta: Os concurseiros esforçados. Esse é o sujeito da oração.


————————————————


Depois de encontrado o sujeito, passa-se a analisar a predicação do verbo, usando-se o seguinte raciocínio:


1- Se o verbo somente indicar qualidade do sujeito sem que este pratique ação nem participe ativamente de um fato, será classificado de verbo de ligação (ou verbo copulativo). A qualidade será denominada de predicativo do sujeito.


Os mais comuns verbos de ligação ou copulativos são “ser, estar, parecer, ficar, permanecer, continuar, andar, tornar-se, virar”


Não se esqueça de que só será verbo de ligação aquele que tão somente indicar qualidade, sem ação nem fato:


As aulas são fáceis demais.

Os congressistas permaneceram calados durante a palestra.

2- Se o verbo indicar ação ou fato ativo, use esta tabela:


A) Quem (VERBO) (VERBO)


B) Quem (VERBO) VERBO) algo ou alguém


C) Quem (VERBO) (VERBO) /preposição/ algo ou alguém


D) Quem (VERBO) (VERBO) algo /preposição/ alguém


No lugar de “Quem” pode haver “Aquilo que”.

—————————————


A) Quem (VERBO) (VERBO)


Todo verbo indicador de ação ou fato ativo que se encaixar nesta tabela será classificado de VERBO INTRANSITIVO.


O vocábulo “transitivo” provém do latim e significa “passar de um lugar a outro”. Intransitivo, portanto, é aquele verbo cuja ação não passa dele, ou seja, não há complemento verbal. Por exemplo:


Quem morre, morre.


Quem anda, anda.


B) Quem (VERBO) VERBO) algo ou alguém


Todo verbo indicador de ação ou fato ativo que se encaixar nesta tabela será classificado de VERBO TRANSITIVO DIRETO.


O vocábulo “transitivo” provém do latim e significa “passar de um lugar a outro”. Transitivo, portanto, é aquele verbo cuja ação passa dele, ou seja, há complemento verbal.


O complemento do verbo transitivo direto – o OBJETO DIRETO – é o elemento paciente, ou seja, o que sofre a ação praticada pelo sujeito.


A ligação entre o verbo transitivo direto e o seu complemento se faz diretamente, ou seja, sem intermédio de preposição.


Por exemplo:


Quem compra, compra algo.


Quem conhece, conhece alguém.


Aquilo que prejudica, prejudica alguém.


C) Quem (VERBO) (VERBO) /preposição/ algo ou alguém


Todo verbo indicador de ação ou fato ativo que se encaixar nesta tabela será classificado de VERBO TRANSITIVO INDIRETO.


O vocábulo “transitivo” provém do latim e significa “passar de um lugar a outro”. Transitivo, portanto, é aquele verbo cuja ação passa dele, ou seja, há complemento verbal. A palavra transitivo é da mesma família de trânsito.


O complemento do verbo transitivo direto – o OBJETO INDIRETO – é o elemento destinatário, ou seja, a quem a ação praticada pelo sujeito é destinada.


A ligação entre o verbo transitivo indireto e o seu complemento – o OBJETO INDIRETO – se faz indiretamente, ou seja, com preposição.


As preposições mais comuns são estas: a, de, em, com, por, para, contra, etc.


Por exemplo:


Quem obedece, obedece a algo ou a alguém


Quem precisa, precisa de algo ou de alguém


Quem luta, luta contra algo ou contra alguém


Obs.: Deve-se tomar cuidado com os verbos indicadores de movimento (IR, VIR, VOLTAR, CHEGAR, CAIR, COMPARECER). São VERBOS INTRANSITIVOS, apesar de haver constantemente a circunstância de destino ou a de procedência (ou ainda a de meio). Essas circunstâncias são adjuntos adverbiais de lugar. Por exemplo:


Saudades de quando ia ao cinema toda semana!


Ir: Verbo intransitivo


ao cinema: adjunto adverbial de lugar


D) Quem (VERBO) (VERBO) algo /preposição/ alguém


Todo verbo indicador de ação ou fato ativo que se encaixar nesta tabela será classificado de VERBO TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO ou BITRANSITIVO.


O vocábulo “transitivo” provém do latim e significa “passar de um lugar a outro”. Transitivo, portanto, é aquele verbo cuja ação passa dele, ou seja, há complemento verbal.


O verbo transitivo direto e indireto tem dois complementos: o OBJETO DIRETO (elemento paciente) e o OBJETO INDIRETO (elemento destinatário).


As preposições mais comuns são estas: a, de, em, com, por, para, contra, etc.


Por exemplo:


Quem informa, informa algo a alguém


Quem mostra, mostra algo a alguém.


Obs.: Deve-se tomar cuidado com a indicação de POSSE, porque, por haver dois elementos (ALGO DE ALGUÉM), pode haver a análise equivocada de um verbo bitransitivo. Por exemplo:


Beijo os pés de minha amada!

Aparentemente, há um verbo bitransitivo, pois há dois termos na oração: um sem preposição (os pés); outro com preposição (de minha amada).


Observe, porém, que há elemento paciente, mas não há destinatário, porque a amada é possuidora dos pés.


Sempre que houver a indicação de posse (ALGO DE ALGUÉM), esse “grupo” formará a mesma função sintática, “algo” será o núcleo dela e “de alguém”, ADJUNTO ADNOMINAL indicador de posse. Não haverá, portanto, objeto indireto, e sim adjunto adnominal.


Esse adjunto adnominal pode ser representado por substantivo ou por pronome. Pode haver pronome oblíquo tônico (dele, dela…), pronome de tratamento (de você, de Vossa Senhoria, de Vossa Excelência…), pronome possessivo (meu, minha, seu, sua…) ou pronome oblíquo átono (me, te, lhe, nos, vos, lhes).


Beijo os pés de minha amada!

Beijo os pés dela!

Beijo os seus pés!

Beijo-lhe os pés!

 


Encontrado o verbo ou a locução verbal, deve-se perguntar a ele – ou a ela – quem é o sujeito. A pergunta é esta:


Que(m) é que VERBO?


Por exemplo:


Os concurseiros esforçados sempre conseguem seu intento.

O princípio é o verbo: conseguir


Pergunta-se a ele quem é o sujeito: Quem é que consegue?


Resposta: Os concurseiros esforçados. Esse é o sujeito da oração.


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Depois de encontrado o sujeito, passa-se a analisar a predicação do verbo, usando-se o seguinte raciocínio:


1- Se o verbo somente indicar qualidade do sujeito sem que este pratique ação nem participe ativamente de um fato, será classificado de verbo de ligação (ou verbo copulativo). A qualidade será denominada de predicativo do sujeito.


Os mais comuns verbos de ligação ou copulativos são “ser, estar, parecer, ficar, permanecer, continuar, andar.”


Não se esqueça de que só será verbo de ligação aquele que tão somente indicar qualidade, sem ação nem fato:


As aulas são fáceis demais.

Os congressistas permaneceram calados durante a palestra.

2- Se o verbo indicar ação ou fato ativo, use esta tabela:


A) Quem (VERBO) (VERBO)


B) Quem (VERBO) VERBO) algo ou alguém


C) Quem (VERBO) (VERBO) /preposição/ algo ou alguém


D) Quem (VERBO) (VERBO) algo /preposição/ alguém


No lugar de “Quem” pode haver “Aquilo que”.

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A) Quem (VERBO) (VERBO)


Todo verbo indicador de ação ou fato ativo que se encaixar nesta tabela será classificado de VERBO INTRANSITIVO.


O vocábulo “transitivo” provém do latim e significa “passar de um lugar a outro”. Intransitivo, portanto, é aquele verbo cuja ação não passa dele, ou seja, não há complemento verbal. Por exemplo:


Quem morre, morre.


Quem anda, anda.


B) Quem (VERBO) VERBO) algo ou alguém


Todo verbo indicador de ação ou fato ativo que se encaixar nesta tabela será classificado de VERBO TRANSITIVO DIRETO.


O vocábulo “transitivo” provém do latim e significa “passar de um lugar a outro”. Transitivo, portanto, é aquele verbo cuja ação passa dele, ou seja, há complemento verbal.


O complemento do verbo transitivo direto – o OBJETO DIRETO – é o elemento paciente, ou seja, o que sofre a ação praticada pelo sujeito.


A ligação entre o verbo transitivo direto e o seu complemento se faz diretamente, ou seja, sem intermédio de preposição.


Por exemplo:


Quem compra, compra algo.


Quem conhece, conhece alguém.


Aquilo que prejudica, prejudica alguém.


C) Quem (VERBO) (VERBO) /preposição/ algo ou alguém


Todo verbo indicador de ação ou fato ativo que se encaixar nesta tabela será classificado de VERBO TRANSITIVO INDIRETO.


O vocábulo “transitivo” provém do latim e significa “passar de um lugar a outro”. Transitivo, portanto, é aquele verbo cuja ação passa dele, ou seja, há complemento verbal.


O complemento do verbo transitivo direto – o OBJETO INDIRETO – é o elemento destinatário, ou seja, a quem a ação praticada pelo sujeito é destinada.


A ligação entre o verbo transitivo indireto e o seu complemento – o OBJETO INDIRETO – se faz indiretamente, ou seja, com preposição.


As preposições mais comuns são estas: a, de, em, com, por, para, contra, etc.


Por exemplo:


Quem obedece, obedece a algo ou a alguém


Quem precisa, precisa de algo ou de alguém


Quem luta, luta contra algo ou contra alguém


Obs.: Deve-se tomar cuidado com os verbos indicadores de movimento (IR, VIR, VOLTAR, CHEGAR, CAIR, COMPARECER). São VERBOS INTRANSITIVOS, apesar de haver constantemente a circunstância de destino ou a de procedência (ou ainda a de meio). Essas circunstâncias são adjuntos adverbiais de lugar. Por exemplo:


Saudades de quando ia ao cinema toda semana!


Ir: Verbo intransitivo


ao cinema: adjunto adverbial de lugar


D) Quem (VERBO) (VERBO) algo /preposição/ alguém


Todo verbo indicador de ação ou fato ativo que se encaixar nesta tabela será classificado de VERBO TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO ou BITRANSITIVO.


O vocábulo “transitivo” provém do latim e significa “passar de um lugar a outro”. Transitivo, portanto, é aquele verbo cuja ação passa dele, ou seja, há complemento verbal.


O verbo transitivo direto e indireto tem dois complementos: o OBJETO DIRETO (elemento paciente) e o OBJETO INDIRETO (elemento destinatário).


As preposições mais comuns são estas: a, de, em, com, por, para, contra, etc.


Por exemplo:


Quem informa, informa algo a alguém


Quem mostra, mostra algo a alguém.


Obs.: Deve-se tomar cuidado com a indicação de POSSE, porque, por haver dois elementos (ALGO DE ALGUÉM), pode haver a análise equivocada de um verbo bitransitivo. Por exemplo:


Beijo os pés de minha amada!

Aparentemente, há um verbo bitransitivo, pois há dois termos na oração: um sem preposição (os pés); outro com preposição (de minha amada).


Observe, porém, que há elemento paciente, mas não há destinatário, porque a amada é possuidora dos pés.


Sempre que houver a indicação de posse (ALGO DE ALGUÉM), esse “grupo” formará a mesma função sintática, “algo” será o núcleo dela e “de alguém”, ADJUNTO ADNOMINAL indicador de posse. Não haverá, portanto, objeto indireto, e sim adjunto adnominal.


Esse adjunto adnominal pode ser representado por substantivo ou por pronome. Pode haver pronome oblíquo tônico (dele, dela…), pronome de tratamento (de você…), pronome possessivo (meu, minha, seu, sua…) ou pronome oblíquo átono (me, te, lhe, nos, vos, lhes).


Beijo os pés de minha amada!

Beijo os pés dela!

Beijo os seus pés!

Beijo-lhe os pés!

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A base do texto está pronta.


Agora, é a hora dos ADJUNTOS ADVERBIAIS, representados ou não por advérbios, locuções adverbiais ou orações subordinadas adverbiais. São os termos que indicam as circunstâncias que estão ao redor do verbo, dos adjetivos e dos próprios advérbios (ou adjuntos adverbiais). Quando se relaciona a uma oração inteira, expressa o parecer de quem fala. As principais circunstâncias são estas:


Afirmação, negação, dúvida, lugar, tempo, intensidade, modo, assunto, causa, companhia, concessão, condição, conformidade, finalidade, matéria, meio, oposição, preço, etc.

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