Diferença entre Missa e Celebração da Palavra

 A Santa Missa é um ato solene em que os cristãos católicos celebram o sacrifício que Jesus Cristo fez pela humanidade na cruz, recordando a última ceia. É a pura adoração a Deus. 


“Depois que o Concílio Vaticano II, a partir de um convite de uma Igreja Ministerial, e na ausência de muitos sacerdotes que cuidam da vida de comunidades cristãs em diversas partes do nosso mundo, a celebração da Palavra voltou a ser inserida para que o povo de Deus não ficasse privado nem da meditação da Palavra de Deus e nem da comunhão, previamente consagrada em uma Santa Missa”, explicou Pe. Welinton Silva, Missionário Redentorista.


Não devemos confundir a Celebração da Palavra, mesmo com a distribuição da Comunhão, com a Santa Missa. De acordo com o padre, existem diferenças marcantes entre as duas celebrações. “Na celebração da Palavra, primeiro, há a ausência de um sacerdote, ou de um bispo, que são ministros ordinários para presidir o santo sacrifício da missa. A Celebração da Palavra é presidida por um diácono ou ministro da Eucaristia, devidamente preparado para presidir a celebração àquela comunidade”, pontuou.



A Celebração da Palavra não substitui a Santa Missa, mas é a saída em algumas situações. “Mais de 70% das comunidades católicas sobrevivem não de Santa Missa diária ou aos domingos, mas da celebração da Palavra. Isso se dá, infelizmente pela ausência que temos de vocações e sacerdotes suficientes para ocuparem a frente de todas as comunidades que pendem uma Santa Missa aos domingos ou durante a semana. As nossas comunidades têm uma vida e uma fortaleza muito grande a partir do vigor que trazem pela fé em Jesus Cristo e na Sua Palavra”, concluiu Pe. Welinton.

O QUE É A SANTA MISSA? Qual é –,  se é que existe –, a diferença fundamental entre a Celebração da Palavra e a Celebração da própria Missa?


Duas questões. Resumidamente, poderíamos responder à primeira pergunta acertadamente dizendo que a Santa Missa é, em suma e por excelência, “a Renovação incruenta do Sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo na Cruz do Calvário”. Interessante observar o sentido da palavra “Renovação”, neste contexto: note-se que não é sinônimo de "repetição". Não se trata de realizar um outro sacrifício, mas sim renovar o mesmo e único Sacrifício salvador, e que foi oferecido pelo Cristo há quase 2000 anos. Ou seja, Nosso Salvador não morre uma outra vez na Cruz, e sim torna-se Presente neste grande Mistério, oferecido pelo sacerdote que age “in persona Christi”. Esta expressão em latim quer dizer que é sempre Cristo Quem age, sendo o homem apenas um instrumento. Da mesma maneira como em todos os Sacramentos da Igreja, quem consagra é Cristo, por meio do sacerdote. O Sujeito da ação sagrada é Cristo, a divina Pessoa que reúne em Si o Céu e a Terra.


Outra palavra importante nesta expressão é: “incruenta”. Há dois milênios, este mesmo Sacrifício redentor foi oferecido por Jesus Cristo na Cruz de maneira cruenta, isto é, com dor, sofrimento extremo e derramamento de sangue. Hoje, testemunhamos (ó, Maravilha das maravilhas!) este mesmo Sacrifício, porém não vemos dor nem sofrimento, nem derramamento de sangue. Pois bem, temos aqui a definição do que é a própria essência da Santa Missa.


Por outro lado, completam a estrutura fundamental da Santa Missa duas grandes partes que a integram e são necessárias para compô-la: a Liturgia da Palavra e a Liturgia Eucarística. 


A Liturgia da Palavra é composta, nos domingos e Solenidades, por: Primeira Leitura, Salmo Responsorial, Segunda Leitura (nos domingos e solenidades), Sequência (quando prescrita), Aclamação ao Evangelho, Proclamação do Evangelho, Homilia, Profissão de Fé e Oração dos Fiéis (Oração Universal).



A Liturgia Eucarística é composta, basicamente, por:

1ª parte - Preparação das Oferendas: Canto / Procissão das Oferendas, Preparação do Altar, Coleta, Lavar as Mãos, Orai Irmãos e Irmãs e Oração Sobre as Oferendas

2ª parte - Oração Eucarística (Anáfora): Diálogo Inicial, Prefácio, Santo, Invocação do Espírito Santo (Epiclese), Narrativa da Instituição e Consagração, Lembrança da Morte e Ressurreição de Jesus (Anamnese), Oblação ou Ofertório, Segunda Epiclese, Orações pela Igreja (Intercessões) e Doxologia Final (Por Cristo, com Cristo, em Cristo...)

3ª parte - Rito da Comunhão: Pai Nosso, Embolismo*, Doxologia, Oração da Paz, Abraço da Paz, Fração do Pão, Cordeiro de Deus, Convite à Comunhão: Felizes os Convidados (Apresentação), Resposta da Assembleia (Senhor, eu não sou digno/a...), Canto / Distribuição da Comunhão, Ação de Graças, Interiorização (muito importante), Purificação dos Vasos Sagrados e Oração Depois da Comunhão


Não há nenhuma dúvida de que as duas partes descritas acima são importantes, pois, para que haja a Santa Missa propriamente dita, são necessárias essas duas grandes partes. Serão, entretanto, igualmente importantes?


Os termos corretos já denotam semelhança e, ao mesmo tempo, evidenciam uma grande diferença entre uma coisa e outra: “Celebração da Palavra” e “Comunhão Eucarística”. Na Santa Missa, a Celebração da Palavra serve como preparação para o grande auge, fundamento e sentido não só de toda aquela Celebração, mas também de toda a vida da Igreja e de cada cristão: a Comunhão com Cristo, que se dá na sua forma mais íntima e sagrada quando nos alimentamos do Pão do Céu, que é o próprio Cristo Jesus.


Em outras palavras, na Santa Missa há a Oferta de todas as ofertas (a vida de cada um de nós deve ser uma oferta agradável a Deus), há uma Vítima que se entrega, há o Sacrifício que nos salva do Pecado, da Morte e do Inferno onde Deus é ausente. No momento da Consagração, pão e vinho se transubstanciam, respectivamente, no Corpo e Sangue de Deus-Conosco. Diz o Catecismo da Igreja Católica (CIC):


“[A Eucaristia é a] Fonte e o Ápice de toda a vida cristã. Na Eucaristia, atingem o seu clímax a Ação santificante de Deus para conosco e o nosso culto para com Ele. Nela, o Senhor encerra todo o bem espiritual da Igreja: o mesmo Cristo, nossa Páscoa. A Comunhão da Vida Divina e a unidade do Povo de Deus são expressas e realizadas pela Eucaristia. Mediante a Celebração Eucarística, já nos unimos à liturgia do Céu e antecipamos a vida eterna.”


Por mais que tentemos, do Santíssimo Corpo de Nosso Senhor, que por Maravilha divina, inefável e incompreensível, podemos tocar e que nos alimenta para a vida eterna, nunca diremos o bastante. Não há milagre que se equipare a este, e no entanto nos deparamos com ele em cada celebração da Santa Missa.


Diz ainda a instrução do Catecismo que a Eucaristia é a excelência e a perfeição de todos Sacramentos; pois apesar das maravilhas que os outros Sacramentos produzem na alma, todos eles são instrumentos usados por Deus para nos dar a sua Graça. Na Sagrada Eucaristia, entretanto, não temos um instrumento que nos comunica a Graça Divina, e sim o próprio Autor da Graça, Jesus Cristo, real e verdadeiramente Presente, faz-se Alimento para a nossa salvação(!).



* * *


Assim, resumindo toda a questão, a importância da Celebração da Palavra vem justamente daquilo que lhe segue e para o que ela é preparação: a Liturgia Eucarística, que é o centro, o auge, o sentido e o fundamento de toda a Missa. A Eucaristia, mesmo sem a Celebração da Palavra, continuaria sendo para nós o maior de todos os Dons de Deus. A Celebração da Palavra, sem a Eucaristia, perderia a sua razão de ser.


As duas etapas da Missa são, juntas, importantes, exatamente porque juntas a compõem e, neste sentido, não haveria a celebração própria da Missa sem esses dois componentes. Poderíamos, então –, dentro deste sentido restrito e específico –, dizer que são igualmente importantes (para haver a Missa íntegra), Celebração da Palavra e Liturgia Eucarística. Todavia a importância da Mesa Eucarística é infinitamente maior e mais alta, porque é verdadeiramente o sentido, o fim e a realização, não só da Missa como também da nossa fé e de e toda a nossa vida enquanto seres espirituais que somos.


Aqui chegamos à diferença entre Santa Missa e Celebração da Palavra. Daí já percebemos a semelhança, porém, também a grande diferença. Que é composta da Liturgia da Palavra e uma pequena parte da Liturgia Eucarística, a saber: Oração do Pai Nosso, Abraço da Paz, Apresentação (Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo…), Comunhão Eucarística, Ação de Graças e Oração Pós-Comunhão. Interessante ter consciência de que há pequenos e por vezes despercebidos elementos que fazem total diferença entre um e outro.



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1. Embolismo é o desenvolvimento da última petição da oração dominical; nele se pede para toda a comunidade dos fiéis a libertação do poder do mal

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