EducaBras - crase

 Crase é a fusão de duas vogais da mesma natureza. Assinalamos com um acento grave ( ` ) a crase do a com outro a.


Exemplo:


Cheguei ao colégio.


No exemplo acima, não houve a fusão porque se encontraram duas vogais diferentes a + o = ao.


Se, no entanto, no lugar do substantivo masculino, colocarmos um substantivo feminino, haverá o encontro de duas vogais iguais (preposição a + artigo a) e ocorrerá a fusão delas.


Observe o seguinte exemplo:


Cheguei à escola.


Acentua-se também o a que inicia locuções com palavra feminina.


Exemplo:


carro à gasolina.


A crase pode ser fusão:


da preposição a + o artigo feminino a / as: Fui à Itália.

da preposição a + o pronome demonstrativo a / as (= aquela / aquelas): Sua camisa é igual à minha.

da preposição a + a vogal a que inicia os pronomes demonstrativos aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo: Os colegas não se referiram àqueles indivíduos.

da preposição a + a do pronome relativo a qual, as quais: a cidade à qual me refiro fica perto do Rio de Janeiro.

CRASE DA PREPOSIÇÃO A + O ARTIGO FEMININO A / AS


Regra Geral


Ocorrerá crase da preposição mais artigo:


a) se o termo regente (a palavra da esquerda) exigir a preposição a;


b) se o termo regido (a palavra da direita) aceitar o artigo feminino a (as).


Exemplo:


Exemplo de crase


Para saber se uma palavra aceita ou não o artigo, basta usar o seguinte método prático:


Troque a palavra feminina por uma masculina e observe o que ocorre. Se antes da masculina, aparecer ao(s), coloque o sinal de crase. Se antes da masculina, aparecer apenas a(s) ou o(s), não coloque o sinal de crase.

Exemplos:


Eles irão à praia hoje. (Eles irão ao cinema hoje.)


Ele fez elogios a algumas professoras. (Ele fez elogios a alguns professores.)


NUNCA ocorre crase antes de palavras que não aceitam o artigo a:


a) antes de masculino.


Exemplo:


Andei a pé.


b) antes de verbo.


Exemplo:


Estou apto a discutir.


Pode aparecer um A antes de verbo flexionado, mas não será preposição, e sim pronome oblíquo.


Pode aparecer um A antes de verbo quando for substantivado, mas será um artigo masculino, não um feminino.


c) antes de pronomes de tratamento, exceção feita a senhora, senhorita, dona e madame.


Exemplo:


Dirigiu-se a Vossa Senhoria.


Contei tudo à senhora Lúcia.


d) antes de pronomes em geral - pessoais, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e relativos.


Exemplo:


Não me referia a ela. Falava a qualquer pessoa.


Se o pronome aceitar o artigo, ocorrerá a crase: Fiz alusão à mesma pessoa. Falou à própria pessoa. Dirigi-me à outra mulher que estava.


e) nas expressões formadas de palavras repetidas.


Exemplo:


Estamos cara a cara.


f) antes dos nomes de cidade.


Exemplo:


Fiz uma viagem a Roma.


Se o nome da cidade vier determinado, ocorrerá a crase: Fiz uma viagem à Roma antiga.


g) quando um a (sem o s de plural) preceder um nome plural.


Exemplo:


Não falo a pessoas estranhas.


Havendo o s de plural, é sinal de que ocorreu o artigo e haverá crase: Não falo às pessoas estranhas.


h) antes de pronome indefinido, nas locuções adverbiais.


Exemplo:


Correr a toda velocidade.


i) entre palavras repetidas, com valor adverbial.


Exemplo:


Dosava a medicação gota a gota.


É preciso dar mais vida à vida. (não são locuções adverbiais, são termos independentes)


SEMPRE ocorre crase:


a) na indicação do número de horas.


Exemplo:


Cheguei às dez horas.


b) na expressão à moda de, mesmo que a palavra moda venha oculta.


Exemplo:


Usam sapatos à (moda de) Roberto Carlos.

 

Comeu um arroz à (moda) grega.


c) nas expressões adverbiais femininas (às vezes, à noite, à toa, às pressas, à esquerda, à risca)


Exemplos:


Cheguei à tarde (tempo).


Falou à vontade (modo).


Ficou à direita (lugar).


Estudou à beça (intensidade).

 

Comprou à vista.


d) nas locuções conjuntivas (à medida que, à proporção que) e prepositivas (à procura de, à beira de, à espera de, à custa de etc.) constituídas de palavras femininas.


Exemplos:


Estou à procura de paz.


À medida que leio, instruo-me.


Casos Facultativos


Antes de pronome possessivo no singular, é facultativo o uso do artigo. Portanto, é facultativo também o uso do acento grave.


Exemplos:


Não escrevi a (à) tua tia.


Refiro-me a (ou à) minha amiga.


Será obrigatória quando houver elipse do substantivo.


Exemplo:


Referi-me à minha amiga e não à sua.


Se estiver no plural, ou existe ou não existe.


Exemplos:


Referi-me a minhas primas.


Referi-me às minhas primas.


Acentuamos o a antes de nomes próprios de pessoas femininas quando se trata de pessoas íntimas.


Exemplo:


Refiro-me à Patrícia (amiga, namorada, esposa, irmã etc.)


Se, porém, não se mantém um relacionamento de intimidade com Patrícia, deve-se escrever:


Exemplo:


Refiro-me a Patrícia. (alguém que se chama Patrícia)


Em referência a pessoas célebres, não se usa a crase, a menos que haja um adjunto adnominal.


Exemplo:


Ele se referiu a Fátima Bernardes.


Ele se referiu à famosa Fátima Bernardes.


Se a preposição até vier seguida de um nome feminino que aceite o artigo a, poderá ou não ocorrer a crase. Isto porque essa preposição pode ser empregada sozinha (até) ou em locução com a preposição a (até a):


Exemplos:


Cheguei até a muralha.


Cheguei até à muralha. 

 

Até pode ser palavra denotativa de inclusão, sinônima de inclusive. Nesse caso, não possui a variante até a.

 

Comprou até a revista.


CASOS ESPECIAIS


Crase antes de casa


A palavra casa, no sentido de lar, residência própria da pessoa, não aceita o artigo, portanto não ocorre a crase.


Por outro lado, caso esteja especificada, aceita o artigo e ocorre a crase.


Exemplos:


Voltei a casa cedo.


Voltei à casa de meus pais.


Crase antes de terra


A palavra terra, no sentido de chão firme, tomada em oposição à expressão "a bordo", não aceita o artigo e não ocorre a crase. Se vier determinada, aceita o artigo e ocorre a crase.


Exemplos:


Os marinheiros já voltaram a terra.


Os marinheiros já voltaram à terra dos seus sonhos.


Crase antes de distância


A única locução adverbial que não traz acento grave no a é a distância, embora alguns gramáticos considerem esse uso facultativo:


Exemplo:


Os guardas observavam os manifestantes a distância. (locução adverbial)


Se, porém, a distância vem determinada, ocorre a crase:


Exemplo:


Os guardas observavam os manifestantes à distância de duzentos metros. (locução prepositiva)


Crase antes dos pronomes relativos


Antes dos pronomes relativos quem e cuja não ocorre crase:


Exemplos:


Encontrei a pessoa a quem procuravas.


Compreendo a situação a cuja gravidade você se referiu.


Antes dos relativos qual ou quais ocorrerá crase, se o masculino correspondente for ao qual, aos quais:


Exemplos:


Esta é a festa à qual me referi. (Este é o evento ao qual me referi.)


Estas são as festas à quais me referi. (Estes são os eventos aos quais me referi.)


Crase antes dos pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo


Sempre que o termo regente exigir a preposição a e vier seguido dos pronomes demonstrativos aquele, aquela, aqueles, aquelas e aquilo haverá crase da preposição a com o a inicial desses pronomes:


Exemplos:


Falei àquele amigo.


Aspiro a isto e àquilo.


Dirijo-me àquela cidade.


Fez referência àquelas situações.


Uma dica para saber se existe ou não crase é substituir 'aquele' por 'a esse'.


Obedecemos àquela lei. - Obedecemos a essa lei.


Estudamos aquela lei. - Estudamos essa lei.


Crase da preposição a com o pronome demonstrativo a / as (= aquela)


A crase da preposição a com o pronome demonstrativo a ocorre sempre antes do pronome relativo que (à que) ou da preposição de (à de).


Para empregar corretamente o acento de crase nesses casos convém seguir este artifício:


Se antes do que (ou de), aparecer ao(s), ocorre crase. Se antes do que (ou de) aparecer apenas o(s), não ocorre crase.


Exemplos:


Houve uma sugestão anterior à que você deu. (Houve um palpite anterior ao que você deu.)


Comprarei esta calça, não a que você escolheu. (Comprarei este terno, não o que você escolheu.)

 

Em alguns casos, a presença do artigo muda o sentido:

 

Saiu à francesa - saiu discretamente

Saiu a francesa - a mulher francesa saiu


Bateu à porta - chamou

Bateu a porta - fechou com força


Virei à noite - verbo vir

Virei a noite - verbo virar - passar acordado da noite para o dia


Crase antes de topônimos - nomes de lugares


O principal macete para saber se tem crase antes de topônimo é fazer a substituição do verbo “ir” pelo verbo “voltar”, antes da possível crase.


Exemplo: 


“Ir a Santa Catarina.”

“Voltar de Santa Catarina.”

Nessas duas substituições, é possível notar apenas a presença de preposição. Por isso, não existe crase antes do topônimo “Santa Catarina”.


Por outro lado, se você substituir um verbo pelo outro e notar a presença do artigo definido “a”, é necessário fazer uso da crase.


Exemplo:


“Ir à Paraíba.”

“Voltar da Paraíba.”

Nesse caso, notamos a presença da preposição “de” + o artigo definido “a”, portanto, você deve fazer uso da crase!


Se você ainda estiver com dúvida, lembre-se: quem vai a, volta DE; quem vai à, volta DA.


Outras dicas

Se o lugar estiver especificado, sempre haverá crase.


Exemplos:


“Vou à Recife das belas praias.”

“Volto da Recife das belas praias.”


Seguindo os exemplos anteriores:


Ele nasceu em Santa Catarina - e não 'na'

Florianópolis é a capital de Santa Catarina - e não 'da'

Ele nasceu na Paraíba - e não 'em'

João Pessoa é a capital da Paraíba - e não 'de'''

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