Introdução à morfologia - Classes gramaticais (2)

 Categorias Gramaticais Invariáveis


 

        São categorias gramaticais invariáveis:


o advérbio;

a preposição;

a conjunção;

a interjeição.

 

ADVÉRBIO


 

Advérbio → é a palavra invariável que modifica o verbo, o adjetivo ou ainda outro advérbio, exprimindo determinada circunstância.


Do ponto de vista sintático, o advérbio vem associado ao verbo, ao adjetivo ou ao próprio advérbio, podendo modificar uma frase inteira.

Do ponto de vista mórfico, o advérbio é invariável, mas alguns, assim como os adjetivos, possuem flexão de grau - comparativo e superlativo.

Do ponto de vista semântico, o advérbio, denota circunstâncias de modo, tempo, lugar etc.

 

 

Ex.: Cheguei cedo.


        Eram alunas muito bonitas.


        Eles agiram mal.


        Eles chegaram bastante cedo.


        Certamente, você saberá como proceder na hora oportuna.


 

Classificação dos advérbios


        Conforme a circunstância que expressam, os advérbios classificam-se em:


a) de afirmação: sim, certamente, efetivamente, realmente etc.


b) de dúvida: talvez, quiçá, possivelmente, provavelmente, decerto, porventura, eventualmente etc.


c) de intensidade: muito, pouco, bastante, demais, menos, tão, tanto, quase, meio, etc.


d) de lugar: aqui, ali, aí, cá, lá, atrás, perto, abaixo, acima, dentro, fora, além, adiante etc.


e) de tempo: agora, já, ainda, amanhã, cedo, tarde, sempre, nunca, depois, hoje, outrora, antigamente, enfim etc.


f) de modo: assim, bem, mal, depressa, devagar, melhor, pior e grande parte dos vocábulos terminados em -mente: calmamente, afobadamente, alegremente etc.


g) de negação: não, tampouco, absolutamente etc.


 

Advérbios interrogativos


 

        Quando empregados em frases interrogativas (diretas ou indiretas), os advérbios recebem o nome de advérbios interrogativos.


 

Ex.: Onde você mora? ( Interrogativa direta)


        Não sei onde você mora. (Interrogativa indireta)


        Quando você volta? (Interrogativa direta)


        Queria saber quando você volta. (Interrogativa indireta)

São seis: quando - tempo, como - modo, onde - lugar, por que - causa, quanto - preço e intensidade, para que - finalidade.


 

Locução Adverbial


 

         É a expressão formada de preposição + substantivo, ligada ao verbo com função equivalente à do advérbio.


Ex.: Olhou – nos com desconfiança.


 

PREPOSIÇÃO


 

        Preposições são palavras invariáveis que conectam termos de sintagmas, estabelecendo entre eles uma relação de dependência.


Do ponto de vista sintático, a preposição liga palavras entre si.

Do ponto de vista mórfico, a preposição é invariável.

Do ponto de vista semântico, estabelece relação de vários sentidos entre as palavras que liga.

 

Ex.: Saiu para o baile.


 

Obs.: a preposição para está ligando duas palavras entre si, estabelecendo relação de lugar entre elas.


 

Classificação das Preposições


 

       As preposições da nossa língua podem ser essenciais ou acidentais. São denominadas essenciais aquelas palavras que funcionam exclusivamente como preposições. São denominadas acidentais as palavras que, embora pertencendo a outras classes, por vezes funcionam como preposições, em certos enunciados da língua.


 

       As preposições essenciais são: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por (per), sem, sob, sobre, trás.


 

       Além de funcionarem como elementos que estabelecem conexões entre termos das orações, as preposições traduzem noções fundamentais para a compreensão dos enunciados. Veja, a seguir, exemplo das noções frequentemente indicadas por algumas preposições.


 

a: Fomos a Santo Antônio de Pádua. (lugar); Meu filho vai chegar à noite. (tempo); Esta blusa deve ser lavada a seco. (modo); A margem de erro varia de 2 a 5%. (limite); Nada como uma comida a quilo. (medida); Andou a cavalo. (meio); Nada como uma pintura a óleo. (matéria)


 

até: Por que não vamos até a praia? (lugar); Os funcionários ficaram até tarde no trabalho. (tempo); Vou seguir você até a entrada da cidade. (limite)


 

com: Gosto de sair com meu marido! (companhia); Ele escreve com facilidade. (modo); O gado sofreu com a seca. (causa); Abri a porta com a chave. (instrumento); Só entrará com autorização. (condição)


 

de: A casa de João foi vendida! (posse); Os cartazess eram todos de papel pardo. (especificação de matéria); Vendi uma TV de segunda. (qualidade); Comprei um caderno de 2 reais. (preço); Tenho um carro de passeio. (finalidade); Ele está de dieta. (situação); É um rapaz de 14 anos. (idade); É uma rua de 30 quilômetros. (medida); Viajou de manhã. (tempo)


 

em: Passamos as férias em Guarapari. (lugar); Os convidados deverão chegar em duas horas. (tempo); É formado em enfermagem. (especialidade); Ele nunca foi bom em matemática. (referência); O prédio está em construção. (processo); Pagamos em dinheiro. (meio); Pedi-a em namoro. (finalidade)


 

para: Leia para se informar melhor. (finalidade); Vou para o Nordeste em dezembro. (lugar); Para mim, ela está mentindo. (opinião); Este filme não é próprio para crianças. (adequação); Estou para sair de férias. (iminência); O futebol está para o Brasil assim como o basquete está para os EUA. (proporção)


por: Passamos por lugares maravilhosos nas planícies do norte da Itália. (lugar); Vou estudar ainda por umas duas horas antes de sair. (tempo); Os funcionários da universidade estão em greve por melhores salários. (finalidade); O Santos perdeu por 4 a 0 do Corinthians. (quantidade); Morri pela pátria. (favor); Não compre gato por lebre. (troca); Soube da notícia pela TV. (meio); Casou por interesse. (causa); Faça isso por mim, que eu faço por você. (reciprocidade); Escreva por extenso os números. (modo); Multiplique por 10. (relação aritmética)


sobre: Aquele seu amigo é capaz de opinar sobre questões complexíssimas! (assunto); O velho senhor entrou na sala e colocou o embrulho sobre a mesa. (posição de superioridade com relação a determinado lugar no espaço)


       Podem funcionar como preposições acidentais palavras como: afora, como, conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, salvo, segundo, senão, tirante, visto, não obstante, que.


Ex.:


O assaltante, segundo o relato da testemunha atirou primeiro.


Todos os candidatos, exceto o da situação, compareceram ao debate na TV.


Carlos apresentou-se como representante dos alunos.


Os convidados só poderão entrar mediante a apresentação do convite.

 

Conforme, segundo e consoante são preposições quando introduzem adjuntos adverbiais de conformidade, e conjunções quando introduzem orações subordinadas adverbiais conformativas.


Locuções Prepositivas → são duas ou mais palavras que funcionam solidariamente com o sentido de preposições.


Obs.: Sempre que há uma locução prepositiva, a segunda palavra do conjunto é uma preposição pertencente à classe das preposições essenciais.


Exemplos : acerca de, apesar de, a respeito de, de acordo com, graças a, para com, por causa de, abaixo de, por baixo de, embaixo de, adiante de, diante de, além de, antes de, acima de, em cima de, por cima de, ao lado de, dentro de, em frente a, a par de, em lugar de, em vez de, ao redor de, perto de, por trás de, junto a, junto de, por entre, à procura de, não obstante (única locução prepositiva não terminada em preposição). 


Combinações e contrações de preposições


Combinação: ocorre quando a preposição a junta-se ao artigo masculino singular ou plural, resultando em ao, aos.


Contração: ocorre quando, ao combinar-se com outra palavra, a preposição sofre alguma modificação em sua constituição fonológica.


Exemplos: Contrações das preposições de e em com os artigos e alguns pronomes:


do (de+o), da (de+a), dum( de+ um), duma (de+uma), no (em+o), na (em+a), num(em+um), numa(em+uma), dele (de+ele), dela (de+ela), nele (em+ele), nela (em+ela), disto(de+isto), disso(de+isso), daquilo(de+aquilo), nisto (em+isto), nisso (em+isso), naquilo (em+aquilo), deste(de+este), desta(de+esta), neste (em+este), nesta (em+esta), desse (de+esse), dessa(de+essa), nesse (em+esse), nessa (em+essa), daquele(de+aquele), daquela(de+aquela), naquele (em+aquele), naquela (em+aquela).


Contrações das preposições de com  alguns advérbios:


daqui (de+aqui), dali (de+ali), daí (de+aí).


Obs.:


Da contração da preposição per (forma antiga da preposição de por) com os artigos definidos (o,a,os,as), temos as contrações pelo, pela, pelos, pelas.

Quando a preposição a é associada aos artigos a, as ou aos pronomes aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo, ocorre o fenômeno fonético conhecido por crase. A crase resulta na fusão de dois fonemas vocálicos idênticos em um só.

Ex.: Dirigi-me àquele aluno de uniforme.


CONJUNÇÃO


       Conjunções são palavras invariáveis que conectam orações, estabelecendo entre elas uma relação de subordinação (dependência) ou de simples coordenação.


Do ponto de vista sintático, a conjunção estabelece relação entre duas orações.

Do ponto de vista mórfico, a conjunção é invariável.

Do ponto de vista semântico, a conjunção estabelece relações de vários sentidos entre as orações que liga.

Ex.: Saiu de casa porque começou um temporal.


Saiu de casa – oração 1


porque – conjunção


começou um temporal – oração 2


Obs.: A conjunção porque está estabelecendo uma relação de causa entre a oração 2 e a oração 1.


Classificação das conjunções


       A primeira grande classificação das conjunções em duas subclasses, a das conjunções coordenativas e a das conjunções subordinativas, baseia-se em um critério formal, pois são considerações de ordem sintática que fundamentam tal classificação. Assim, são consideradas coordenativas as conjunções que simplesmente coordenam orações, sem que entre elas se estabeleça uma relação de dependência.


Conjunções coordenativas


Aditivas → exprimem uma relação de soma, de adição: e, nem, mas também, mas ainda, como também (depois de não só).

Ex.: A menina pulava e gritava.


        A menina não só pulava, mas também gritava.


Adversativas → exprimem uma relação de contraste, de oposição, de adversidade: mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto, não obstante, senão (= mas sim), e (= mas).

       Ex.: Adoro carne gordurosa, mas sei que me faz mal.


               Paulo foi ao colégio, entretanto não fez as tarefas de casa.


Alternativas → exprimem uma relação de alternância, de exclusão: ou (repetido ou não), ora, quer, já, seja, nem (repetidos).

       Ex.: Carlos ora está estudando, ora está trabalhando.


                Paula nem estuda, nem trabalha.


Conclusivas → exprimem uma relação de conclusão ou consequência lógica: logo, pois (posposto ao verbo), portanto, por conseguinte, por isso, assim, destarte, dessarte.

       Ex.: O meu candidato fez uma excelente campanha, portanto deverá se eleger.


Explicativas: → exprimem uma relação de explicação, de confirmação ou de justificativa: pois (anteposto ao verbo), que, porque, porquanto.

Ex.: Vamos correr, porque já estamos atrasados para a festa.  


        Conjunções subordinativas


Integrantes: → integram à oração principal as orações subordinadas substantivas que funcionam como algum de seus termos, ou seja, introduzem uma oração subordinada substantiva: que, se. Essas orações funcionam como sujeito, predicativo, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal e aposto.

Ex.: Pensei que a gente fosse sair hoje.


Causais: → estabelecem uma relação de causa: porque, pois, porquanto, como (= porque), pois que, visto que, por isso que, já que, uma vez que (com verbo no indicativo), na medida em que.

Ex.: O menino tirou notas baixas porque não estudou para as provas.


Concessivas: → estabelecem uma relação de concessão: embora, conquanto, ainda que, se bem que, mesmo que, posto que, se bem que, por mais/menos que, por muito/pouco que, por melhor/pior que, apesar de, apesar de que, nem que.

Ex.: Embora a empresa esteja em crise, ela mantém a carga horária dos funcionários.


Comparativas: → exprimem uma relação de comparação: que, mais, menos, maior, menor, melhor, pior...do que, tal ... qual, tanto ...quanto, como , assim como, bem como, como se, que nem.

          Ex.: O sal em excesso é mais nocivo para a saúde do que o açúcar.


Condicionais: → estabelecem uma relação de condição: se, caso, contanto que, salvo se, sem que (senão), desde que, a menos que, a não ser que, exceto se, uma vez que (com verbo no subjuntivo).

Ex.: Temos vagas para professor, se você aceitar trabalhar à noite.


Conformativas: → exprimem uma relação de conformidade: conforme, consoante, segundo, como.

Ex.: Conforme havia dito, o professor aplicou um teste surpresa.


Consecutivas : → estabelecem uma relação de consequência: que (precedida de tal, tão, tanto ou tamanho), de forma que, de maneira que, de modo que, de sorte que.

Ex.: A chuva foi tanta que o treinador suspendeu os treinos.


Finais: → exprimem uma relação de finalidade: para que, a fim de que, porque (= para que), que.

Ex.: Escovo os dentes a fim de manter a saúde bucal.


Proporcionais : → estabelecem uma relação de proporção: à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais... mais/menos, quanto menos ... mais.

Ex.: À proporção que Paulo foi parando de fumar, sua saúde melhorou.


Temporais : → exprimem uma relação de tempo: quando, enquanto, antes que, depois que, até que, logo que, sempre que, assim que, desde que, toda vez que, cada vez que, apenas, mal, que (=desde que).

Ex.: Mal entrou em casa, o telefone tocou.


Locuções conjuntivas → são duas ou mais palavras que funcionam solidariamente com o mesmo sentido de conjunções.  Essas locuções geralmente apresentam, como último elemento, a palavra “que”. São classificadas obedecendo-se aos mesmos critérios de classificação de conjunções. Ex.: visto que, desde que, ainda que, à medida que, logo que, a fim de que, de modo que.


INTERJEIÇÃO


    Interjeições são palavras invariáveis que exprimem sensações emocionais e apelos.


       As interjeições costumam ser classificadas de acordo com o sentimento que traduzem.


de alegria: oba! viva! oh! ah!

de alívio: ufa! uf! arre!

de animação ou estímulo: coragem! vamos! avante! eia! firme!

de aplauso ou aprovação: bravo! bis! viva! parabéns! ótimo!

de afugentamento: fora! passa! rua! xô!

de desejo ou intenção: tomara! oxalá!

de dor ou tristeza: ai! ui!

de desaprovação ou repulsa: credo! francamente! ora!

de espanto ou surpresa: ah! chi! ih! oh! ué! puxa! uau! opa! caramba! puts! gente! céus!

de impaciência ou contrariedade: hum! hem! pô! droga! raios!

de invocação ou chamamento: olá! alô! ô! psiu! psit! ó! atenção! olha! socorro!

de silêncio: silêncio! psiu!

de suspensão: alto! basta! chega!

de  medo ou terror: credo! cruzes! uh! ai! Jesus! ui!

Locuções Interjetivas


       As Locuções Interjetivas são grupos de duas ou mais palavras que funcionam como interjeições.


Exemplos: Valha-me Deus!     Meu Deus! Nossa Senhora! Jesus Cristo! Ora, bolas! Que horror! Puxa vida! Raios o partam! Quem me dera! Quem diria!


Funções do que


       O que pode assumir várias funções :


1. Substantivo


       Quando – com o significado genérico de coisa – ocupa o lugar de um substantivo de sentido genérico. Nesse caso, vem acentuado e precedido de artigo ou outro determinante.


Ex.: Cada pessoa tem seu quê.


        Sua atitude tem um quê de estranha.


2. Pronome


a. pronome interrogativo


           Usado em frases interrogativas (diretas e indiretas), para fazer perguntas.


Ex.: Que jogador marcou o gol? (interrogativa direta)


        Gostaria de saber que jogador marcou o gol. (interrogativa indireta)


b) pronome  indefinido


       Quando se associa a um substantivo, funcionando como adjunto adnominal. Aparece antes de substantivo em frases geralmente exclamativas. Pode ser trocado por quanto, quanta, quantos, quantas.


Ex.: Que mares revoltos são os daqui!


        Que clima esquisito!


        Que sujeira havia naquele lugar!


c. pronome relativo


       Quando liga duas orações entre si, projetando um termo antecedente dentro do consequente. Nesse caso equivale a o qual, a qual, os quais, as quais. 


Ex.: Conferi todos os dados que me trouxeram.


Obs.: Como pronome relativo o que pode desempenhar várias funções sintáticas: sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, complemento nominal, agente da passiva e adjunto adverbial.


3. Advérbio


       Quando se liga a um adjetivo ou advérbio como intensificador, equivale a quão.


Ex.: Que longe é o estádio!


        Que louco é o ritmo do tempo!


4. preposição


       Quando, equivalendo a de, liga dois verbos de uma locução verbal que tem, como auxiliar, o verbo ter.


Ex.: Temos que admitir o fato.


        Todos tivemos que voltar cedo.


5. Interjeição


       Quando, exprime, de forma instantânea um estado de espírito, uma emoção. Aparece acentuada e seguida de ponto de exclamação.


Ex..: Quê! Nunca será possível o teu projeto!


        Quê! Isso não pode ser verdade!


6. Partícula expletiva (ou de realce)


       Quando é usado apenas para dar realce. Pode ser retirada da frase sem nenhum prejuízo ao sentido, porque não desempenha nenhuma função sintática, seu uso é apenas estilístico (ênfase, expressividade), mas não constitui erro. Aparece também na expressão 'é que'.


 

Ex.: Quanta loucura que eu fiz! (Quanta loucura eu fiz!


        Nós é que somos os culpados!  ( Nós somos os culpados!)


        Por pouco que eles não ganharam na loteria.(  Por pouco eles não ganharam na loteria.)


7. Conjunção


a) Conjunção subordinativa integrante


       Inicia oração subordinada substantiva.


Ex.: Você sempre afirmou que ele nos ajudaria.


       Você sempre afirmou – oração principal


       que ele nos ajudaria – oração subordinada substantiva subjetiva


b) Conjunção subordinativa consecutiva


       Inicia oração subordinada adverbial consecutiva. Aparece, em geral, nas expressões: tão ... que, tanto ... que, tamanho ... que, tal ... que e de (modo / maneira / forma / sorte) que.


Ex.: Ela gritou tanto, que ficou rouca.


       Ela gritou tanto – oração principal


       Que ficou louca – oração subordinada adverbial consecutiva


c) Conjunção subordinativa comparativa


       Aparece nas expressões mais / menos / maior / menor / melhor, pior... que, iniciando oração subordinada adverbial comparativa.


Ex.: A prova de ontem foi mais fácil que a de hoje.


       A prova de ontem foi mais fácil – oração principal


       que a de hoje - oração subordinada adverbial comparativa.


d) Conjunção coordenativa aditiva


       Inicia oração coordenada sindética aditiva. Aparece entre dois verbos iguais e pode ser trocada por e.


Ex.: Ele falava que falava, mas não convencia ninguém. (= Ele falava e falava...)


e) Conjunção coordenativa explicativa


       Inicia oração coordenada sindética explicativa; pode ser substituída por pois ou porque, aparece depois de um verbo no imperativo.


Ex.: Façam silêncio, que eu quero dormir.  (que = pois, porque)


Façam silêncio – oração coordenada assindética


que eu quero dormir - oração coordenada sindética explicativa


Funções da partícula se


       O se pode assumir várias funções:


1. Conjunção


a. Conjunção subordinativa integrante: quando introduz orações subordinadas substantivas.


Ex.: Nunca soube se era verdade ou não.


       Nunca soube – oração principal


      se era verdade ou não – oração subordinada substantiva objetiva direta


      Ninguém sabe se realmente ele voltará hoje.


      Ninguém sabe – oração principal


      se realmente ele voltará hoje  – oração subordinada substantiva objetiva direta


b. Conjunção subordinativa condicional: quando introduz orações subordinadas adverbiais condicionais. Pode ser substituída por caso.


Ex.: O sucesso ocorrerá se o público quiser.


     O sucesso ocorrerá – oração principal


     se o público quiser  – oração subordinada adverbial condicional


       Tudo estaria perdido, se ele revelasse a verdade.


       Tudo estaria perdido – oração principal


        se ele revelasse a verdade– oração subordinada adverbial condicional



2. Pronome


a. Pronome apassivador: quando se liga a verbos transitivos diretos para apassivá-los. Cabe-lhe, no caso, a mesma função do verbo auxiliar na voz passiva sintética. Indica que o sujeito é paciente, isto é, que ele recebe a ação verbal. Aparece sempre junto a verbos que admitem a transformação para a voz passiva analítica.


Ex.: Cobravam-se juros extorsivos. (= Eram cobrados juros extorsivos)


       Vendem-se flores. (Flores são vendidas.)


b. Índice de indeterminação do sujeito: quando se liga a verbos intransitivos, transitivos indiretos ou de ligação com a função de indeterminar o sujeito da oração. Aparece com verbos na 3ª pessoa do singular em frases que não admitem a transformação para a voz passiva analítica. Pode aparecer com verbos transitivos diretos, desde que o objeto direto venha preposicionado.


 

Exemplos: Confia-se em pessoas honestas.


                  Vive-se bem aqui.


                  Não se é feliz neste lugar.


                  Ouviu-se às músicas.


 

c. Pronome reflexivo:quando funciona como objeto direto, objeto indireto ou sujeito de infinitivo - com verbo causativo ou sensitivo. Indica que o sujeito pratica e recebe a ação verbal, ou seja, a ação reflete no próprio sujeito.


        No caso pode ser substituído por:


-a si próprio ou a si mesmo;


-um substantivo qualquer.


 

Exemplos:


O professor atrapalhou-se. (objeto direto)


Ele se atribuiu muito valor. (objeto indireto)


Ela deixou-se ficar à janela. (sujeito do infinitivo)


 

OBS.: O pronome reflexivo se pode também exprimir reciprocidade (ação mútua entre os sujeitos). Quando isso ocorre, o se classifica-se como pronome reflexivo recíproco e pode ser substituído por um ao outro, umas às outras.


 

Ex.: O técnico e os jogadores se abraçaram felizes. ( se = uns aos outros)


 

d. Parte integrante do verbo ou pronome fossilizado: quando se liga a verbos pronominais, isto é, verbos que sempre são conjugados com pronomes oblíquos.


 

Ex.: Todos se queixaram das instalações.


 

e. Partícula expletiva (ou de realce): quando se associa a verbos intransitivos para realçar a ação expressa pelo sujeito. Não desempenha função sintática, seu uso é apenas estilístico (ênfase, expressividade), mas não constitui erro.


 

Ex.: Todos se foram embora.


        As nossas esperanças se foram para sempre.

 

Também pode ser um substantivo, quando precedida de um determinante ou especificando outro substantivo. Ex.: A palavra se possui vários usos.


 

Função da palavra COMO


Conjunção Subordinativa Causal   

Introduz orações que dão ideia de causa. Equivalente a porque, é usado no início da frase.   

Ex1: Como estive doente, não compareceu ao serviço.   

Ex2: Como passou mal, não foi a festa. 


Conjunção Subordinada Comparativa   

Introduz orações que exprimem o segundo elemento de uma comparativa, equivale a quanto, é precedido de tanto, tão,...   

Ex1: Ela é tal como me disseram.   

Ex2: Você o conhece tão bem como eu. 


Conjunção Subordinativa Conformativa   

Introduz orações que exprimem conformidade de um fato com outro, equivale a conforme ou segundo.

Ex1: Fizemos o trabalho como o professor pediu.   

Ex2: Em certas situações, devemos agir como manda nossa consciência. 


Pronome Relativo   

Possui um antecedente que dá ideia de "modo": maneira, jeito, forma,...   

Ex1: Este foi o único modo como ele fez o trabalho.   

Ex2: Esta é a maneira como faço o meu serviço. 


Substantivo   

Através da derivação imprópria a palavra como muda de classe gramatical, precedida de um determinante ou especificando outro substantivo.

Ex: A palavra como possui vários usos.


Advérbio Interrogativo   

O advérbio interrogativo como (de modo) pode aparecer tanto nas interrogativas diretas quanto nas indiretas.   

Ex1: Não sei como resolver o problema.   

Ex2: Como resolver o problema? 


Preposição   

Aparece como preposição acidental por ser proveniente de outra classe gramatical, geralmente equivale a "por"   

Ex1: Obtiveram como resposta o bilhete.   

Ex2: Os ganhadores tiveram como prêmio uma medalha de ouro. 


Interjeição   

Classifica-se como interjeição devido além da classe gramatical como também devido o seu tom exclamativo   

Ex1: Como você não!   

Ex2: Como é assim e acabou! 


Advérbio de modo   

Aparece em frases não interrogativas e sem antecedente.   

Ex1: Não sei como você veio.   

Ex2: Gosto como você se veste.   

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