Além do corpo: Violências não físicas contra mulheres crescem no Brasil e se estendem ao ambiente de trabalho

A violência contra a mulher no Brasil continua a se manifestar de forma alarmante, e não apenas pela agressão física. Dados recentes revelam que as violências psicológica, moral, sexual e patrimonial aumentaram de maneira significativa nos últimos anos, atingindo milhões de brasileiras e impactando também o ambiente profissional.

De acordo com levantamento divulgado em 2025, 37,5% das brasileiras sofreram algum tipo de violência física, sexual ou psicológica por parte de parceiros íntimos entre fevereiro de 2024 e fevereiro de 2025 — um total estimado de 27,6 milhões de mulheres.
Entre essas formas, a violência psicológica lidera: 31,4% das entrevistadas afirmaram ter sido alvo de insultos, humilhações ou intimidações.

As formas de violência não letais cresceram 19% entre 2018 e 2022. A violência patrimonial aumentou 56,4%, a sexual subiu 45,7% e a psicológica avançou 23,2%.
Os registros do Ligue 180 também reforçam a gravidade: em 2025, foram contabilizadas 86.025 denúncias de violência doméstica e familiar, das quais 35.665 se referiam a violência física, 24.021 a violência psicológica e 3.085 a violência sexual.

No estado do Rio de Janeiro, o cenário é igualmente preocupante. Apenas em 2024, foram notificados 4.052 casos de violência psicológica, um aumento de 35% em relação ao ano anterior, além de 37.571 registros de violência moral.

A violência contra a mulher também se manifesta de forma estrutural nos espaços profissionais. Em 2024, 29 milhões de brasileiras relataram ter sofrido algum tipo de assédio, seja em espaços públicos ou no trabalho. Destas, 20,5% afirmaram ter enfrentado situações de assédio no ambiente profissional.

As disparidades salariais seguem evidentes: mulheres recebem em média 20% menos que os homens pelo mesmo cargo. Além disso, ocupam apenas 37% dos cargos de liderança, e só 3% das grandes empresas são chefiadas por mulheres.

Entre os comportamentos machistas mais comuns nos locais de trabalho estão o mansplaining (quando homens explicam algo óbvio às colegas de forma condescendente), a apropriação de ideias femininas, comentários estereotipados sobre aparência ou maternidade, e discriminação em processos seletivos. Pesquisas apontam que 64% das mulheres já foram questionadas sobre maternidade em entrevistas de emprego, e quase 1 em cada 5 perderam vagas por estarem grávidas.

Os números revelam que a violência contra mulheres no Brasil é multifacetada, presente tanto no lar quanto no ambiente profissional. Especialistas apontam que, para além da aplicação da Lei Maria da Penha e do fortalecimento de canais como o Ligue 180, é preciso enfrentar uma cultura enraizada de machismo e desigualdade de gênero.

Campanhas como o Agosto Lilás, voltadas à conscientização, e estruturas de acolhimento como a Casa da Mulher Brasileira têm papel essencial, mas os dados indicam que ainda há um longo caminho até que as mulheres possam viver e trabalhar livres de violência.

Fontes:

veja.abril.com.br

sinpaf.org.br

gov.br

agenciabrasil.ebc.com.br

ispdados.rj.gov.br

noticias.uol.com.br

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