Missa nova e Missa tridentina

1. Acólitas

Pode procurar o mais possível, não as vai encontrar. A justificação para esta inovação moderna vem do Código de Direito Canônico de 1983, e de uma explicação vinda de Roma em 1994. No Rito Tridentino – que usa as normas e a liturgia de 1962 – a existência de “acólitas” não é permitida.

2. Leigos leitores

Apenas o padre – na Missa Rezada – ou o Diácono e Subdiácono – na Missa Solene - podem ler as Leituras e o Evangelho uma vez que, obviamente, esta é uma função litúrgica. De fato, antes da sua supressão pelo Papa Paulo VI em 1972, as ordens menores incluíam a ordem de “Leitor” para este mesmo propósito.

3. Ministros da Eucaristia

No Rito Romano Tridentino não irá encontrar em parte alguma. Verdadeiros exércitos de leigos para ajudar na distribuição da Sagrada Comunhão. Quando alguém assiste à Missa Tridentina é garantido que apenas receberá Comunhão distribuída pelas mãos consagradas de um sacerdote.

4. Comunhão na mão e em pé

Na Missa Tridentina os fiéis recebem a Comunhão tal como todos os Católicos Ocidentais receberam desde o Primeiro Milênio: ajoelhados e na boca. Isto é, claro, um meio através do qual a Igreja demonstra reverência pela Eucaristia e a nossa certeza firme na Presença Real de Nosso Senhor na Eucaristia. É uma forma de proteger a Sagrada Comunhão de ser profanada.

5. Missa rezada de frente para o povo

Não acontece na Missa Tridentina. Tal como o piloto de um avião ou o motorista de um carro, o Padre olha na mesma direção que os fiéis durante a Missa. É importante relembrar que o Santo Sacrifício da Missa é uma ação direcionada a Deus, e não simplesmente uma cerimônia ou uma conversa entre amigos.

6. Má música

Na Missa Tridentina, não vai encontrar “adaptações” de músicas protestantes nem vai ver autênticos “bailes” dentro da Igreja, ou músicas que começam em primeira pessoa. No Rito Tridentino vai ficar-se pelo silêncio sagrado da Missa Rezada ou, então, vai ouvir os Próprios cantados, Canto Gregoriano ou, até Mozart e Bach numa Missa Solene.

7. Estar de pé quando deve se ajoelhar

Ainda que se mantenha de pé em algumas partes da Missa há, no entanto, três ocasiões distintas nas quais irá ajoelhar-se, em vez de estar de pé: durante o Credo – “E encarnou pelo Espírito Santo…”, para receber a Sagrada Comunhão e, também, para a bênção no final da Missa – depois do “Ite, Missa est”.

8. Improviso

Na Missa Tridentina, não estará sujeito à personalidade do celebrante, tentativas de humor, ou preferências pessoais do sacerdote. As rubricas do Rito Antigo são muito precisas – alguns dirão “rígidas” – e são assim por um bom motivo: o Rito exige obediência e fidelidade. De fato, foi dado – ao padre e também aos fiéis – e, assim, nos forma em vez de ser formado por nós.

9. Paz de Cristo

No Rito Tridentino, não há interrupção da Missa para conhecer ou cumprimentar outras pessoas – e, talvez, a sua família - que se senta no banco atrás do seu. Portanto, não haverá nada, neste momento, que vá desviar a sua atenção do Altar. Estamos todos a percorrer a Liturgia, apenas focados em Nosso Senhor na Sagrada Eucaristia.

10. A língua vernácula

Este ponto deveria ser óbvio, mas é, ainda assim, importante citá-lo. A língua litúrgica do Rito Romano – o Latim – vai ser ouvido na Missa celebrada na Forma Tradicional do Rito, tal como tem acontecido desde o século III. Porém, e obviamente, a homilia e as leituras serão proferidas na língua vernácula.

a) no rito tridentino, a celebração começava com as orações ao pé do altar, logo após a procissão de entrada, seguindo-se o Confiteor, o Introito, o Kyrie e o Gloria; já no rito novo, não há as orações ao pé do altar, havendo, após a procissão, o Introito (se não foi cantado durante a procissão), o Confiteor, o Kyrie e o Gloria, mudando, então a ordem;
b) o próprio Confiteor era dito de uma outra forma, um pouco mais longa, e sempre duas vezes, uma pelo sacerdote, outra pelo povo; hoje é só uma;
c) após a absolvição que se seguia ao Confiteor, o sacerdote recitava uma outra fórmula, pela reforma suprimida, em que clamava o perdão e a indulgência dos pecados, durante a qual os fiéis se persignavam;
d) havia um só modo de recitar o ato penitencial, e hoje há três: o Confiteor, o “Tende misericórdia” e um Kyrie seguido de invocações alternativas para os 5 tempos litúrgicos;
e) como o ato penitencial era sempre o Confiteor, o Kyrie sempre se dizia, mas hoje ele é dito salvo quando houver, no ato penitencial, a fórmula com o Kyrie e suas invocações;
f) o Kyrie continha nove invocações e hoje tem seis, salvo quando, cantado em gregoriano, a melodia obriga às nove;
g) o Gloria era sempre dito, exceto na Quaresma, Advento e Missas pelos defuntos; hoje só em domingos, solenidades, festas e quando há alguma ocasião especial (formaturas, ação de graças), sendo, igualmente, suprimido naqueles tempos;
h) como o calendário litúrgico é distinto em ambas as formas, as leituras nem sempre coincidem;
i) aliás, havia sempre uma só leitura, o salmo, o aleluia e o Evangelho, e hoje só é assim nos dias de semana, nas festas e memórias, dado que nos Domingos e Solenidades, há mais uma leitura, o que é uma grande riqueza;
j) as leituras eram distribuídas em um lecionário de um ano apenas, e hoje, no rito novo, o lecionário dominical é trienal e o semanal bienal, aumentando, consideravelmente, as leituras bíblicas;
k) no rito tridentino não havia as preces dos fiéis, sendo tal prática restaurada pelo rito novo;
l) o Credo era sempre o Niceno, e hoje pode-se usar tanto o Niceno quanto o Apostólico;
m) o Ofertório era maior, com as orações ditas em voz baixa; a antífona do Ofertório era obrigatória; hoje, o Ofertório é mais simples, e a antífona é apenas uma opção, podendo ser cantado algum canto ou mesmo ser dito o Ofertório em voz alta; as preces para o Lavabo são distintas, mas o “De coração contrito” é o mesmo em ambas as formas;
n) a Oração Eucarística era apenas o Cânon Romano e hoje temos, além dele, mais três que constam do Missal Romano, sem contar as quatro para diversas necessidades, três sobre reconciliação e duas para Missas com crianças;
o) o Pai Nosso era dito em pelo sacerdote, e o povo apenas repetia a última frase; hoje é dito por todos;
p) a Comunhão era dada obrigatoriamente na boca e estando o fiel de joelhos; hoje é dada na mão e com o fiel em pé;
q) a concelebração só existia na Missa do Crisma e nas Ordenações; hoje pode-se sempre concelebrar;
r) era obrigatório o uso do manípulo; hoje esse paramento é facultativo;
s) a bênção era dada após o “Ite, Missa est”, e hoje a ordem se inverteu;
t) após os ritos finais, o sacerdote lia o Último Evangelho, i.e., o Prólogo do Evangelho de São João, cerimônia que foi suprimida no rito novo;
u) não só o Ordinário da Missa (a parte fixa, isso que até agora comentamos) foi modificado, com cerimônias alteradas, outras suprimidas e ainda algumas outras acrescentadas; também o Próprio da Missa (a parte variável) sofreu alterações: a Coleta, a Oração sobre as Oferendas, a Oração Depois da Comunhão, o Prefácio e as Antífonas foram aumentadas, outras alteradas, resgatando-se textos medievais e patrísticos riquíssimos;
v) muitos formulários de Missa foram acrescentados: Missas para diversas circunstâncias, Missas votivas, Missas rituais, Próprios de Santos, Comuns de Santos etc;
w) o rito tridentino era obrigatório em latim, exceto a Liturgia da Palavra – que pode ser feita em vernáculo -, e o novo pode ser todo em latim ou em vernáculo;
x) a posição do sacerdote no rito tridentino era “versus Deum”, e no rito novo pode ser “versus Deum”, “versus populum” (a mais comum) ou mesmo um misto entre ambas (“versus Deum” na Liturgia Eucarística e “versus populum” na Liturgia da Palavra);
y) o incenso estava reservado para as Missas Cantadas e para as Missas Solenes, e hoje qualquer Missa pode ter incenso.

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