Prof. Dílson Catarino - Emprego do Apóstrofo
São os seguintes os casos de emprego do apóstrofo:
1) Usa-se o apóstrofo, facultativamente, para indicar contração ou aglutinação entre uma preposição e um elemento, quando este pertencer propriamente a um conjunto vocabular distinto:
– A leitura d’Os Lusíadas e d’Os Sertões leva a reflexões profundas.
– N’Os Lusíadas encontra-se a história da navegação de Vasco da Gama ao Oriente.
– Troquei Crime e Castigo pel’Os Sertões.
Pode-se também escrever sem o apóstrofo, com a preposição íntegra:
– A leitura de Os Lusíadas e de Os Sertões leva a reflexões profundas.
– Em Os Lusíadas encontra-se a história da navegação de Vasco da Gama ao Oriente.
– Troquei Crime e Castigo por Os Sertões.
Obs.: Em combinações da preposição a com palavras pertencentes a conjuntos vocabulares imediatos não há o uso do apóstrofo:
– A importância atribuída a A Relíquia é exagerada.
– Quando me refiro a O Estado de S. Paulo falo do jornal, não do Estado propriamente dito.
A leitura, porém, deve ser feita como se houvesse a combinação gráfica: à, ao.
2) Usa-se o apóstrofo, facultativamente, para separar uma contração ou aglutinação vocabular, quando o elemento for forma pronominal aplicável a Deus, a Jesus, à mãe de Jesus, à Providência, etc. e se lhe quer dar realce com o uso de maiúscula:
– Não se discutem os milagres d’Ele.
– A fé n’Ele me alimenta o espírito.
– Confiemos n’Aquele que nos deu a vida.
– Está n’Ela a nossa esperança.
Em combinações com a preposição a não há o uso do apóstrofo:
– Rezemos a Aquela que nos protege.
– Obedeçamos a Aquele que nos deu a vida.
A leitura, porém, deve ser feita como se houvesse a combinação gráfica: àquele, àquela.
3) Emprega-se o apóstrofo, facultativamente, nas ligações das formas santo e santa, quando importa representar a eliminação das vogais finais o e a: Sant’Ana, Sant’Iago.
Pode-se escrever também sem o apóstrofo: Santa Ana, Santo Tiago.
Se tais ligações se tornarem perfeitas unidades mórficas, aglutinam-se os dois elementos: ilhéu de Santana, Santana de Parnaíba, ilha de Santiago
4) Emprega-se o apóstrofo para assinalar, no interior de certos compostos, a eliminação da letra e da preposição de, em combinação com substantivos: estrela-d’alva, galinha-d’angola, pau-d’alho.
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