Prof. Dílson Catarino - Verbos Transitivos Diretos e Indiretos

Transitivos diretos e indiretos são os verbos que possuem os dois complementos – objeto direto e objeto indireto.


 



Chamar:


Será VTDI, com a prep. a, quando significar repreender.


 


– Chamei os meninos à atenção, pois estavam conversando durante a aula.


– Chamei-os à atenção.


Observe que a pessoa é substituída por o, a, os, as.


 


Obs.: A expressão Chamar a atenção de alguém não significa repreender, apesar de ser muito usado no Brasil com esse significado, e sim fazer ser notado. Por exemplo:


 


– O cartaz chamava a atenção de todos que por ali passavam.


 



Implicar:


Será VTDI, com a prep. em, quando significar envolver alguém em algo, comprometer. É o único sentido de implicar no qual haverá o uso da preposição em.


 


– Implicaram o advogado em negócios ilícitos.


– Implicaram-no em negócios ilícitos.


Observe que a pessoa é substituída por o, a, os, as. Como o verbo termina em M, os pronomes são modificados para no, na, nos, nas.


 



Custar:


Será VTDI, com a prep. a, quando significar causar esforço ou transtorno, exigir.


 


– Sua irresponsabilidade custou sofrimento a toda a família.


 



Agradecer, Pagar e Perdoar:


São VTDIs, com a prep. a. O objeto direto sempre será a coisa, e o objeto indireto, a pessoa, física ou jurídica.


 


– Agradeci à garota o convite.


– Paguei a conta ao Banco.


– Perdoo os erros ao amigo.


 


Os verbos pagar e perdoar podem ser usados na voz passiva, mesmo que o complemento seja uma pessoa, ou seja, mesmo que o verbo seja somente transitivo indireto:


 


– Ela jamais será perdoada pelo marido.


– Essa empresa não será paga nunca!


 



Pedir:


É VTDI, com a prep. a. A frase deve ser sintaticamente estruturada assim: Quem pede, pede algo a/para alguém ou Quem pede, pede que alguém faça algo. É inadequado ao padrão culto da língua dizer “Pedir para que alguém faça algo”.


Em orações em que haja “pedir para fazer algo” está implícito o substantivo “autorização“, e similares, como licença, permissão ou vênia.


 


– Pedimos a todos que trouxessem os livros.


– Pedimos que todos trouxessem os livros.


– Pedimos para sair mais cedo. (Nessa oração há implícito o substantivo “permissão”: Pedimos permissão para sair). Trata-se de uma oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo, que pode ser desenvolvida: Pedimos para que saíssemos mais cedo.


 



Preferir:


É VTDI, com a prep. a. Não admite ênfase, como mais, muito mais, mil vezes, um milhão de vezes. É frequente o uso desse verbo para fazer uma espécie de comparação, como se preferir fosse 'gostar mais de algo', o que é gramaticalmente incorreto, apesar de a literatura registrar esse uso. Na verdade, 'preferir' é escolher, pôr alguma coisa antes de outra. O objeto direto representa o que se escolhe e o indireto, o que se deixa em segundo plano.


 


– Prefiro estar só a ficar mal acompanhado.


– Prefiro caminhada a natação.


– Prefiro a caminhada à natação.


 


Observe essas duas últimas orações. Quando o primeiro elemento – aquele que se escolhe – não estiver definido pelo artigo, o segundo – aquele que se deixa em segundo plano – também não o será (Prefiro caminhada a natação). Se o primeiro estiver definido, o segundo também o será (Prefiro a caminhada à natação). Caso haja os artigos, se o segundo elemento for feminino, ocorrerá a crase, como aconteceu no exemplo dado. 


 



Avisar, advertir, certificar, cientificar, comunicar, informar, lembrar, noticiar, notificar, prevenir:


São VTDI, admitindo duas construções: Quem informa, informa algo a alguém / Quem informa, informa alguém de algo.


 


– Advertimos aos usuários que não nos responsabilizamos por furtos ou roubos.


– Advertimos-lhes que não nos responsabilizamos por furtos ou roubos.


– Advertimos os usuários de que não nos responsabilizamos por furtos ou roubos.


– Advertimo-los de que não nos responsabilizamos por furtos ou roubos.


Observe que, quando se usar a expressão “informar algo a alguém” a pessoa deverá ser substituída por lhe, e quando se usar a expressão “informar alguém de algo” a pessoa deverá ser substituída por o, a, os, as. A construção 'informar alguém sobre algo' surgiu por associação com o verbo 'falar' (sobre, a respeito de), no qual o termo seguinte é adjunto adverbial de assunto e não objeto indireto.


 



Quando houver um verbo transitivo direto e indireto, com a prep. a, seguido de um substantivo feminino, que exija o artigo a, ocorrerá o fenômeno denominado crase, que deve ser caracterizado pelo acento grave (à ou às).


 


– Advertimos às alunas que não poderiam usar a sala fora do horário de aula.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Menu Sky em 2007 (1)

Globo - programação: semana de 05 a 11/07/2003

Sessão Especial - lista de filmes