Prof. Dílson Catarino - Encontros Vocálicos, Consonantais e Dígrafos

 Encontro vocálico é o agrupamento de vogais e semivogais. Há três tipos de encontros vocálicos:


 


– Hiato= É o agrupamento de duas vogais, cada uma numa sílaba diferente: Lu-a-na, a-fi-a-do, pi-a-da, ca-os


Obs.: Quando as letras “i” e “u” forem tônicas, formarem hiato com a vogal anterior, sem consoante (salvo o “s”) nem semivogal na mesma sílaba e sem NH na sílaba posterior, serão acentuadas: Itajaí, eu saí, baú, saúva, faísca – juiz, caiu, rainha.


 


Se estiverem na última sílaba e houver ditongo decrescente na sílaba anterior (ai, au, ei, eu) também se acentuam: Piauí, teiú, tuiuiú.


Na penúltima sílaba não se acentuam: baiuca, feiura, bocaiuva


 


– Ditongo= É o agrupamento de uma vogal e uma semivogal, em uma mesma sílaba.


Quando a vogal estiver antes da semivogal, denomina-se Ditongo Decrescente, e, quando a vogal estiver depois da semivogal, Ditongo Crescente. 


Denomina-se também oral e nasal, conforme ocorrer a saída do ar pelas narinas ou pela boca.


 


Cai-xa: Ditongo decrescente oral.

Cin-quen-ta: Ditongo crescente nasal.


 


Obs.1: As palavras paroxítonas (as que têm a penúltima sílaba tônica) terminadas em ditongo crescente são acentuadas: pátio, médio. Esses ditongos podem transformar-se em hiato: pá-ti-o, mé-di-o.


 


Obs.2: Os ditongos decrescentes orais e abertos ÉU, ÉI, ÓI são acentuados (somente) quando estiverem no final da palavra: céu, anéis, anzóis.


 


Obs.3: Os ditongos decrescentes nasais EM e EN são acentuados quando estiverem na última silaba, e esta for tônica: também, ninguém, parabéns.


 


Obs.4: As paroxítonas terminadas no ditongo decrescente nasal ÃO e no ditongo decrescente oral EI são acentuadas: órgão, bênção, vôlei, jóquei.


 


Obs.5: Os verbos terminados em GUAR, QUAR  e QUIR podem ter as formas rizotônicas (eu, tu, ele, eles do presente do indicativo e do presente do subjuntivo, e as correspondentes do imperativo afirmativo e negativo) terminadas em ditongo crescente (acentuada) ou em hiato (não acentuada): a-ve-rí-gue ou a-ve-ri-gu-e; a-ve-rí-guem ou a-ve-ri-gu-em


 


Obs.6: Segundo Bechara, no Brasil, verifica-se, no plano fonético, a vocalização do “L” em final de sílaba e a formação de ditongo: sal, sol, sul.


 


– Tritongo= É o agrupamento de uma vogal entre duas semivogais. Também pode ser oral ou nasal.


 


A-guei: Tritongo oral.


Á-guem: Tritongo nasal, com a ocorrência da semivogal m.


 Obs.: As paroxítonas terminadas no tritongo nasal UEM são acentuadas: águem, averíguem



Além desse três, há outros encontros vocálicos importantes:


O agrupamento de uma semivogal entre duas vogais. São os grupos aia, eia, oia, uia, aie, eie, oie, uie, aio, eio, oio, uio, uia, uie, uio, uiu. Eis alguns exemplos de palavras: praia, ideia, joia, imbuia, arreio, arroio, balaio, feio, tuiuiú.


Foneticamente, ocorre duplo ditongo ou tritongo + ditongo ou ditongo + tritongo, conforme o número de semivogais.


Representa-se o som de i com duplo Y: ay-ya, ey-ya, representando o “y-y” um fonema apenas, e não dois como parece.


A pronúncia do i é continuada em ambas as sílabas, sem o silêncio que caracteriza a mudança de sílaba. A palavra vaia, então, tem quatro letras (v – a – i – a) e quatro fonemas (/v/  /a/  /y/ /a/), sendo que o “y” pertence às duas sílabas, não havendo, no entanto, silêncio entre as duas no momento de pronunciar a palavra. Foneticamente, há, então, dois ditongos: ay e ya.


 


Em sequoia, há um tritongo (woy) e um ditongo crescente (ya).


Em “Que vós saiais”, há um ditongo decrescente (ay) e um tritongo (yay)


 


Na separação silábica, o i ficará na sílaba anterior: prai-a, mei-a, joi-o, mai-o, fei-o, im-bui-a, tui-ui-ú, se-quoi-a, sai-ais.


 


O mesmo ocorre com a semivogal W: aua, aue, aui…


 


Pi-au-í = Representação fonética: Pi-aw-wi. Com o “w” ocorre o mesmo que ocorreu com o “y”, ou seja, representa um fonema apenas e pertence a ambas as sílabas, não havendo o silêncio entre elas no momento de pronunciar a palavra.


 Observe o que está registrado na Novíssima Gramática da Língua Portuguesa – 48a edição, de Domingos Paschoal Cegalla, na pág. 27:


“Palavras como saia, tuxaua, teia, correio, gaiola, imbuia, etc. encerram, na realidade, dois ditongos juntos, pois é assim que emitimos: sai-ia, rai-io, tu-xau-ua, tei-ia, correi-io, gai-iola, imbui-ia.”


Na mesma página, ainda há isto:


“Em palavras como veia, saia, gaiola, maiúscula, etc., pode-se ver hiato (vei-a, sai-a, gai-o-la, mai-ús-cu-la), ou, mais acertadamente, dois ditongos (vei-ia, sai-ia, gai-io-la, mai-i-us-cu-la).”


Observe, agora, o que registra a Moderna Gramática Portuguesa – 38a edição, de Evanildo Bechara, na pág. 70:


“Desenvolvem-se um /y/ semivogal (símbolo chamado em gramática iode) ou /w/ semivogal (símbolo chamado uau) nos encontros formados por ditongo decrescente seguido de vogal final ou ditongo átono: praia = prai-ia; cheia = chei-ia; tuxaua = tuxau-ua; goiaba = goi-ia-ba. É o fenômeno chamado glide.”


Ocorrem, também, na Língua Portuguesa, encontros vocálicos que ora são pronunciados como ditongo, ora como hiato. São eles:


 


Sinérese= Quando o hiato se transforma em ditongo: su-a-ve = sua-ve; pi-e-do-so = pie-do-so 


 


Diérese= Quando o ditongo se transforma em hiato: trai-ção = tra-i-ção; vai-da-de = va-i-da-de.

Encontro consonantal é o agrupamento de consoantes. Há três tipos de encontros consonantais:


Encontro Consonantal Próprio ou Perfeito= É o agrupamento de consoantes, lado a lado, na mesma sílaba: Bra-sil, pla-ne-ta, a-dre-na-li-na


Encontro Consonantal Impróprio ou Imperfeito= É o agrupamento de consoantes, lado a lado, em sílabas diferentes: ap-to, cac-to, as-pec-to


Encontro Consonantal Fonético ou Dífono= É a letra x com som de ks: Maxi, nexo, axila = maksi, nekso, aksila.


Há encontros consonantais impróprios: sublegenda (sub-le-gen-da), sublingual (sub-lin-gual), sublocar (sub-lo-car), sublocação (sub-lo-ca-ção), sublacustre (sub-la-cus-tre), sublunar (sub-lu-nar)


Há dupla separação silábica em sublinhar e todas as suas formas conjugadas (sub-li-nhar ou su-bli-nhar)


 


Não se esqueça de que as letras M e N pós-vocálicas não são consoantes, e sim semivogais ou simples sinais de nasalização.

Dígrafo é o agrupamento de duas letras com apenas um fonema.


Os dígrafos podem ser consonantais ou vocálicos:


 


1) Dígrafos consonantais: rr, ss, sc, sç, xc, xs, ch, lh, nh, qu, gu.


Representam-se os dígrafos por letras maiores que as demais, exatamente para estabelecer a diferença entre uma letra e um dígrafo.


Os encontros qu e gu só serão dígrafos quando estiverem seguidos de e ou i, sem que o u seja pronunciado.


Os dígrafos rr, ss, sc, sç, xc e xs são separados silabicamente; lh, nh, ch, qu e gu, não.


arroz = ar-roz – aRos;

assar = as-sar – aSar;

nascer = nas-cer – naSer;

desço = des-ço – deSo;

excesso = ex-ces-so – eSesãw;

exsudar = ex-su-dar – eSudar;

alho = a-lho – aLo;

banho = ba-nho – baÑo;

cacho = ca-cho – kaXo;

querida = que-ri-da – Kerida;


Não confunda dígrafo com encontro consonantal, que é o encontro de consoantes, cada uma representando um fonema. Por exemplo, na palavra escolha, o sc é um encontro consonantal, já que ambas as letras são pronunciadas. Já em piscina, há um dígrafo, pois sc tem um som só: s.


 


2) Dígrafo Vocálico= É o encontro de uma vogal com m ou n, na mesma sílaba: am, an, em, en, im, in, om, on, um, un. A única função do m e do n é indicar que a vogal é nasal. Não representam, portanto, outro som. Há, então, um dígrafo, pois existem duas letras com um som só. Por exemplo: santo = san-to – sãto.


Não se esqueça de que, quando a palavra terminar em am, em e en o m e o n são semivogais. Não há, portanto, dígrafo nesses encontros, já que o m e o n são pronunciados. Por exemplo: decoram = dekorãw

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