Especializações do jornalismo

Chama-se Jornalismo Internacional a especialização da profissão jornalística nos eventos estrangeiros ao país onde está sediado o veículo de imprensa em que o jornalista trabalha. Por isso, a definição é relativa por natureza: o que é assunto "doméstico" num determinado país será "internacional" em todos os demais. Este fato faz com que o Jornalismo Internacional seja provavelmente a área do Jornalismo com maior abrangência de temas entre todas, já que deve dar conta de política, economia, cultura, acidentes, natureza e todos os assuntos que aconteçam fora de seu país de origem.

O Jornalismo como atividade profissional já teria nascido Internacional em seus primórdios, pois os veículos de imprensa pioneiros - criados no contexto da ascensão da burguesia na Europa nos séculos XVII e XVIII - foram criados principalmente para informar leitores locais (em grande parte, comerciantes e banqueiros) sobre fatos acontecidos no exterior.

A partir do século XIX, com jornais já consolidados na Europa, nos Estados Unidos e em determinados países - como o Brasil -, e com as inovações nas telecomunicações, como o telégrafo, as notícias do estrangeiro ganharam novo impulso. Começaram a ser formadas as primeiras agências de notícias, inicialmente como associações entre jornais para cobrir eventos de grande relevância, como guerras e revoluções. Os primeiros conflitos a receber ampla cobertura jornalísticas foram a Guerra da Criméia e a Guerra Civil Americana dos EUA.
Agências de Notícias

Correspondentes e Enviados

Há dois tipos de reportagem que podem ser feitas no exterior: o trabalho de Correspondência Estrangeira (ou Correspondência Internacional) e o do Enviado Especial ao Exterior. Embora haja semelhanças entre ambos, as diferenças se dão no cotidiano do trabalho e da produção de material para seus respectivos veículos de imprensa.

O correspondente é um repórter baseado fixamente numa cidade estrangeira - muitas vezes a capital de um país -, cobrindo uma região, um país ou às vezes até um continente inteiro. Ele deve enviar matérias regularmente para a redação da sede de seu veículo. Para isso, ele acompanha toda a imprensa local, mantém contatos freqüentes com jornalistas e colegas correspondentes e identifica fontes estratégicas - como entidades, governos, diplomatas, militares e outras que possam fornecer informações importantes. Na maior parte das vezes, o próprio correspondente define sobre o que irá escrever, o que irá apurar, que assuntos vai selecionar. O correspondente deve ter conhecimento profundo da realidade local e um talento discricionário elevadíssimo para identificar os fatos mais relevantes no país onde trabalha e ao mesmo tempo interessantes para seu país de origem.

Já o enviado especial é um repórter expatriado com um tema previamente definido para cobrir ou investigar (uma guerra, uma crise, uma epidemia etc.). Diferente do correspondente, o enviado especial pode produzir uma única matéria, se for o caso, ou uma série, sem necessidade de envio regular de produção. Normalmente, o enviado especial é selecionado entre os profissionais da redação por ter maiores conhecimentos sobre o tema ou o lugar dos fatos. Muitas vezes, o enviado passa poucos dias no local e retorna à sede logo em seguida.

Quando jornalistas trabalham no exterior sem vínculos fixos com veículos de imprensa ou em regime de prestação de serviço, são chamados de Stringers. Estes são mais comuns em locais onde a mídia não acha tão interessante ou compensatório manter um correspondente fixo, como em países do Terceiro Mundo. Stringers geralmente produzem matérias para várias empresas diferentes ao mesmo tempo.
Correspondência de Guerra
W.H. Russell, primeiro correspondente, durante a Guerra da Criméia

O trabalho de correspondente de guerra propriamente dito surgiu na segunda metade do século XIX, com o envio de repórteres europeus e norte-americanos para conflitos como a Guerra da Criméia, Guerra do México, Guerra do Ópio, Guerra Civil dos EUA, Guerra do Paraguai e Guerra Hispano-Americana. Segundo registros, o primeiro correspondente de guerra da História da Imprensa foi o irlandês William Howard Russell.

Entretanto, antes mesmo já havia os chamados "cronistas de guerra", que produziam relatos sobre os conflitos - sem que houvesse, na época, técnicas de produção jornalística. O general romano Júlio César, por exemplo, escreveu crônicas de guerra em seu diário De Bello Galico. A diferença para os correspondentes modernos é que estes são enviados especificamente para cobrir conflitos para um veículo determinado (jornal, TV, rádio, revista etc.).

O correspondente de guerra pode ficar baseado numa cidade perto da zona de conflito (por haver mais infraestrutura e acesso a comunicação com a redação da sede) ou ir direto para o front de combate, se as condições e os militares permitirem. Tecnologias de comunicação recentes, como a internet, permitiram maior mobilidade ao correspondente de guerra, já que ele agora pode enviar textos, sons e imagens de praticamente qualquer ponto do mapa, incluindo o campo de batalha. O trabalho é de altíssimo risco, mas cada informação obtida tem valor igualmente alto. Correspondentes de guerra estão entre as maiores vítimas de casualidades (mortes por assassinatos ou acidentes) entre jornalistas.

A origem do jornalismo de guerra pode remontar à Guerra da Criméia, primeiro conflito coberto por agências de notícias (Havas e Reuters) e por um correspondente. Depois, com a invenção do cinematógrafo, o público pôde testemunhar pela primeira vez a Guerra Hispano-Americana em Cuba e nas Filipinas (1898-1899). Foi nessa guerra que ficou constatada a grande influência que os meios de comunicação podiam ter sobre a opinião pública. Um exemplo conhecido que reflete este fato tem como protagonista William Randolph Hearst: este magnata da imprensa estadunidense teria dado a ordem a um de seus correspondentes que se encontravam em Havana de que, houvesse ou não houvesse conflito, mandasse fotografias que ele mesmo providenciaria a guerra.

Houve muitos exemplos deste estilo de então até agora, pois os meios de comunicação contam com poder suficiente para dar a cara ao que mais convém (tanto em nivel político como econômico) de uma guerra. É o caso da famosa fotografia da menina correndo [1] durante a Guerra do Vietnã, dando assim a má imagem que se queria dar das tropas estadunidenses.
Jornalismo Internacional no Brasil

No Brasil, alguns dos maiores expoentes profissionais em Jornalismo Internacional são os repórteres e redatores Newton Carlos, Joel Silveira, Argemiro Ferreira, Clóvis Rossi, Diogo Schelp, William Waack, Hermano Henning, José Hamilton Ribeiro e Geneton Moraes Neto. Entre os já falecidos, houve Antônio Callado, Paulo Francis e Araújo Neto.

As editorias de internacional dos principais jornais diários brasileiros são chamadas de "Internacional" no JB, "Internacional" no Correio do Povo, "Mundo" na Folha de S.Paulo, "Internacional" em O Estado de S.Paulo, "O Mundo" em O Globo, "Mundo" em O Dia, "Mundo" no Zero Hora, "Internacional" no Estado de Minas, "Mundo" em A Tarde, "Mundo" no Diário de Pernambuco, "Mundo" no Correio Braziliense,"Internacional"no Diário do Nordeste "Mundo" na Gazeta do Povo,"Mundo" no O Povo e "Mundo" em O Popular.

Os únicos veículos brasileiros dedicados exclusivamente à cobertura internacional são a revista Cadernos do Terceiro Mundo (1975-2005) e o website Opera Mundi (fundado em 2008).

Na televisão, alguns programas de referência são o Sem Fronteiras e o Milênio, ambos do canal Globo News.

Chama-se Jornalismo Político a especialização da profissão jornalística nos assuntos relativos à política (em níveis local, regional e nacional), ao parlamento, aos partidos e a todas as esferas de poder formal na sociedade.

Em vários veículos, a cobertura política é fundida com a editoria Nacional.
Temas

As pautas do Jornalismo Político incluem a cobertura de eventos (eleições, revoluções, golpes, votações parlamentares, decretos, negociações entre partidos e blocos de poder e inúmeros outros), as instituições que geram produtos e fatos (governos, ministérios, secretarias, partidos, órgãos oficiais, institutos de pesquisa de opinião), as políticas públicas (ministérios da área institucional, secretarias de governo) e o dia a dia do poder.

Nestes assuntos do cotidiano, incluem-se: negociações, acordos e trâmites de projetos de lei, mudanças de cargos, processos contra políticos e ocupantes de cargos públicos, além de escândalos de crimes políticos, abuso de poder, tráfico de influência e corrupção.
Fontes

Como na maior parte das especializações jornalísticas, as fontes de Política são divididas entre protagonistas (políticos, inclusive sem cargo público), autoridades (presidentes, governadores, prefeitos, ministros, secretários, senadores, deputados, vereadores), especialistas (analistas políticos, cientistas políticos, politólogos, sociólogos) e usuários (eleitores, contribuintes, correligionários).

Jornalistas que cobrem política em nível nacional costumam ser concentrados na capital do país, e geralmente trabalham em contato constante com políticos e ocupantes de cargos públicos, inclusive almoçando e fazendo refeições em conjunto. Vários prédios de parlamentos e palácios de governo têm salas de imprensa, onde as assessorias atendem aos repórteres. Eles se dividem entre setoristas de governo, do parlamento (câmara alta e câmara baixa), dos ministérios/secretarias e dos partidos, entre outras instituições.
Jornalismo Político no Brasil

As editorias de política dos principais jornais diários brasileiros são chamadas de "País" no JB, "Poder" na Folha de S.Paulo, "Nacional" em O Estado de S.Paulo, "O País" em O Globo, "Brasil" em O Dia, "Política" no Zero Hora, "Política" no Estado de Minas, "Brasil" em A Tarde, "Política" no Diário de Pernambuco, "Política" no Correio Braziliense, "Política" em O Popular e "Poder" em O Liberal, "Nacional" em Diário do Nordeste e "Política" em O Povo.

O Brasil também confere grande prestígio a colunistas e comentaristas políticos, às vezes mais do que a repórteres de política. Diferentemente da reportagem, o comentário não é exclusivamente jornalístico, e pode ser feito por qualquer pessoa, seja jornalista ou não. Algumas colunas chegaram a ter grande importância e eram lidas diariamente por autoridades dos altos escalões: foi o caso de Carlos Castello Branco com sua "Coluna do Castello", e de Carlos Chagas na revista Manchete. Alguns comentaristas notáveis atualmente são Dora Kramer, Eliane Catanhêde, Tereza Cruvinel, Clóvis Rossi, Josias de Souza (em jornais), Diogo Mainardi, Alexandre Garcia, Miriam Leitão (na televisão), Carlos Alberto Sardenberg (no rádio). Já entre os repórteres de política, destacam-se Fernando Rodrigues, Elvira Lobato, Kennedy Alencar da Folha de S.Paulo Outra boa fonte para se apreciar os comentaristas políticos são os blogs. O tratamento da notícia ganha um caráter mais interessante, mais "livre", de certa forma. Os blogs do Fernando Rodrigues e do Josias de Souza, por exemplo, são fontes muito boas de consulta e oferecem visões interessantes sobre o mundo político brasileiro. No entanto, é sempre interessante estar atento ao viés nem tão imparcial dos jornais no que se refere à cobertura política. No Brasil, os jornais têm uma linha política, que fica oculta sob a aparência da imparcialidade.

Jornalismo Econômico é a especialização da profissão jornalística nos fatos relacionados à Economia do país, da cidade ou do mundo, além de temas relacionados como Tecnologia, Emprego e Mercado Imobiliário.

As primeiras coberturas de Economia surgiram ainda no século XVII, junto com os primeiros boletins noticiosos publicados por banqueiros e comerciantes europeus (ver História da Imprensa). No início da imprensa industrial, no entanto, estas editorias tinham destaque tímido e publicavam matérias de interesse restrito, como cotações de moedas estrangeiras, valores de gêneros alimentícios, informes sobre falências e concordatas, entre outras.

O Jornalismo Econômico nos países de sistema capitalista é particularmente concentrado na iniciativa privada (empresas particulares) e sua relação com o setor público (governos, empresas estatais, órgãos públicos). Já nos países de sistema socialista — como já houve vários e até hoje existem —, a pauta é mais dependente das políticas de governo, das metas oficiais e das empresas estatais, além da chamada "economia popular".
Temas

As pautas do Jornalismo Econômico incluem a cobertura de eventos (feiras, lançamentos de projetos, relatórios, negociações entre empresas, trâmites judiciais sobre empresas), as instituições que geram produtos e fatos (empresas, indústrias, mercado financeiro, órgãos oficiais, institutos de pesquisa econômica), as políticas públicas para a área (ministérios da área econômica, secretarias de fazenda) e o dia a dia do setor.

Nestes assuntos do cotidiano, incluem-se: medidas para conter inflação, taxas de juros, controle dos preços, prioridades em obras públicas, cortes em orçamentos do Estado, mudança de taxas bancárias, reajustes salariais, previsões de lojistas sobre vendas, estimativas de produção, safras e colheitas agrícolas, abastecimento, mudanças nas diretorias de associações de classe, patronais e sindicatos, etc..

Jornais e noticiários de TV ou de rádio costumam informar diariamente as cotações das bolsas de valores, do petróleo, do ouro e das principais moedas internacionais (dólar, euro, libra esterlina, iene, yuan, rublo).

Também são privilegiados assuntos que digam respeito diretamente à vida do consumidor, influenciando nos hábitos de compra e venda, modificando seu poder aquisitivo ou alterando a economia doméstica.

Assim como outras especializações, o Jornalismo Econômico está em diálogo permanente com outras editorias: matérias sobre ministros dando orientações de macroeconomia também são da área de Política; mudanças em instituições financeiras globais são compartilhadas com a Internacional; crimes financeiros e fraudes bancárias podem aparecer na página de Polícia.
Subeditorias

As editorias de Economia de jornais de grande circulação brasileiros costumam se dividir em quatro setores ou subeditorias:

    Macroeconomia - cobre as políticas de Estado para economia, preços, inflação, salários, emprego, desemprego, crescimento, recessão, orçamento, endividamento, contas nacionais, balança comercial, importação & exportação
    Finanças - cobre o mercado financeiro, bolsas de valores, mercado de ações, títulos públicos, juros bancários, bancos, Banco Central, bolsas de mercadorias e futuros, especulação, câmbio (moedas estrangeiras), commodities
    Negócios - cobre as empresas (estatais e iniciativa privada), fusões, aquisições, separações, parcerias, pesquisa & desenvolvimento e tecnologia, marketing, casos de sucesso entre empresários e executivos
    Infraestrutura - cobre obras públicas, investimentos e manutenção em energia, eletricidade, combustíveis, transportes, telecomunicações, telefonia, radiodifusão

Publicações especializadas em Jornalismo Econômico costumam dividir estas mesmas áreas de diferentes maneiras, como colocar "Macroeconomia" sob a rubrica de "Nacional" ou "País", "Negócios" dividido por setor industrial/comercial, e assim por diante.
Fontes

Como na maior parte das especializações jornalísticas, as fontes de Economia são divididas entre protagonistas (empresários), autoridades (ministros, secretários, diretores de órgãos, funcionários públicos), especialistas (economistas) e usuários (consumidores).

Fontes úteis para o jornalista de Macroeconomia são os institutos de pesquisa (no Brasil, IBGE, Fundação IPEAD,IPEA, FGV), universidades, federações de indústrias (CNI, FIESP, FIRJAN), empresas de consultoria e advogados tributaristas.

No setor trabalhista, também são ouvidos sindicatos, patronais, associações de classe, advogados trabalhistas e os departamentos de recursos humanos das empresas.

No governo federal do Brasil, os ministérios da área econômica (Fazenda, Planejamento e Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior), o Banco Central e o Tesouro Nacional, bem como a Receita Federal e o BNDES, são fontes constantes das editorias de Economia.

O repórter do setor de Negócios é essencial para descobrir e revelar ao público as informações que as empresas não desejam — e não têm a menor obrigação de — revelar.
Economês

Mais do que outras especializações jornalísticas, que também possuem seus termos e jargões próprios, a área de Economia é a mais criticada por utilizar uma linguagem particular — apelidada de Economês — nos textos. Segundo alguns críticos, este tipo de codificação seria intencional e serviria exatamente para restringir o acesso da maioria da população aos problemas econômicos e suas causas, limitando este conhecimento aos meios especializados. Jornalistas da área, no entanto, acreditam que determinados termos são abstratos demais para ser explicados a cada matéria, e que o didatismo não seria função da imprensa.

A respeito destes códigos, o jornalista Aylê Salassié Filgueiras Quintão, em seu livro "O Jornalismo Econômico no Brasil depois de 1964", comenta:

    "Além da contribuição dada para ritualizar ainda mais a função do Jornalismo Econômico, o uso repetido e constante de indicadores de preços, de custos, de produção, de consumo ou de liquidez, simbolizando práticas mercadológicas, atua também no sentido de confundir o texto da notícia e, em conseqüência, o leitor. Por prejulgarem que alguns desses símbolos são por demais conhecidos, muitos jornalistas e jornais não os traduzem para o público."

Jornalismo Econômico no Brasil

No Brasil, alguns dos maiores expoentes profissionais em Jornalismo Econômico são Míriam Leitão, Joelmir Betting, George Vidor, Carlos Alberto Sardenberg, Lilian Witte Fibe, Luís Nassif,Suely Caldas, Sônia Racy, Fátima Turci, e Flavia Oliveira, além de Celso Ming, Sérgio Léo, Denise Campos de Toledo, Salette Lemos, Guilherme Barros, Ivo Ribeiro, Joaquim Castanheira, Maria Christina Carvalho e Vicente Nunes, entre outros.

Os principais veículos (jornais e revistas) dedicados ao tema são as revistas Exame, IstoÉ Dinheiro, os jornais Valor Econômico, Gazeta Mercantil, Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), Diário Mercantil e Monitor Mercantil.

As editorias de economia dos principais jornais diários brasileiros são chamadas de "Economia & Negócios" no JB, "Dinheiro" na Folha de S.Paulo, "Economia & Negócios" em O Estado de S.Paulo, "Economia" em O Globo, "Economia" em O Dia, "Economia" no Zero Hora, "Economia" no Estado de Minas, "Economia" em A Tarde, "Economia" no Diário de Pernambuco, "Economia" no Correio Braziliense e "Economia" em O Popular, "Economia" no O Povo e "Negócios" no Diário do Nordeste.

Chama-se jornalismo de cidade a especialização da profissão jornalística relativa à cobertura de fatos e eventos no contexto local. Normalmente, considera-se que estes assuntos não seriam de interesse para públicos de outras localidades, ou tampouco num nível nacional ou internacional.
Peculiaridades

Em geral, o âmbito de cobertura do noticiário local diz respeito ao espaço geográfico de um município, distrito ou, em casos maiores, a regiões metropolitanas e estados ao redor de uma cidade.

No entanto, determinados fatores podem "elevar" a importância de um fato local e fazê-lo ser destaque no escopo do noticiário nacional ou mesmo no exterior — entre tais fatores estão, por exemplo, o grau de inusitado de um fato ou a importância geopolítica do local onde ocorreu. Neste caso, a notícia será publicada na seção Cidade da imprensa local e nas seções Nacional e Internacional da mídia de outras cidades e países, respectivamente.

Para cobrir notícias locais que tenham interesse ampliado nacionalmente, jornais e outros veículos de imprensa costumam manter redações sucursais em cidades estratégicas.

No Brasil, as editorias que publicam o noticiário local costumam ser chamadas de Cidade, Cotidiano, Local, Regional ou ainda batizadas com o nome da cidade-sede do veículo (como a editoria Rio do jornal O Globo e Fortaleza do jornal O Povo).

Nos EUA, cunhou-se o termo "hiperlocal" para se referir à cobertura de notícias em nível ainda menor que o das cidades, como o Jornalismo de bairro e comunitário.

O Jornalismo de Cidade é considerado mundialmente como a principal "escola" de reportagem e passagem inicial obrigatória na experiência profissional do jornalista. É comum a crença, entre colegas da profissão, de que o repórter que souber fazer bem o noticiário local está apto a cobrir qualquer outro assunto ou lugar do mundo.
Temas

As pautas do Jornalismo de Cidade incluem a cobertura de eventos (acidentes, crimes, fatalidades, festas cívicas, problemas ambientais de âmbito local como poluição de praias e rios, etc.), as instituições que geram produtos e fatos (prefeituras, secretarias municipais, empresas e entidades municipais e regionais), as políticas públicas para a área (problemas de infraestrutura, trânsito, saneamento, saúde, educação) e o dia a dia da localidade.

A política em nível municipal ou de concelho (eleições, atividades da câmara de vereadores, secretarias e outros órgãos municipais) é muitas vezes coberta pelas equipes das editorias de Cidade, embora às vezes fique a cargo do Jornalismo Político.
Fontes

Como na maior parte das especializações jornalísticas, as fontes de Cidade são divididas entre protagonistas (personagens dos eventos e fatos locais), autoridades (prefeitos, vereadores, secretários, diretores de órgãos públicos, policiais), especialistas (educadores, sanitaristas, ambientalistas) e usuários (outros habitantes, moradores, vizinhos).
Funções específicas

Uma função essencial no Jornalismo de Cidade em várias redações de jornalismo diário é a do apurador ou escuta. Trata-se de um repórter que fica, dentro da redação, numa sala específica (sala de apuração) com aparelhos de escuta radiofônica sintonizados nas frequências utilizadas pelas polícias, pelos bombeiros e pela Defesa Civil. Quando ouvem um fato que pode servir para uma notícia, os apuradores confirmam a informação por telefone com as autoridades responsáveis (ou colegas em outros veículos) e comunicam a seus chefes que, se necessário, deslocam um repórter para o local do crime ou acidente.

Sobre esta função, ver também o artigo específico Cobertura policial.
Jornalismo de Cidade no Brasil

No Brasil, praticamente todos os jornais diários são de âmbito local, mesmo os que se distribuem em circulação nacional (como a Folha de S.Paulo e O Globo). Já revistas semanais de circulação nacional, como a Veja, encartam em suas edições revistas locais para as maiores cidades (apelidadas de Vejinha). O carioca Jornal do Brasil criou, em 2004, cadernos específicos para suas sucursais em Brasília e Niterói.

As editorias de cidade dos principais jornais diários brasileiros são chamadas de "Cidade" no JB, "Cotidiano" na Folha de S.Paulo, "Metrópole" em O Estado de S.Paulo, "Rio" em O Globo, "Rio" em O Dia, "Paraná" na Gazeta do Povo, "Geral" e "Polícia" no Zero Hora, "Cidades-DF" no Correio Braziliense "Geral" no Estado de Minas, "Salvador" em A Tarde, "Vida Urbana" no Diário de Pernambuco, "Atualidades" e "Polícia" em O Liberal, e "Cidade" no Diário do Nordeste, "Fortaleza" no O Povo, "Cidades" em O Popular.

Na televisão, quase todas as redes dividem seus noticiários em locais e nacionais. As notícias locais que são julgadas como de interesse nacional são produzidas pelas sucursais (ou afiliadas) e acabam repetidas no telejornal em rede.

Chama-se jornalismo científico a especialização da profissão jornalística nos fatos relativos a ciência, tecnologia, informática, arqueologia, astronomia e exploração espacial, e outras atividades de pesquisa.

É importante, portanto, atentar para as duas partes da expressão e que definem o conceito: Jornalismo e o Científico. Isto é importanto, porque podemos encontrar textos jornalísticos ou outros materiais sobre temas da ciência e tecnologia que não são considerados Jornalismo Cientifico. A isto chamamos divulgação científica.

Divulgação Científica e Jornalismo Científico não são a mesma coisa, embora estejam muito próximos. Ambos se destinam a público fora da esfera da ciência, mas o primeiro não é jornalismo. O jornalismo científico, aliás, é uma especialização da divulgação científica que obedece ao padrão de produção jornalística.

O jornalismo científico, que em primeiro lugar deve ser considerado jornalismo. depende estritamente de alguns parâmetros que tipificam o jornalismo, nomeadamente a periodicidade, actualidade e difusão colectiva. O Jornalismo Científico é próximo de outras atividades semelhantes, como a divulgação científica, porém distinto na medida em que não apenas informa o público sobre ciência mas procurar trazer reflexões e discussões atualizadas sobre ciência, tecnologia e sua relação com a sociedade.

Esta vertente do jornalismo ganhou muito com a Internet, pois esta veio permitir uma divulgação mais alargada.

No Brasil, em diversos veículos nos quais não há uma editoria própria para Ciência & Tecnologia, há um costume de subordinar a cobertura de Ciência e Saúde à editoria de Internacional, por causa do conteúdo estrangeiro enviado por agências de notícias, enquanto a cobertura de Tecnologia e Informática fica a cargo da editoria de Economia, por causa da abordagem econômica e utilitária das inovações tecnológicas.

Um exemplo de editoria semanal de ciência é o "Milenium" no Correio da Paraíba.

As primeiras coberturas de ciência e tecnologia surgiram por volta de 1850, na realização das Exposições Universais de Indústria, na Europa, nos EUA e, a partir do final do século XIX, no Brasil. O jornalismo científico só ganhou status de especialização temática e editoria separada, porém, com as inovações tecnológicas após a Segunda Guerra Mundial (no primeiro mundo) e, a partir da década de 1970, nos países em desenvolvimento.

Em países do primeiro mundo, são referência nesta área as revistas Newscientist, Popular Science, National Geographic The Scientist e Scientific American.

No Brasil existem, desde a década de 1980, as revistas Ciência Hoje, Superinteressante, Galileu, Ciência e Cultura e, mais recentemente, a Scientific American do Brasil, Pesquisa Fapesp, ComCiência e Astronomy.
Temas

As pautas do Jornalismo Científico incluem a cobertura de eventos (descobertas científicas, marcos no desenvolvimento tecnológico, curiosidades), as instituições que geram produtos e fatos (universidades, laboratórios, setores de Pesquisa & Desenvolvimento de empresas privadas, fundações de amparo à pesquisa, entidades de fomento), as políticas públicas para a área (leis, regulamentações, financiamentos públicos, editais de apoio a pesquisas), os problemas da sociedade, as polêmicas ao redor de questões científicas e tecnológicas, o dia-a-dia do setor, além do cotidiano em geral.
Fontes

Como na maior parte das especializações jornalísticas, as fontes de Ciência e Tecnologia são divididas entre protagonistas (pesquisadores, desenvolvedores), autoridades (ministério e secretaria de Ciência e Tecnologia, Saúde e outras áreas do Estado que utilizem inovações científicas e tecnológicas), especialistas (cientistas) e usuários (pacientes, cobaias, consumidores e quem utiliza as inovações científicas).
Jornalismo Científico no Brasil

No Brasil, alguns dos maiores expoentes profissionais em Jornalismo Científico são, na área acadêmica William Dias Braga, Wilson da Costa Bueno, Luisa Massarani, Sonia Aguiar e Carlos Vogt, além dos divulgadores de ciência Marcelo Gleiser, Marcelo Leite e Ulisses Cappozolli.

Os principais veículos (jornais e revistas) dedicados ao tema podem ser divididos em dois grupos:

    As revistas científicas de caráter estritamente acadêmico. São geralmente comercializadas em formato impresso ou, mais recentemente em formato eletrônico. Em quase sua totalidade, estas publicações estão ligadas a instituições de ensino superior ou entidades de pesquisa como, por exemplo, Ciências & Cognição [1] , e
    As revistas de divulgação científica, mais voltadas para o público leigo, difundindo o conhecimento científico de modo acessível. Estas, na maioria das vezes, podem ser encontradas em bancas de jornais e revistas, tais como Ciência Hoje e Ciência Hoje das Crianças, Superinteressante, Mundo Estranho, Galileu (ex-Globo Ciência), Biotecnologia e Viver, Mente&Cérebro, Pesquisa Fapesp, Scientific American do Brasil, Astronomy e Ciência Brasil - [2] .

Na televisão, alguns canais e programas de referência são o Globo Ciência e o Globo Universidade, ambos da TV Globo.

No Rádio: Rádio Unesp-FM (www.radio.unesp.br), Rádio UFMG Educativa (www.ufmg.br/radio) e Rádio UNIFEI (www.unifei.edu.br/radio) - possui diversos programas de divulgação científica e um noticiário diário de educação, ciência e tecnologia).

Jornalismo cultural é o nome que se dá à especialização da profissão jornalística nos fatos relacionados à cultura local, nacional e internacional, em suas diversas manifestações - como artes plásticas, música, cinema, teatro, televisão, folclore e afins. Os textos escritos para a editora de cultura podem trazer uma reflexão sobre os movimentos culturais, aspectos históricos e características com aprofundamento.

As primeiras coberturas de cultura surgiram por volta do século XVIII, na França, com os panfletos literários e revistas dirigidas especificamente para o público feminino. Algumas das referências em jornalismo de música pop são a estadunidense Rolling Stone e a britânica New Musical Express: NME.

No Brasil, a maior parte dos grandes jornais dedica à cultura um caderno diário, geralmente encartado junto ao caderno principal — é o caso do Jornal do Brasil (Caderno B), do Diário do Nordeste (Caderno 3), da Folha de S.Paulo (Folha Ilustrada), do O Povo (Vida & Arte), de O Estado de São Paulo (Caderno 2) e de O Globo (Segundo Caderno). Outros publicam um caderno semanal, como os diários económicos Gazeta Mercantil, Valor Económico e o Jornal do Commercio.
Temas

As pautas do jornalismo cultural incluem toda a área cultural, literatura, música, artes plásticas, teatro, televisão e a cobertura de eventos (festivais, exposições, vernissages), as instituições que geram produtos e fatos (produtoras de cinema, estúdios, galerias, museus, bibliotecas, teatros, gravadoras), as políticas públicas para a área (secretarias e ministérios da Cultura e da Educação) e o dia-a-dia do sector.

Para receber notícias de cultura estrangeira, os veículos geralmente dependem de agências de notícias. Em alguns casos possuem correspondentes estrangeiros ou enviam jornalistas aos países.
Fontes

Como na maior parte das especializações jornalísticas, as fontes do jornalismo cultural são divididas entre protagonistas (artistas, produtores culturais, curadores, empresários), autoridades (secretários de cultura, funcionários públicos, diretores de fundações, museus e bibliotecas), especialistas (críticos, teóricos, historiadores de Arte) e usuários (o público).
Crítico cultural

Uma função específica do jornalismo cultural é o crítico, que escreve análises críticas e comentários sobre determinada obra ou artista. Geralmente, o crítico se especializa numa determinada arte ou estilo e procura ter um sólida formação teórica (ou académica) para fundamentar as suas opiniões. O texto da crítica é normalmente subjectivo, mas com fundamento. Pela informação técnica que o crítico coloca em suas matérias, o leitor terá mais dados para fazer a sua própria avaliação.

Entre os críticos culturais mais relevantes do Jornalismo, destacam-se:

    Críticos de cinema: Antonio Gonçalves Filho , Moniz Vianna, Sérgio Rizzo, Sergio Augusto, Rubens Ewald Filho, José Carlos Avellar, Luiz Carlos Merten, Christian Petterman, Renato Lemos e Carlos Helí de Almeida (Brasil), além de André Bazin, Alain Resnais (França), Pauline Kael, Roger Ebert, (EUA)
    Críticos de música: Tárik de Souza, Sílvio Essinger, João Máximo, Artur Dapieve, Lúcio Ribeiro, Lauro Machado Coelho (Brasil)
    Críticos de Arte: Antônio Gonçalves Filho, Olívio Tavares de Araújo, Ferreira Gullar, Sheila Leirner, Michael Kimmelman (EUA)
    Críticos de Teatro: Oscar Araripe, Bárbara Heliodora, Yan Michalski, Sábato Magaldi, Van Jaffa, Fausto Wolff, Paulo Francis, Henrique Oscar,

Jornalismo esportivo é a especialização da profissão jornalística nos fatos relacionados aos esportes, ginástica, jogos, hobbies e outras atividades de exercício físico.

O Jornalismo Esportivo é uma especialização que lida com alto grau de risco de parcialidade, pois tanto jornalistas quanto leitores têm preferências por determinados times ou atletas. Por isso, o profissional da área deve tomar cuidado com a paixão ou repúdio que seu texto pode facilmente provocar no público (e em colegas).
Temas

As pautas do Jornalismo Esportivo incluem a cobertura de eventos (Jogos Olímpicos, Copas do Mundo, campeonatos, competições, treinos, contratações de jogadores e técnicos), as instituições que geram produtos e fatos (comitês olímpicos, federações esportivas, clubes, torcidas), as políticas públicas para a área (Ministério do Esporte, secretarias do Esporte, construções de estádios, quadras e áreas de lazer) e o dia-a-dia do setor.

No Brasil, o esporte que domina a esmagadora maioria das pautas em Jornalismo Esportivo é o futebol, . Em diversos jornais e revistas não-especializados em Esporte, há uma divisão entre o futebol e os demais esportes, agrupados todos sob a denominação genérica de "esportes amadores" (embora grande parte deles seja já profissionalizada).
Fontes

Como na maior parte das especializações jornalísticas, as fontes de Esporte são divididas entre protagonistas (atletas, dirigentes de clubes e de entidades esportivas), autoridades (ministro, secretários, diretores de órgãos públicos), especialistas (médicos, fisioterapeutas, pesquisadores em esporte, profissionais de educação física) e usuários (torcedores).
Crônica esportiva

Uma função específica do Jornalismo Esportivo é o Cronista Esportivo, um jornalista especializado em narrar momentos e lances de um jogo ou competição sob a forma de crônica, um texto mais leve e literário.

O principal cronista esportivo da história brasileira foi Nelson Rodrigues.

O maior cronista desportivo da história em Portugal é António Ribeiro Cristóvão.

A crônica é um estilo que, por si só, tem a capacidade de dar tom ficcional e romântico a um fato. A emoção com que os grandes cronistas escreviam cabia perfeitamente no futebol, esporte que sempre despertou os mais variados sentimentos naqueles que o acompanham de perto.

Os autores conseguiam trazer esta emoção dos campos para os folhetins e periódicos da época, o que dava a seus textos uma grande popularidade entre os apaixonados por futebol. O esporte não tinha muito espaço na mídia, espaço que foi conquistado conforme a paixão crescia.

Pode-se dizer que as crônicas contribuíram para o crescimento dessa paixão, mas existem alguns questionamentos quanto a ligação dessas crônicas com o Jornalismo.

Alguns princípios básicos do jornalismo, como a busca pela verdade e a imparcialidade, fugiam a alguns textos de Nelson Rodrigues. Torcedor fanático do Fluminense, Nelson preferia emoção à razão. Era míope, tinha a visão muito prejudicada, o que o impedia de analisar completamente uma partida de futebol e comprometia a veracidade do texto.
Grandes coberturas

No jornalismo esportivo, pelo menos duas grandes coberturas de nível mundial se alternam a cada quatro anos: a Copa do Mundo de Futebol e os Jogos Olímpicos. A primeira é o maior evento de futebol do planeta, sediado em um país de cada vez, e acontece nos anos pares com final não-divisível por 4 (90, 94, 98...). Já as olimpíadas ocorrem nos anos terminados em múltiplos de 4 (88, 92, 96...), sediadas em uma única cidade. Durante estes eventos, a imprensa de inúmeros países do mundo envia repórteres e correspondentes para cobrir o desempenho de seus atletas e dos adversários. No entanto, a concentração de jornalistas esportivos numa olimpíada é muito maior do que numa Copa do Mundo, já que os profissionais estão em uma só cidade e há muito mais países participantes. Por isso, as coberturas de Jogos Olímpicos exigem grande estrutura e recursos, tanto para a cidade-sede das competições quanto para as empresas jornalísticas.
Jornalismo esportivo no Brasil

No Brasil, a esmagadora maioria do espaço no Jornalismo Esportivo é preenchida por matérias sobre futebol, o esporte mais popular no país. O restante é dedicado aos chamados Esportes Amadores, ainda que constem entre eles o vôlei, o futsal e o basquete, que já são bastante profissionalizados.

Alguns dos maiores expoentes profissionais brasileiros em Jornalismo Esportivo (entre jornalistas, colunistas , locutores e pesquisdores) são: Orlando Duarte, Juca Kfouri, Fernando Calazans, Jorge Guimarães, Pedro Ernesto Denardin, Luis Carlos Reche, Nando Gross, Lucas Pereira (jornalista), Fabiano Baldasso, professor Ruy Carlos Ostermann, Lauro Quadros, David Coimbra, Antônio Maria, Antero Greco e Alberto Helena Júnior (impresso); José Carlos Araújo, Eraldo Leite, Osmar Santos, Oduvaldo Cozzi, Orlando Baptista, Luciano Andrade, Luis Mendes, Luiz Penido e Washington Rodrigues (rádio); Luciano do Valle, Fernando Vanucci, George Guilherme, Léo Batista, José Italiano, Jorge Kajuru, José Trajano, João Pedro Paes Leme, Mylena Ciribelli, Marcos Uchôa, Milton Neves, Mauro Cezar Pereira, Sergio Mauricio, Rafael Copetti dos Santos, Ricardo Vidarte, Rafael Silveira, Andrei Kampff, Régis Rösing, João Guilherme, Tino Marcos, Mário Filho, Tadeu Schmidt, Tiago Leifert, Leroy Ackermann, Fernando Kallás, Luís Nachbin, Mauro Beting, Paulo Vinícius Coelho, Paulo Calçade, Patrícia Rangel (pesquisadora), Marco Paschoal (colunista).

Entre os já falecidos, houve João Saldanha, Armando Nogueira, Pedro Carneiro Pereira, Cândido Norberto, Fiori Gigliotti, Mário Filho, Armando Oliveira e Clemente Comandulli.

Os principais veículos (jornais e revistas) dedicados ao tema são os jornais Lance! e Jornal dos Sports, além das revistas Placar, Revista Goool e Trivela. A TV Bandeirantes foi, nas décadas de 1980 e 1990, especializada em esportes, utilizando o slogan "o canal do esporte". Na TV por assinatura, existem ainda o SporTV (canal Globosat), a ESPN e a ESPN Brasil, além do Bandsports (do grupo Bandeirantes). Na televisão, alguns canais de referência são o ESPN Brasil, SporTV, BandSports, Combate e PFC e os programas Globo Esporte, Esporte Espetacular, Auto Esporte e Stock Car (de automobilismo), todos da TV Globo. Já na Internet a também sites que abordam o assunto: FinalSports, ClicRBS, 4.3.3, Papo de Bola, O Gol (www.ogol.com.br) Esporte Interativo, RS ESPORTE (www.rsesporte.com), Intermediaria Esportes (intermediaria.vai.la), entre outros.

O Jornalismo Esportivo no Brasil ainda é uma especialização exercida principalmente por homens, mas o número de mulheres vem crescendo. Nomes como Cristina Lyra, Roberta Santana, Débora de Oliveira, Eduarda Streb, Mylena Ciribelli, Milly Lacombe, Paloma Tocci, Renata Cordeiro, Renata Fan, Soninha e Vanessa Riche.

Chama-se Jornalismo Ambiental a especialização da profissão jornalística nos fatos relativos ao meio ambiente, à ecologia, à fauna, à flora e à natureza em geral.

As primeiras coberturas específicas sobre o meio ambiente surgiram após a Segunda Guerra Mundial, quando a ecologia ganhou força como tema de relevância mundial, inicialmente no Primeiro Mundo e, na década de 1980 e principalmente após a conferência Rio 92, no Terceiro Mundo.
Temas

As pautas do Jornalismo Ambiental incluem a cobertura de eventos (desmatamentos, cataclismos, iniciativas ecológicas, crimes ambientais e outros), as instituições que geram produtos e fatos (ONGs, universidades, empresas que agem sobre o meio ambiente), as políticas públicas para a área (órgãos públicos, ministérios, secretarias, institutos de proteção ambiental e biológica) e o dia-a-dia do setor. Campanhas públicas de conscientização ambiental ou causas ecológicas (como o Live Earth e a Hora do Planeta) também são fatos específicos deste tipo de cobertura.
Fontes

Como na maior parte das especializações jornalísticas, as fontes de Jornalismo Ambiental são divididas entre protagonistas (movimentos ambientalistas, ecologistas, entidades que cometem crimes ambientais), autoridades (ministros, secretários, diretores de órgãos públicos), especialistas (pesquisadores, biólogos, zoólogos, botânicos, agrônomos) e usuários (população). Especificamente, podem ser fontes úteis para o jornalista da área os membros do Partido Verde local.
Jornalismo Ambiental no Brasil

No Brasil, alguns dos profissionais em Jornalismo Ambiental são André Trigueiro, Ulisses Nenê, Juarez Tosi, Tânia Malheiros, Paulo Adario, Vilmar Berna, Roberto Villar Belmonte, Hiram Firmino, Carlos Tautz, André Muggiati, Carlos Matsubara, Dal Marcondes, Silvia Franz Marcuzzo,Luciano Lopes, Vinícius Carvalho e outros. Na área acadêmica já existem diversos trabalhos de pesquisa e iniciativas para o fortalecimento da formação neste campo, como a disciplina de Jornalismo Ambiental da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ministrada pela professora Ilza Maria Tourinho Girardi, a primeira disciplina desta natureza em uma universidade pública brasileira. O professsor Wilson Bueno, da Universidade Metodista de São Paulo, também tem se dedicado a esta área, mantendo pesquisas, sites e publicações.

Os principais veículos dedicados ao tema no Brasil são portais da internet, tais como EcoAgência, Meio Ambiente Hoje, Agência Envolverde, Jornal do Meio Ambiente, também com versão impressa, JB Ecológico, Revista Ecológico,Ambiente JÁ, O Eco, Estação Vida, Revista Eco 21, [1]. Veículos da mídia tradicional fazem uma abordagem esporádica das questões ambientais.

Na televisão, alguns canais e programas de referência são o Globo Ecologia e o Globo Mar, ambos da TV Globo, e o Cidades e Soluções (do canal Globo News).

Em nível nacional, os profissionais engajados na temática ambiental estão reunidos na Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental (RBJA), um grupo de discussão virtual baseado no Yahoo Groups.

Chama-se Jornalismo Educacional a especialização da profissão jornalística nos fatos relacionados à educação, ao ensino, à pedagogia, à vida escolar, colegial e universitária.
Temas

As pautas do Jornalismo Educacional incluem a cobertura de eventos (vestibulares, greves de professores, manifestações estudantis, problemas em escolas públicas e particulares, cotidiano escolar), as instituições que geram produtos e fatos (escolas, colégios, liceus, educandários, creches, faculdades, universidades), as políticas públicas para a área (Ministério da Educação, secretarias estaduais e municipais de Educação, entidades de fomento à pesquisa e ao ensino) e o dia-a-dia do setor.
Fontes

Como na maior parte das especializações jornalísticas, as fontes de Educação são divididas entre protagonistas (professores, diretores de escola, reitores), autoridades (ministro e secretários de Educação e seus funcionários), especialistas (pedagogos) e usuários (alunos).
Jornais escolares

Os jornais escolares, ou seja, produzido pelos próprios estudantes de uma escola ou faculdade (independentemente ou por meio de suas entidades de representação discente: grêmios e centros acadêmicos) são também uma fonte útil para o jornalista que cobre o setor. Estas publicações podem fornecer idéias para pautas, informações contextualizadas e atualizadas sobre tendências ou fatos da vida escolar, além de um pouco de inside information.
Jornalismo Educacional no Brasil

No Brasil, a cobertura de Educação é muitas vezes restrita ao vestibular (concurso para ingresso nos cursos universitários de graduação e licenciatura). Um dos maiores expoentes profissionais brasileiros em Jornalismo Educacional é o jornalista Gilberto Dimenstein, que não apenas escreve sobre o setor como também colabora com programas de renovação pedagógica. Os principais veículos dedicados ao tema são a revista Nova Escola, o jornal carioca Folha Dirigida e os catálogos Guia Abril do Estudante e Aulas e Cursos. No jornal O Globo, a repórter Ediane Merola é especializada na área.

É preciso cuidado ao falar do Jornalismo Educacional no Brasil. O tema requer muito estudo e pesquisa. No Rio de Janeiro, vários jornais se dedicaram ao jornalismo educativo. A começar pelo Diário de Notícias, com Cecília Meireles. O Jornal dos Sports também teve uma longa história nesta trajetória.

Uma pesquisa vem sendo realizada, neste sentido, por um grupo de jornalistas que trabalhou na década de 1990 em importantes jornais cariocas, como o Jornal dos Sports, O Dia, a Folha Dirigida, O Globo, o Jornal do Brasil. Vários repórteres merecem destaque: Adolfo Martins, Paulo Fernando Figueiredo, Ana Mascia Lagoa, entre outros.

As editorias de educação dos principais jornais diários brasileiros são chamadas de "Vestibular" em O Globo, "Fovest" na Folha de S.Paulo, "Vestibular" no Zero Hora e "Gabarito" no Correio Braziliense.

Na televisão, alguns canais e programas de referência são o Canal Futura, os programas Globo Educação e Globo Universidade (todos da TV Globo), o Tecendo o Saber e o Telecurso.

Imprensa rosa é o nome que se dá, genericamente (e principalmente na Europa), aos veículos de imprensa especializados em cobrir o cotidiano das pessoas, sejam celebridades ou gente comum, bem como à especialização da profissão jornalística em hábitos de comportamento
Revistas de celebridades

As chamadas revistas de celebridades são focadas na vida íntima de pessoas conhecidas na sociedade, como membros da elite, milionários, figuras do chamado Jet-set, atores e atrizes de TV, cantores, músicos, cineastas e artistas em geral. Às vezes, estas revistas são criticadas por fazerem sua cobertura de forma intrusiva e cometer invasão de privacidade de pessoas que, embora famosas, não querem ter sua intimidade devassada. Muitos personagens, por outro lado, se oferecem para dar entrevistas e posar para fotos, compactuando com o chamado "culto à celebridade".

Dois exemplos de editorias semanais de celebridades são a "Revista da TV" no Correio da Paraíba e no jornal O Globo.

No Brasil, as mais famosas são a revista Caras, VIP, Quem, ISTOÉ Gente e Contigo!. Na França, uma revista típica é a Point de Vue, especializada em personalidades das casas reais e dinásticas européias.
Coluna Social

A Coluna Social é uma seção típica de grandes jornais e costuma trazer notas e fotos sobre personalidades da elite (de uma cidade, região ou país). Não raro, colunas sociais são criticadas por alimentarem boatos, rumores e fofocas. Além dos jornais, as colunas sociais também costumam ser bastante empregadas na televisão, através de programas em que os repórteres, ou até mesmo o próprio apresentador, costumam entrar em festas da alta-sociedade, entrevistando todas as personalidades presentes em cada evento.

No Brasil, Amaury Jr., Otávio Mesquita, Ibrahim Sued, Ricardo Boechat, César Tartaglia, Heloísa Tolipan, Hildegard Angel, Chris Flores, Márcia Peltier,Sônia Abrão, Ancelmo Gois e Joaquim Ferreira dos Santos são ou foram colunistas sociais famosos.

Em Portugal, alguns dos mais conhecidos colunistas são Cláudio Ramos, José Castelo-Branco, Carlos Castro e Paula Bobone, João Malheiro, Cinha Jardim, Lili Caneças ou José Figueiras.
Comportamento

Em Jornalismo, chama-se de Comportamento o tipo de pauta que aborda hábitos sociais, sejam de consumo, de alimentação, de leitura, de cultura, de entretenimento, de passeios, de viagens ou outros quaisquer.

Um exemplo de editoria semanal de comportamento é a "Homem & Mulher" no Correio da Paraíba.

Na televisão, alguns canais e programas de referência são o Viva, o GNT Fashion, o Decora Brasil e o Alternativa: Saúde (todos do canal GNT).
Saúde

A cobertura em Saúde (geralmente, numa perspectiva social e coletiva) envolve doenças, tratamentos, métodos de prevenção, hábitos alimentares e exercícios físicos.

As revistas especializadas da área incluem a Saúde! e Vida Simples, da editora Abril, Corpo a Corpo e Viva Saúde, da editora Símbolo, Cuidados pela Vida, Dieta Já, Atualização Médica, Estilo Natural, Intramed, Maturidade, Percurso, além da extinta Manchete Saúde, da Bloch Editores.

Na televisão, um programa de referência é o Você Bonita, da TV Gazeta.
Família

Em editorias de Comportamento ou revistas especializadas, a cobertura de Família pode ser tanto sobre a vida conjunta em família, hábitos domésticos, quanto segmentada por estereótipos de gênero e faixa etária — ou seja, o que fazem a mulher, a criança, o adolescente, o homem e o idoso.

As revistas especializadas nesta área incluem Crescer, da editora Globo, Noivas, Meu Nenê e Gravidez Feliz, da editora Símbolo, além da extinta Pais e Filhos, da Bloch editores.

Na televisão, um programa de referência é o Um Bebê por Minuto, no Discovery Home & Health.
Moda

A cobertura de moda exige conhecimento detalhado sobre vestuário, indumentária, tipos de tecidos e costuras, estilismo, história da arte, estética e design, entre outros. No Brasil, alguns expoentes desta especialização são Iesa Rodrigues, Mara Caballero e Beth Costa.

As revistas especializadas nesta área incluem a Manequim e Estilo de Vida, da editora Abril, Moda Moldes da editora Globo, além da extinta Desfile, da Bloch editores.

Na televisão, um programa de referência é o Esquadrão da Moda, no SBT
Culinária e Gastronomia

Em diversos jornais e revistas, a editoria de Comportamento, Família ou Feminino inclui também a cobertura de gastronomia (inaugurações de restaurantes, novos pratos, festivais, cursos, visitas de chefs estrangeiros e outros eventos relacionados). Às vezes, esta cobertura é associada com a editoria de Turismo, que tem maior oportunidade de conhecer cozinhas estrangeiras. Os veículos também podem praticar a Crítica Gastronômica, em que um prato ou um estabelecimento são comentados por alguns especialistas. No Brasil, a principal crítica nesta área é a jornalista Danusia Barbara. Ver, sobre este assunto, o artigo Crítica.

As mesmas seções podem, ainda, conter indicações de nutricionistas e receitas culinárias para os leitores executarem em casa.

As revistas especializadas da área incluem a Ana Maria e Claudia Cozinha, da editora Abril, Menu, da editora Três, mais Basilico e Gula.

Na televisão, alguns canais e programas de referência são o Food Network e o Tempero de Família, Que Seja Doce e Cozinha Prática, todos do canal GNT.

Chama-se jornalismo de turismo a especialização da profissão jornalística nos fatos relacionados ao Turismo, à Hotelaria, aos Transportes de longa distância e à indústria do Entretenimento.

Teoricamente, o Jornalismo de Turismo deveria ser feito com viagens ao local de cada matéria. Como isto é caro e pouco vantajoso para os veículos de imprensa, cada vez mais as reportagens sobre o setor têm sido feitas a distância, com a apuração do repórter realizada dentro da redação, por telefone ou internet.

Parte significativa das matérias produzidas para as editorias de Turismo é feita pelos correspondentes no exterior ou mesmo em outras cidades do país.
Temas

As pautas do Jornalismo de Turismo incluem a cobertura de eventos (festas, eventos típicos, folclore, cerimônias públicas, culturais ou religiosas, feiras, congressos, inaugurações de estabelecimentos), as instituições que geram produtos e fatos (hotéis, parques de diversões, agências de turismo, transportadoras, companhias aéreas, operadoras de cruzeiros), as políticas públicas para a área (ministérios, secretarias) e o dia-a-dia do setor.
Fontes

Como na maior parte das especializações jornalísticas, as fontes de Turismo são divididas entre protagonistas (agentes de turismo, empresários do ramo), autoridades (ministros, secretários, diretores de órgãos públicos, diplomatas, alfândegas, polícias), especialistas (pesquisadores) e usuários (turistas).
Jornalismo de Turismo no Brasil

No Brasil, alguns dos principais veículos (jornais e revistas) dedicados ao tema são as revistas Viagem e Turismo, da editora Abril, Família Aventura, Próxima Viagem e o jornal Folha do Turismo, no Rio de Janeiro. A revista estadunidense National Geographic é republicada pela editora Abril, além da extinta Geográfica Universal, da Bloch editores.

As editorias de turismo dos principais jornais diários brasileiros são chamadas de "Viagem" no JB, "Turismo" na Folha de S.Paulo, "Viagem & Aventura" em O Estado de S.Paulo,"Turismo" no Jornal da Tarde, "Boa Viagem" em O Globo, "Turismo" em O Dia, "Viagem" no Zero Hora, "Turismo" no Estado de Minas, "Viagem" no Diário de Pernambuco, "Turismo" no Correio Braziliense, "Turismo" na Gazeta do Povo, "Viagem & Lazer" no O Povo e "Turismo" no Diário do Nordeste.

Na televisão, alguns programas de referência são o Pelo Mundo, na GloboNews, o Vai Pra Onde, Lugar Incomum, o Sem Destino, o Nalu pelo Mundo e o Não Conta Lá em Casa (todos do Multishow) e o Expedições, da TV Cultura.

Chama-se Jornalismo Policial a especialização da profissão jornalística nos fatos criminais, judiciais, de segurança pública, do sistema penitenciário e em investigações policiais. No jargão interno da profissão, o setor é chamado de RePol (de REportagem POLicial). As matérias da cobertura policial são geralmente publicadas sob as rubricas das editorias de Cidade, Polícia ou JuPol (Justiça + Polícia).

As primeiras coberturas de Polícia surgiram por volta de meados do século XIX, nos jornais sensacionalistas da Inglaterra e dos Estados Unidos.

Os repórteres de polícia podem ou não utilizar técnicas de apuração do jornalismo investigativo.

Por lidar com crime e criminosos, muitas vezes de alta periculosidade, o Jornalismo Policial é uma especialização de alto risco para os profissionais, principalmente os repórteres apuradores que vão às ruas e se expõem aos criminosos e aos policiais. Além dos próprios bandidos, o jornalista desta área pode sofrer ainda retaliações ou ameaças de policiais corruptos.
Temas

As pautas do Jornalismo Policial incluem a cobertura de eventos (assassinatos, assaltos, furtos, seqüestros, tráfico de drogas, armas e animais, apreensões, desvios de dinheiro, estelionato e outros crimes; prisões, fugas, rebeliões em penitenciárias e carceragens, e ainda praticamente todo tipo de irregularidade legal), as instituições que geram produtos e fatos (polícias, presídios, tribunais de justiça, ministério público, ONGs), as políticas públicas para a área (ministério da Justiça, secretarias de segurança pública) e o dia-a-dia do setor.
Fontes

Como na maior parte das especializações jornalísticas, as fontes de polícia são divididas entre protagonistas (policiais, criminosos e suspeitos), autoridades (delegados, juízes, secretários), especialistas (advogados, criminalistas, juristas) e usuários (cidadãos comuns e vítimas).
Funções específicas

Uma função essencial no Jornalismo Policial em várias redações de jornalismo diário é a do apurador ou escuta. Trata-se de um repórter que fica, dentro da redação, numa sala específica (sala de apuração) com aparelhos de escuta radiofônica sintonizados nas freqüências utilizadas pelas polícias, pelos bombeiros e pela Defesa Civil. Quando ouvem um fato que pode servir para uma notícia, os apuradores confirmam a informação por telefone com as autoridades responsáveis (ou colegas em outros veículos) e comunicam a seus chefes que, se necessário, deslocam um repórter para o local.

Em dias e horários calmos, os apuradores telefonam para todas as delegacias e batalhões de polícia para perguntar se há novidades, em busca de notícias, numa técnica conhecida como ronda.

Há também os repórteres setoristas que fazem plantão em delegacias de polícia (ou comissariados) ou no Instituto Médico Legal local. Esta função, no entanto, diminuiu nos últimos anos com a redução das equipes nas redações e as novas tecnologias de comunicação que permitiram a apuração a distância e em tempo real.

Na televisão, alguns programas de referência são o Cidade Alerta, da Record e o Brasil Urgente, da Band.

Chama-se Jornalismo Jurídico a especialização da profissão jornalística nos fatos jurídicos, judiciais, legislativos, relativos à Justiça, ao Direito e à prática da advocacia, bem como o exercício de assessoria de imprensa para profissionais e escritórios de advocacia.

O Jornalismo Jurídico é uma área fortemente baseada em fatos, mas pode suportar um ponto-de-vista em alguma fonte do setor público ou privado. Crimes empresariais, criticismo ao governo, corrupção e questões sociais são tópicos de interesse freqüentes. Desta maneira, os jornalistas de advocacia servem ao interesse público de uma maneira semelhante ao jornalismo investigativo.

No Brasil, veículos de referência na área são os websites Consultor Jurídico e Última Instância e, na televisão, um canal de referência é a TV Justiça.
Temas

As pautas do Jornalismo Jurídico incluem a cobertura de eventos (julgamentos, trâmites de processos e seus andamentos, mudanças na lei), as instituições que geram produtos e fatos (Ordem dos Advogados, tribunais, fóruns), as políticas públicas para a área (Poder Judiciário, ministério da Justiça) e o dia-a-dia do setor.

No entanto, diversos especialistas afirmam que o Jornalismo Jurídico é extremamente suscetível a erros e informações equivocadas, principalmente por parte dos repórtes e redatores. Segundo a Profª Ana Filipa Matias, os erros frequentes nesta área são fruto do desconhecimento dos jornalistas sobre a legislação e as ciências jurídicas.

    A prática tem demonstrado a existência de um grande número de notícias incidentes sobre questões jurídicas para as quais os jornalistas não têm, pela sua formação específica, as bases habilitantes. Verifica-se, por isso, uma série de incorrecções e imprecisões linguísticas e técnicas na forma como as notícias são dadas, o que tem como consequência uma falta de rigor na informação. Esta ausência de rigor é, como facilmente se compreende, contrária aos princípios e orientações da profissão do jornalista.1

Fontes

Como na maior parte das especializações jornalísticas, as fontes de Justiça são divididas entre protagonistas (advogados, juízes, promotores, desembargadores, todos os tipos de magistrados), autoridades (ministros de Tribunais, ministro da Justiça), especialistas (juristas) e usuários (réus, queixosos).

Chama-se Jornalismo Empresarial a especialização da profissão jornalística na cobertura jornalística interna dos fatos de uma empresa, companhia ou corporação, bem como a produção de veículos jornalísticos voltados para circulação entre os próprios funcionários e executivos de uma ou mais empresas (jornais internos, boletins e house organs).

Jornalismo Empresarial é um ramo do Jornalismo Institucional (que inclui outras pessoas jurídicas de natureza não-lucrativa).

O Jornalismo Empresarial é um fenômeno típico e crescente da era da globalização, quando grandes empresas passam a se considerar tema suficiente para cobertura jornalística e decidem usar este tipo de atividade para se comunicar internamente com sua "comunidade" de empregados, clientes e parceiros, e também quando executivos se tornam numericamente suficientes para sustentar um público leitor.

É necessário contrastar as atividades de Jornalismo Empresarial com as de Assessoria de Imprensa.
Temas

As pautas do Jornalismo Empresarial incluem a cobertura de eventos (decisões administrativas, fusões, aquisições, demissões, festas da empresa, anúncios de lucro), as instituições que geram produtos e fatos (diretoria e todos os departamentos/seções da empresa), as políticas públicas para a área (leis, regulamentações sobre as atividades do setor em que a companhia atua, decisões judiciais que afetem a empresa) e o dia-a-dia do setor.

De forma geral, os diretores de uma empresa querem que seus órgãos internos noticiem apenas fatos positivos e que sustentem a integridade ou credibilidade da companhia, até para manter elevado o moral dos funcionários. Além disso, como lida com um público delimitado (e, em certos casos, diminuto), o jornalista desta área deve estar especialmente atento a meandros e sutilezas das "notícias" que publica, o que inclui vaidades, interesses escusos e relações de sigilo por trás de cada informação.
Fontes

Como na maior parte das especializações jornalísticas, as fontes do Jornalismo Empresarial são divididas entre protagonistas (empresários e executivos), autoridades (ministro e secretários da Fazenda, do Planejamento, da Indústria e Comércio), especialistas (economistas, consultores) e usuários (funcionários e clientes).
Particularidades

É imprescindível ter em mente que o Jornalismo Empresarial é de natureza institucional e jornalística. São essas as características que, juntas, vão definir a forma que a revista vai tomar: seu conteúdo, apresentação, estilo, periodicidade. Isso quer dizer:

                              [...] de uma lado, ele deve sustentar-se pelas qualidades do bom
                              jornalismo, como a periodicidade respeitada, a apuração rigorosa,
                              o texto informativo. Por outro lado, é necessário respeitar a in-
                              serção institucional [...] (LEMOS, Cláudia; GÁUDIO, Rozalia Del.
                              Publicações jornalísticas empresariais. In: DUARTE, Jorge (Org.).
                              Assessoria de imprensa e relacionamento com a mídia. 2. ed. São
                              Paulo: Atlas, 2003. Pag. 284)

Torquato do Rego cita o alemão Otto Groth para anunciar aquilo que caracteriza cientificamente o jornalismo: atualidade, periodicidade, universalidade e difusão coletiva.

Ao se falar de atualidade devemos considerar a da empresa e não da sociedade como um todo. Para algumas notícias, dois ou três dias são capazes de transformá-las em peças de museu. Na política, por exemplo, isso ocorre muito. Em uma instituição os acontecimentos se desenrolam de uma maneira mais lenta do que na sociedade. Um fato ocorrido há um mês ainda pode ser considerado como novidade.

Assim, a periodicidade de no jornalismo empresarial também deve levar em conta esses fatores. Não adianta planejar uma publicação semanal se a empresa não produz conteúdo suficiente para ser explorado. Mas ao mesmo tempo é necessário que a publicação seja editada em intervalos de tempos regulares e bem definidos.

O veículo empresarial deve ter em mente o público-alvo da instituição, é esse o universo de pessoas que se espera atingir. Não que a publicação não deva ter um conteúdo de interesse de toda a população. Mas seus esforços devem ser concentrados. Isso é uma maneira de não deixar que veículo fuja dos objetivos iniciais propostos.

O conteúdo deve ser balanceado entre informações institucionais e de interesse geral. Segundo Rego (REGO, Francisco Gaudêncio Torquato do. Jornalismo empresarial: teoria e prática. São Paulo : Summus, 1987) o excesso de informações institucionais tornaria a revista monótona e pouco lida.
Jornalismo Empresarial no Brasil

O Jornalismo Empresarial no Brasil teria nascido acompanhando o processo de industrialização, com primórdios nos anos 1940, expandindo-se na década de 1950 até se consolidar nos anos 1960.

A comunicação interna nas empresas teve impacto muito forte com a adoção das tecnologias digitais para comunicação, principalmente a internet e as intranets.

No Brasil, alguns dos maiores expoentes profissionais em Jornalismo Empresarial são Wilson Santarosa, Mario Polidoro, Carlos Alberto Barreto de Carvalho, Renato Manzano e Solange Fusco todos vencedores do Prêmio ABERJE em 2004.

Na televisão, alguns programas de referência são o Economia & Negócios, da Record News e o PEGN, da Globo.

Chama-se Jornalismo Sindical a especialização da profissão jornalística na cobertura jornalística interna dos fatos de um sindicato, uma central sindical ou qualquer associação que participe de campanhas trabalhistas, bem como a produção de veículos jornalísticos voltados para circulação entre os próprios profissionais sindicalizados (jornais sindicais, boletins e newsletters).

Jornalismo Sindical é um ramo do Jornalismo Institucional (que inclui outras pessoas jurídicas de natureza não-ativista e apolítica).

O Jornalismo Sindical surgiu com os primeiros movimentos operários (Jornalismo Proletário), que já utilizavam ativamente jornais mimeografados para expressar suas reivindicações e manifestos. Mais tarde, alguns jornalistas (principalmente aqueles envolvidos nas atividades de seus próprios sindicatos) se especializaram em produzir veículos de comunicação específicos para o sindicalismo.

É necessário contrastar as atividades de Jornalismo Sindical com as de Assessoria de Imprensa.
Temas

As pautas do Jornalismo Sindical incluem a cobertura de eventos (greves, campanhas salariais, demissões, negociações com patrões, festas do sindicato), as instituições que geram produtos e fatos (sindicatos, centrais sindicais, empresas, ONGs), as políticas públicas para a área (leis trabalhistas, regulamentações sobre as atividades do setor profissional do sindicato, decisões judiciais que afetem a profissão) e o dia-a-dia do setor.

Jornais sindicais, em geral, servem como veículo de propaganda e manifestações abertamente politizadas dos trabalhadores que os editam e, raramente, têm preocupação com imparcialidade editorial.
Fontes

Como na maior parte das especializações jornalísticas, as fontes do Jornalismo Sindical são divididas entre protagonistas (sindicalistas e patrões), autoridades (ministro e secretários do Trabalho, da Previdência, Justiça Trabalhista), especialistas (consultores) e usuários (profissionais sindicalizados).

Chama-se jornalismo comunitário a especialização da profissão jornalística nos fatos que ocorrem dentro de uma comunidade (bairro, distrito, povoado etc.) ou que sejam de interesse para os moradores desta. Também se define como o jornalismo praticado por membros de uma comunidade — como, por exemplo, no caso de jornais e rádios produzidos por moradores de uma favela.

É interessante comparar e diferenciar o Jornalismo Comunitário do jornalismo de bairros e do jornalismo cívico.

A princípio, pode-se afirmar que sempre existiu o jornalismo voltado para a comunidade, antes de assuntos de âmbito nacional ou mundial. Mas o Jornalismo Comunitário como é conhecido atualmente foi intensamente impulsionado pelo advento das novas tecnologias de comunicação (como internet, telefonia móvel e computadores portáteis) que tornaram mais acessível a produção de conteúdo para mídia (por exemplo, usando a editoração eletrônica para confeccionar jornais em casa e o correio eletrônico para distribuí-los). Além disso, nas últimas décadas do século XX houve um forte aumento dos trabalhos de organizações não governamentais na capacitação, no treinamento e no incentivo à formação de mídia em comunidades carentes.

Entretanto, embora na maioria das vezes entenda-se o Jornalismo Comunitário como praticado em áreas pobres, a especialidade não é exclusiva destas: um condomínio fechado de luxo, por exemplo, pode ter uma imprensa que não deixa de ser, a rigor, comunitária.
Peculiaridades

O Jornalismo Comunitário, além de focar na prestação de serviços (ver abaixo), também apresenta textos geralmente mais opinativos que os da grande mídia e das matérias jornalísticas canônicas. Por causa da proximidade entre jornalistas e leitores dentro da comunidade, é mais clara a identificação de interesses, opiniões e posicionamentos. As matérias e artigos de um veículo comunitário geralmente trazem comentários sobre os problemas que atingem a comunidade. Além disso, a redação costuma usar linguagem mais informal e coloquial, principalmente quando o público leitor tem baixo nível de instrução formal.

Os jornais, rádios e TVs comunitárias costumam basear-se fortemente no voluntariado, com repórteres e colaboradores que trabalham sem remuneração. Geralmente, estes veículos são sustentados por publicidade do comércio local ou patrocinados por entidades filantrópicas ou assistencialistas.

No Jornalismo Comunitário, é fundamental o trabalho de capacitação dos moradores em técnicas de jornalismo (como técnica de redação, edição e diagramação), para que eles mesmos possam elaborar e produzir suas publicações sem depender de ajuda externa. Esse trabalho é comumente realizado por ONGs e entidades de apoio à comunidade (raramente é feito pelo governo ou por empresas).
Temas

Por causa da precariedade de condições de vida em comunidades mais pobres, os temas mais comuns nesta área são os problemas sociais e de infraestrutura, como resíduos, saneamento, água, luz, telefonia, trânsito, obras, desabamento de prédios e deslizamentos de terra, entre outros. No entanto, é bom repetir que o Jornalismo Comunitário não é feito apenas em áreas carentes, mas em qualquer comunidade de pessoas.

É comum também a imprensa comunitária concentrar-se na prestação de serviços de utilidade pública ao leitor (vagas de trabalho, emprego, como ter acesso a serviços do Estado, incentivo à cidadania e à participação nas decisões da comunidade, etc.).

Além destas, as pautas do Jornalismo Comunitário incluem a cobertura de eventos (festas, comemorações, nascimentos, falecimentos), da política local (eleições para síndico ou para a associação de moradores), as instituições que geram produtos e fatos (associações de moradores, associações comerciais, prefeituras e secretariais), as políticas públicas para a área e o dia-a-dia da vizinhança.

Cabe ao Jornalismo Comunitário identificar as chamadas "necessidades" da comunidade e explorá-las em pautas que informem os moradores sobre as causas e possíveis soluções para esses problemas.
Fontes

Como na maior parte das especializações jornalísticas, as fontes da comunidade são divididas entre autoridades (síndicos, associações de moradores, prefeituras, secretarias municipais, órgãos locais de serviços públicos), especialistas (pesquisadores, cientistas, ambientalistas) e usuários (moradores).
No Brasil

Os principais veículos (jornais e revistas) dedicados ao tema são o jornal O Cidadão (publicado na favela da Maré, no Rio de Janeiro) e a revista Ocas, produzida e distribuída por moradores de rua nas maiores cidades brasileiras.

No Rio de Janeiro, a professora Raquel Paiva da UFRJ desenvolve pesquisa acadêmica e trabalhos de capacitação de imprensa comunitária dentro do "Laboratório de Estudos em Comunicação Comunitária".

Na USP, em São Paulo, é produzido o jornal Notícias do Jardim São Remo, feito por alunos do primeiro ano de jornalismo da Escola de Comunicações e Artes. É em formato tabloide e direcionado à população da comunidade Jardim São Remo, que fica próxima ao campus da Cidade Universitária, no Butantã.

Chama-se Jornalismo de Serviço as especializações da profissão jornalística em fornecer informações de utilidade imediata ao leitor.

O jornalismo de serviço também é extremamente comum nas editorias de Cultura, em que se divulgam a programação cultural (ou agenda cultural) de uma cidade, indicando horários, endereços, preços e outras informações úteis sobre sessões de cinema, apresentações de peças, shows, exposições, programas de TV e de rádio. Nos jornais e revistas, esta seção costuma ser impressa em letras muito pequenas e com blocos de texto montados lado a lado, fato pelo qual recebe o apelido de tijolinhos.

Uma extensão do jornalismo de serviço são as dicas de língua portuguesa (gramática, redação, interpretação de textos, redação oficial e figuras de linguagem).
Na televisão, um programa de referência é o SOS Português, da Boa Vontade TV.

Por lidar com informações de ordem prática, o jornalismo de serviço exige um grau de precisão muito maior do que as demais especializações.
Empregos
Temas

As pautas do Jornalismo de Empregos incluem a cobertura de eventos (greves, demissões, contratações, concursos públicos, processos seletivos), as instituições que geram produtos e fatos (empresas, agências de empregos, consultorias de recursos humanos, cooperativas, sindicatos e centrais sindicais), as políticas públicas para a área (Ministério do Trabalho, Ministério da Previdência, secretarias estaduais e municipais do Trabalho) e o dia-a-dia do setor.
Fontes

Como na maior parte das especializações jornalísticas, as fontes de Empregos são divididas entre protagonistas (empregadores, agências de empregos, sindicalistas), autoridades (ministro e secretários do Trabalho e da Previdência ou Seguro Social e seus funcionários), especialistas (analistas de recursos humanos) e usuários (trabalhadores e desempregados).
Jornalismo de Empregos no Brasil

As editorias de empregos dos principais jornais diários brasileiros são chamadas de "Empregos" na Folha de S.Paulo, "Boa Chance" em O Globo, "Empregos" no Zero Hora, "Empregos & Negócios" em A Tarde, "Emprego" no Estado de Minas, "Empregos" e "Guia de Profissões e Empreendedorismo" no Diário de Pernambuco, "Trabalho" no Correio Braziliense e "Concursos & Empregos" no Correio da Paraíba. O jornal trissemanal carioca Folha Dirigida é especializado em serviço de empregos, concursos públicos, cursos, estágio, trainee, jovem aprendiz, profissões e carreira.
Imóveis
Temas

As pautas do Jornalismo de Imóveis incluem a cobertura de eventos (compras e vendas de terrenos, demolições e implosões de prédios, falências de imobiliárias), as instituições que geram produtos e fatos (imobiliárias, corretoras, construtoras, empreiteiras, incorporadoras), as políticas públicas para a área (Ministério da Habitação, secretarias estaduais e municipais de Habitação, Urbanismo e Obras Públicas) e o dia-a-dia do setor.
Fontes

Como na maior parte das especializações jornalísticas, as fontes de Imóveis são divididas entre protagonistas (proprietários de imóveis, corretores de imóveis, síndicos de condomínios, empresas de segurança patrimonial, locatários), autoridades (ministro e secretários de Habitação e seus funcionários), especialistas (consultores, analistas de mercado imobiliário) e usuários (moradores, inquilinos).
Jornalismo de Imóveis no Brasil

As editorias de imóveis dos principais jornais diários brasileiros são chamadas de "Casa" no JB, "Imóveis" na Folha de S.Paulo, "Morar Bem" em O Globo, "Casa & Cia" no Zero Hora, "Imóveis" no Estado de Minas e "Imóveis" no Diário de Pernambuco.

Jornalismo Literário é uma especialização do jornalismo feita com a arte da literatura. Também é conhecido como literatura não ficcional.

A inserção deste modelo parte de uma preocupação constante em fazer um jornalismo que revele um mundo subjacente àquele encontramos nos noticiários. Onde a notícia utiliza-se da perspectiva subjetivista, elemento exaltado no texto do Jornalismo Literário, em complemento ao texto-objetivo proporcionado pelo Lead, se fez necessária a partir do momento que “o uso de técnicas da literatura na captação, redação, edição de reportagens e ensaios jornalísticos” pode obter uma minuciosa observação da realidade.
Aceitação

Um artigo da revista da Intercom (Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação) mostra o resultado de uma pesquisa com leitores. A mesma notícia foi exibida de quatro formas diferentes. Quando perguntados qual daquelas escritas eles mais gostaram, em primeiro lugar ficou o Jornalismo Literário, em último, o lead. O resultado desta pesquisa revela a aceitação ao jornalismo literário por parte do público leitor.

Esta forma de fazer jornalismo começaria a ser gestada no começo do século XX com poucas obras esparsas. Seu nascimento é creditado por volta de 1946, quando a edição da revista The New Yorker, de 31 de agosto de 1946, dedicou toda a edição para publicar o que se tornaria uma das principais referências em jornalismo literário: Hiroshima, de John Hersey. Pedro Gilberto Gomes, em O jornalismo alternativo no projeto popular, cita Cremilda Medina, afirmando que o equilíbrio entre inovação a serviço da expressividade e clareza a serviço da eficiência da mensagem é o segredo do diálogo possível na formulação e estruturação de uma matéria e na definição do foco narrativo.
Que trilhos o jornalismo literário já percorreu?

A prática oriunda da década de 60 encontrou em revistas como a Realidade e o Jornal Pasquim espaço necessário para firmar-se no Brasil com um gênero de reportagem e uma nova forma de escrita pouco conhecida, porém já atestada em outros países por nomes como Tom Wolfe, Gabriel Garcia Marques, José Saramago. Sergio Vilas Boas em “A hegemonia da aparência nas revistas” acrescenta que devemos aproveitar ao máximo o esplêndido legado de jornalistas-escritores como Gay Talese, Norman Mailer, Truman Capote, Marcos Faerman, José Hamilton Ribeiro, Roberto Freire e Luiz Fernando Mercadante, para citar apenas alguns norte-americanos e brasileiros.

Essa turma ajudou muito a oxigenar o jornalismo em revistas. No Brasil, o quadro político no pós-guerra só fez aprofundar os rumos do jornalismo literário: a exacerbação do fenômeno populista, as questões nacionalistas, as eleições, o crescimento da participação das massas urbanas na polarização que se intensificava, são elementos que deram aos órgãos de comunicação impressa um papel desatacado. E nesse conjunto, a simples objetividade da informação se revelava carente de recursos para que a imprensa pudesse acompanhar o ritmo da vida nacional. A prática do profissional de imprensa dos anos 60 trará consigo essa perspectiva. São elementos que se acreditam suficientes para explicar o surgimento da revista Realidade.

O livro “Revista Realidade”, escrito por J.S. Faro trata sobre a história e importância jornalística deste veículo lançado em 1966 pela Editora Abril. Objeto de constante ocupação e atenção de estudos acadêmicos na área da Comunicação Social. Realidade é sempre vista como um marco na história da imprensa brasileira e suas características são apontadas como tendências que deixaram um traço de qualidade que a produção jornalística não chegaria a repetir depois que a revista deixou de existir. A partir da leitura sobre a Realidade. Em, A hegemonia da aparência nas revistas, Sergio Vilas Boas, ressalta que nos anos 1960 e 1970, os praticantes do Jornalismo Literário em revistas ficaram conhecidos por realizarem reportagens, perfis, crônicas e ensaios com vivacidade, reflexão e estilo. Segundo Vilas Boas, os jornalistas inseriam diálogos com travessões e tudo; faziam descrições minuciosas - de lugares, feições, objetos etc.; alternavam o foco narrativo, ou seja, o narrador podia ser observador onipresente, testemunha e/ou participante dos acontecimentos; penetravam na mente dos seus personagens reais para reconstruir seus pensamentos, sentimentos e emoções com base em pesquisas e entrevistas verdadeiramente interativas.

    “... O jornalismo literário aperfeiçoou-se. Adquiriu, digamos, maior autoconsciência. Não podia ser diferente. Mais que uma técnica narrativa, o JL é também um processo criativo e uma atitude nos quais não cabem fórmulas, esquemas ou grupismos. São esses fatores que o projetam, hoje, como alternativa (óbvia) para arejar os conteúdos de jornais e revistas, principalmente, mas também de documentários audiovisuais, radiofônicos e até sites.” VILAS BOAS, JL e o Texto em Revista. Jornalite – Portal de Jornalismo Literário no Brasil. São Paulo, 2001.

Em 1943, Joel Silveira - um dos grandes nomes do Novo Jornalismo no Brasil - publicou na revista Diretrizes, em três edições sucessivas, uma antológica reportagem chamada “Grã-finos em São Paulo”. A matéria, resultado da observação direta do repórter, contato pessoal e entrevistas com fontes, desvendava a vida mundana da elite paulistana. Era tempo de reportagem na imprensa brasileira. Ao lado também de O Cruzeiro, Manchete e Fatos & Fotos, a mídia nacional consolidava uma tradição de grandes-reportagens, destacando-se também (e até) em diários como O Jornal, Diário Carioca, Correio da Manhã e O Globo, que, segundo Faro, “publicavam sucessivas matérias investigativas, não necessariamente denúncias, sobre assuntos momentâneos que polarizavam a opinião pública”.

Porém, nenhuma das publicações se assemelhou ao padrão de texto e nível de profundidade das matérias publicadas na Revista Realidade,

    “Por sua natureza e concepção, (a revista) esteve na origem da imprensa portadora de um estilo de resistência à ditadura militar (...). Apresentava um jornalismo de ambições estéticas, baseado na vivência direta do jornalista” The New Journalism, 2003, p. 47-48.

Para Roberto Civita, fundador e ex-editor da Realidade e atual presidente e editor da Editora Abril, a revista veio preencher um vácuo – ambicionado pela geração da época – quanto à insipiência das publicações questionando desde a política aos valores culturais vigentes. Para ele, outro fator de sucesso da publicação teria sido o vazio na área das revistas de informação não atualizada. Com 12 ou 13 reportagens em cada número, feitas com até três meses de antecedência, a revista abordava temas que correspondiam às preocupações e mudanças de valores da época.

    “O papel da Realidade era dizer as coisas que não eram ditas, fazer as perguntas que não eram feitas. Os jovens se entusiasmaram e se tornaram o grande público: adolescentes, universitários e jovens adultos(...). A circulação da revista era de meio milhão de exemplares vendidos em bancas. Tivemos três edições esgotadas. Acertamos sem nenhum estudo de mercado.” CIVITA, The New Journalism, 2003, p. 54

Na televisão, um programa de referência é o Iluminuras, da TV Justiça.

Dá-se o nome de Jornalismo Investigativo à prática de reportagem especializada em desvendar mistérios e fatos ocultos do conhecimento público que podem virar notícia.

O jargão jornalístico para notícias publicadas em primeira mão é "furo", que é muitas vezes fruto do trabalho do jornalismo investigativo.
Características do jornalismo investigativo
Classificação questionada

A própria classificação do jornalismo investigativo como uma área à parte do jornalismo é motivo de controvérsias. Alguns jornalistas, especialmente os das antigas gerações, consideram que, por sua natureza, toda reportagem é investigativa, pois em essência envolve a apuração dos fatos, sua edição e posterior divulgação.
Modalidade especializada

O jornalismo investigativo, para muitos jornalistas e pesquisadores da área, é uma modalidade especializada de jornalismo, calcada em características específicas, e se diferencia da rotina habitual das redações pelos seguintes aspectos:

    a investigação minuciosa dos fatos, pelo tempo que for necessário, até elucidar todos os meandros, possíveis ângulos, pontos de vista e personagens envolvidos em determinado assunto;
    a disponibilidade de recursos específicos: tempo, dinheiro, paciência, talento e sorte;
    a precisão das informações (o jornalismo investigativo é também conhecido como jornalismo de precisão), implicando a exatidão dos termos utilizados, e a ausência de distorções ou citações fora de contexto.

Áreas de atuação

O jornalismo investigativo, em geral, se concentra na investigação de crimes, como por exemplo a fraude numa licitação ou concorrência, o desvio de verbas públicas, o contrabando de pedras preciosas, crimes ambientais praticados pelas madeireiras, ou a prostituição de menores.

Roberto Cabrini, do SBT, um dos mais respeitados repórtes televisivos da atualidade, diz que "é necessário ousadia mas com responsabilidade para fazer as melhores reportagens". Ousadia e responsabilidade pautam o trabalho do jornalista.

Entretanto, alguns jornalistas se notabilizaram por adaptar a linguagem precisa, a investigação e o tratamento justo das informações, peculiaridades do jornalismo investigativo, para investigações em outras áreas que nada têm a ver com a esfera política ou com a policial.

O repórter Marcelo Canellas, da TV Globo, por exemplo, esmiuça as brechas da sociedade e da cultura brasileira. O próprio Canellas afirma que:

"Os fatos, os acontecimentos, os fenômenos, não aparecem diante de nós como algo íntegro e totalizado. O processo do conhecimento pressupõe a coleta desses fragmentos da vida e sua conexão com antecedentes e conseqüências para que o fato seja apreendido na sua totalidade". [1]
Associações de jornalismo investigativo

    ABRAJI - Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo - Fundada em 2002, a associação congrega jornalistas brasileiros especializados em reportagens investigativas, e tem o objetivo de trocar experiências, informações e dicas sobre reportagens. A ABRAJI se autodeclara independente, apartidária, não sindical e não acadêmica, e mantém um sistema virtual de trocas de informações e divulgação de notícias de caráter investigativo.

    IRE - Repórteres e Editores Investigativos - É a maior associação de jornalismo investigativo do mundo, com 4 mil membros em 27 países. Baseado na Faculdade de Jornalismo da Universidade do Missouri, o IRE promove conferências, oficinas de treinamento, oferece prêmios, e disponibiliza recursos sobre liberdade de informação, reportagens assistidas por computador (RAC), metodologia investigativa e outros.

    ICIJ - Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos - É formado por uma rede com mais de 80 repórteres de 40 países.

    CIR - Centro de Reportagem Investigativa (EUA) - É uma organização de reportagem dedicada à cobertura independente e aprofundada de questões sociais.

    Centro de Periodistas de Investigación - Sediado na Cidade do México, o grupo possui associados por toda a América Latina. Oferece oficinas sobre reportagens investigativas e RAC (reportagem assistida por computador) e disponibiliza recursos em espanhol como bancos de dados, coletânea de matérias e ligações na Internet.
    
Na televisão, alguns programas de referência são o Conexão Repórter, do SBT, o Profissão Repórter, da Globo e o Repórter Record Investigação, da Record.

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