EducaBras - orações coordenadas, subordinadas e reduzidas

 ORAÇÕES COORDENADAS


Orações coordenadas são orações sintaticamente independentes, mas semanticamente dependentes. As orações coordenadas são classificadas em dois tipos: orações coordenadas sindéticas e orações coordenadas assindéticas.


CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS


As orações coordenadas que apresentam conjunção chamam-se sindéticas. As assindéticas estão apenas justapostas, separadas por vírgula.


Exemplo:


José comeu


e dormiu.


Oração coordenada assindética


Oração coordenada sindética


As orações coordenadas assindéticas não recebem nenhuma outra classificação. As coordenadas sindéticas, que são introduzidas pelas conjunções coordenativas, subdividem-se em cinco tipos. São elas:


1. ADITIVAS:


Aparecem "somadas" no período. Exprimem ideia de adição, de continuidade com a oração anterior.


As principais conjunções aditivas são: e, nem, mas também, mas ainda (depois de não só), que (entre dois verbos iguais), mais (na matemática ou em linguagem regional).


Exemplos:


Estudo e trabalho diariamente. (conjunção aditiva "e")


Não se esforça nem luta por nada. (conjunção aditiva "nem")


Fala que fala, mas nada resolve. (conjunção aditiva "que" = "e")


Não só lê, mas também escreve. (conjunção aditiva "mas também")


2. ADVERSATIVAS:


Estabelecem uma relação de contraste, oposição.


As principais conjunções adversativas são: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto, não obstante, senão (= mas sim).


Exemplos:


A criança se deitou, mas não dormiu.


Sê simples, contudo, prudente.


Lia foi aprovada, todavia não é competente.


O livro foi um sucesso, entretanto, não traduz o pensamento da coletividade.


A conjunção "e", na maioria das vezes relaciona oração coordenada aditiva; mas pode relacionar uma coordenação adversativa.


Veja o exemplo:


Estudei muito e fui reprovado (e = mas)


3. ALTERNATIVAS:


Podem relacionar fatos alternados ou indicar opção, escolha, alternativa, exclusão.


As principais conjunções alternativas são: ou (repetida ou não), ora, quer, já, seja (repetidas).


Exemplos:


Ou o mundo está do avesso ou não mais consigo compreendê-lo.


Ora acusa a colega, ora tece-lhe calorosos elogios.


Já chega à esquina, já olha para os lados, já não sabe se prossegue.


4. CONCLUSIVAS:


Expressam um resultado a que se chega, a partir de um raciocínio ou ato.


As principais conjunções conclusivas são: logo, portanto, então, por isso, por conseguinte, pois.


Exemplos:


Pensei muito, logo, tenho base para discutir o problema.


Correu muito, portanto ficou cansado.


5. EXPLICATIVAS:


Expressam ideias de motivo, explicação e justificativa.


Exemplo:


Patrícia deve estar ocupada, porque não veio à praia hoje.


As principais conjunções explicativas são: pois, porque, que, porquanto.


As orações explicativas, por usarem os mesmos conectivos que as adverbiais causais e até por uma certa semelhança de sentido, confundem-se com estas. Contudo, podem-se apresentar alguns critérios para reconhecê-las.


Se a oração for adverbial causal, há a possibilidade de reduzi-la (usar o verbo em forma nominal, eliminando a conjunção.) Tal processo não pode ocorrer com a coordenada explicativa.


Veja os exemplos:


a) Morreu, porque bebeu veneno. = Morreu por beber veneno. (causal)


b) Volte, porque vai chover muito. (explicativa)


Outro aspecto distinto da coordenação explicativa é a presença de orações imperativas e optativas e também de deduções, na oração antecedente, embora isto não seja regra, e na oração adverbial causal, há a presença de um fato.

Orações subordinadas exercem uma função sintática em relação à oração principal, complementando o seu sentido e sendo dependente dela. As orações subordinadas são classificadas em adverbiais, adjetivas e substantivas.


Toda oração que exerce uma função sintática em relação a outra é denominada de oração subordinada. Todo período composto por subordinação tem oração principal (também chamada subordinante) e oração subordinada. A oração subordinada é iniciada por um conectivo - uma conjunção ou um pronome relativo.


As orações subordinadas, dependendo da função sintática que exercem, são classificadas como:


a) substantivas: exercem funções próprias de um substantivo: sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, complemento nominal ou aposto. Geralmente, são introduzidas pelas conjunções integrantes que e se, pelos pronomes e advérbios interrogativos quando, como, onde, por que, quem, qual e quanto.


b) adjetivas: exercem a função sintática de adjunto adnominal. São introduzidas por pronomes relativos: que, quem, o qual (e flexões), onde, cujo (e flexões), quanto (e flexões), como, quando. Esses pronomes exercem diferentes funções sintáticas na oração por eles introduzida.


c) adverbiais: exercem a função sintática de adjunto adverbial. São introduzidas por conjunções subordinativas (exceto as integrantes) e exprimem circunstâncias de tempo, consequência, causa, comparação, concessão, proporção, condição, conformidade. Lembre-se de que essas conjunções não exercem função sintática, mas têm valor semântico.


ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS


São apresentadas, a seguir, exemplos dos seis tipos de orações subordinadas substantivas:


1. Subjetivas: quando exercem a função de sujeito do verbo da oração principal.


Exemplo:


É importante que você tenha prudência.


São três casos:


verbo de ligação + predicativo - é preciso, é importante, é necessário, está comprovado, fica evidente, parece certo

verbo na voz passiva sintética ou analítica - foi confirmado, foi dito, sabe-se, comenta-se, dir-se-ia

verbo unipessoal - convir, acontecer, ocorrer, suceder, urgir, parecer, constar, acontecer, cumprir, importar

Unipessoais são aqueles verbos conjugados somente na terceira pessoa.


2. Objetivas diretas: exercem a função sintática de objeto direto do verbo da oração principal.


Exemplo:


Todos queriam que o presidente renunciasse. (Quem quer, quer alguma coisa.)


Podem também ser introduzidas por pronomes interrogativos (que, quem, qual, quanto) e advérbios interrogativos (quando, como, onde e por que), nas frases interrogativas indiretas.


3. Objetivas indiretas: exercem a função sintática de objeto indireto do verbo da oração principal.


Exemplo:


Lembre-se de que a prova será amanhã. (Quem lembra, lembra de alguma coisa.)


4. Predicativas: exercem a função sintática de predicativo do sujeito da oração principal. Aparece sempre depois do verbo ser.


Exemplo:


Meu maior desejo é que sejas feliz.


5. Completivas nominais: exercem a função sintática de complemento nominal de um substantivo, adjetivo ou advérbio da oração principal.


Exemplo:


Sou favorável a que o libertem. (Quem é favorável, é favorável a algo.)


6. Apositivas: exercem a função sintática de aposto de um nome da oração principal. Normalmente aparecem depois de dois-pontos, e eventualmente podem vir entre vírgulas ou travessões.


Exemplo:


Espero isto: que você se esforce. (O tema é explicado pela oração subordinada.)


Embora a NGB não registre, existem orações subordinadas adjetivas com função de agente da passiva, iniciadas por de ou por + pronome indefinido.


Exemplo:


O quadro foi elogiado por quantos o viram.

Existe um macete para saber se a oração é substantiva: substituí-la pelos pronomes isso e esse.

É necessário que vocês estudem bastante. - Isso é necessário.

O funcionário pediu que todos entrassem. - O funcionário pediu isso.

Esqueceu-se de que ia viajar. - Esqueceu-se disso. 

Tinha certeza de que conseguiria. - Tinha certeza disso.

Minha sugestão é que façamos um trato. - Minha sugestão é essa.

Só queria uma coisa: que o compreendessem. - Só queria uma coisa: essa.

Em 'Comprei o que queria', o pronome O é demonstrativo, e a oração é adjetiva restritiva: Comprei aquilo que queria.


ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS


Chamam-se orações subordinadas adjetivas as que exercem a função sintática de adjunto adnominal. Ligam-se, portanto, a um nome componente da oração principal (substantivo ou pronome).


Exemplo 1:


Visitei cidades litorâneas.


Exemplo 2:


Visitei cidades que ficam no litoral.


No exemplo 1, o adjetivo exerce a função sintática de adjunto adnominal. No exemplo 2, essa função sintática é exercida por uma oração que equivale a um adjetivo. Essa oração é chamada de subordinada adjetiva.


Lembre-se: A oração subordinada adjetiva sempre vem introduzida por um pronome relativo. Ele pode vir depois da oração principal ou pode estar intercalada nela. Ela é necessariamente separada da principal por vírgula, travessão ou parênteses.


As orações subordinadas adjetivas podem ser explicativas; desde que sejam dispensáveis à informação dada pela oração principal. Tais orações não prejudicam a mensagem contida na oração principal. Por isto, sempre são separadas por pontuação.


Exemplo:


A revista, que é um veículo de comunicação, fala de racismo.


 


É evidente que a revista é um veículo de comunicação. Precisa dizer? Não. É dispensável. Assim, a oração destacada é uma adjetiva explicativa!


As adjetivas restritivas são indispensáveis. Caso a eliminemos do período, haverá problemas com a informação. Não são separadas por pontuação.


Exemplo:


A revista que você me deu fala de racismo.


 


Claro que a oração "que você me deu" é indispensável à informação transmitida no período. É uma adjetiva restritiva.

Eventualmente, a oração adjetiva pode começar por um pronome indefinido: O trabalho de quem se especializou tem mais valor.


ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS


Sempre exercem função sintática de adjunto adverbial. Expressa uma ideia circunstancial. São nove as adverbiais nomeadas pela Nomenclatura Gramatical Brasileira. As conjunções que as introduzem marcam a circunstância expressa. Assim indicam: causa, consequência, condição, concessão, comparação, conformidade, tempo, finalidade e proporção.


Exemplo 1:


Dormimos tarde.


Exemplo 2:


Dormimos quando era tarde.


No exemplo 1, o advérbio tarde exerce a função sintática de adjunto adverbial. Já no segundo exemplo, a função sintática é exercida por uma oração equivalente - quando era tarde. Essa oração, que exerce a função sintática de adjunto adverbial, é denominada de oração subordinada adverbial.


1. Causal: Exprime uma circunstância de causa: aquilo que determina ou provoca um acontecimento.


Exemplos:


Não nadamos porque estava frio.


Como estava chovendo, não fui à praia.


As principais conjunções causais são: porque, visto que, já que, uma vez que (com verbo no indicativo), como (= porque), na medida em que.


2. Comparativa: Exprime uma circunstância de comparação entre o fato expresso pela oração subordinada e o expresso pela principal. Normalmente, o verbo é o mesmo da oração principal e fica subentendido. Em estilística, isso é conhecido como zeugma.


Exemplos:


Esse menino nada mais que peixe.


Esse menino nada como peixe.

Em 'Ela fala como se fosse especialista no assunto', a ideia de comparação aparece ligada à de condição. Preferimos considerar 'como se' como uma locução comparativa. Antigamente se desdobrava essa oração: 'Ela fala como falaria se fosse especialista no assunto'. Esse tipo de oração é chamada de comparativa hipotética.


As principais conjunções comparativas são: como, mais/menos... (do) que, tão/tanto... quanto/como, bem como, assim como, tal qual. São as mesmas estruturas do grau comparativo dos adjetivos e dos advérbios.


3. Consecutiva: Exprime efeito, consequência de uma ação.


Exemplo:


Choveu tanto que a maratona foi suspensa.


A principal conjunção consecutiva é que (precedido de um termo intensivo que começa com T: tão, tal, tanto, tamanho). Também funcionam como locuções conjuntivas: de maneira que, de modo que, de forma que, de sorte que.


4. Concessiva: Exprime circunstância de concessão, contraste, quebra de expectativa. Sempre traz a ideia de: apesar de.


Exemplo:


Embora chova, vou à aula.


As principais conjunções concessivas são: embora, se bem que, ainda que, mesmo que, por mais que, por menos que, conquanto, posto que, nem que.


5. Condicional: Exprime uma condição para que um determinado fato se realize. Traz a ideia de: na hipótese de.


Exemplo:


Se chover, irei ao cinema.


As principais conjunções condicionais são: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, exceto se, a menos que, a não ser que, sem que, uma vez que (com verbo no subjuntivo).


6. Conformativa: Exprime circunstância de conformidade, acordo, adequação.


Exemplo:


Choveu conforme era previsto.


As principais conjunções conformativas são: conforme, segundo, consoante, como.


7. Final: Exprime circunstância de finalidade, intenção, objetivo.


Exemplo:


Os fazendeiros esperam a chuva a fim de que não perdessem a colheita.


As principais conjunções finais são: a fim de que, para que, que, porque (= para que).


8. Proporcional: Exprime circunstância de proporção - direta ou inversa.


Exemplo:


À medida que as cidades crescem, a miséria se agrava.


As principais conjunções proporcionais são: à proporção que, à medida que, enquanto, ao passo que, quanto mais, quanto menos.


9. Temporal: Exprime circunstância de tempo, momento.


Exemplo:


Trovejou quando eram cinco horas.


As principais conjunções temporais são: quando, enquanto, logo que, desde que, assim que, sempre que, antes que, depois que, até que, toda vez que, mal.


Apesar de a NGB não registrar, existem orações subordinadas adverbiais que indicam lugar e modo: locativas e modais.


Exemplos:


Entrou sem fazer barulho.


Certamente encontraremos as iscas para a pescaria onde formos comprar os anzóis. (a oração é locativa porque não há o antecedente, se estiver expresso, será adjetiva)


ORAÇÕES SUBORDINADAS REDUZIDAS


As orações subordinadas podem se apresentar sob a forma desenvolvida ou reduzida.


Nota:


As orações subordinadas podem apresentar o verbo numa forma nominal: infinitivo, gerúndio ou particípio. Nesse caso, chamam-se orações reduzidas.


Exemplos:


É muito bom lembrar o passado.


Saindo de casa, encontrou um amigo.


Terminada a aula os alunos debandaram a sala.


 


ORAÇÕES SUBSTANTIVAS


Forma desenvolvida: iniciada por conjunção integrante, pronome ou advérbio interrogativo; verbo flexionado


Forma reduzida: não há conjunção, pronome ou advérbio; verbo no infinitivo; pode ser introduzida por preposição ou locução prepositiva


Exemplos:


Forma desenvolvida: O aluno disse que conhecia bem a matéria. 

que conhecia bem a matéria - Oração subordinada substantiva direta 

Conjunção integrante que; verbo conjugado


Forma reduzida: O aluno disse conhecer bem a matéria. 

conhecer bem a matéria - Oração subordinada substantiva direta 

Não há conjunção; verbo no infinitivo


ORAÇÕES ADJETIVAS


Forma desenvolvida: iniciada por pronome relativo; verbo conjugado


Forma reduzida: não há pronome relativo; verbo no infinitivo, gerúndio ou particípio; pode ter preposição ou locução prepositiva


Exemplos:


Forma desenvolvida: Nas ruas, viam-se crianças que andavam para a escola. 

Pronome relativo que; verbo conjugado


Forma reduzida: Nas ruas, viam-se crianças andando para a escola. 

Não há pronome relativo; verbo no gerúndio


ORAÇÕES ADVERBIAIS


Forma desenvolvida: iniciada por conjunção subordinativa; verbo conjugado


Forma reduzida: não há conjunção; verbo no infinitivo, gerúndio ou particípio; pode ter preposição ou locução prepositiva


Exemplos:


Forma desenvolvida: Assim que terminou o baile, todos foram embora.

Conjunção subordinativa assim que; verbo conjugado


Forma reduzida: Terminado o baile, todos foram embora.

Não há conjunção; verbo no particípio


Algumas orações adverbiais reduzidas permitem mais de uma interpretação


Exemplo:


Terminada a reunião, todos se retiraram. (temporal ou causal)


Eventualmente, uma oração coordenada aditiva pode ser reduzida de gerúndio.


Exemplo:


Chamou o garçom, pedindo a conta.

 

Estudo complementar do período composto: 

Orações justapostas - são aquelas que não se ligam através de conectivos.

Você sabe como a máquina funciona? (subordinada substantiva objetiva direta) / Não o vejo há muitos anos. (oração subordinada adverbial temporal)

Orações intercaladas - são sintaticamente independentes, interpõem-se a outra para fazer um esclarecimento, ressalva ou observação.

Aguardamos ansiosos, disseram os alunos, pela entrega dos resultados. 

Gostaram dos presentes? – perguntou a madrinha. 

Aquelas palavras (sábias, por sinal) me fizeram compreender que precisava mudar de opinião. 

Período misto - é formado por orações coordenadas e subordinadas ao mesmo tempo.

A professora corrigiu as provas e ajudou os alunos que estavam com mais dificuldade.

1ª oração - coordenada assindética / 2ª oração - sindética aditiva / 3ª oração - subordinada adjetiva restritiva

O síndico convocou uma reunião para que o problema fosse resolvido, entretanto só dez pessoas compareceram.

1ª oração - principal / 2ª oração - subordinada adverbial final / 3ª oração - coordenada sindética adversativa


Conectivos com mais de uma classificação:

Como - coordenativa aditiva, subordinativa causal, subordinativa comparativa, subordinativa conformativa, pronome relativo

Desde que - subordinativa temporal, subordinativa condicional

Se - subordinativa condicional, subordinativa causal, subordinativa integrante

Quanto - coordenativa aditiva, subordinativa comparativa, subordinativa proporcional, pronome relativo

Uma vez que - subordinativa causal, subordinativa condicional

E - coordenativa aditiva, coordenativa adversativa

Porque - coordenativa explicativa, subordinativa causal, subordinativa final

Que - coordenativa explicativa, coordenativa aditiva, subordinativa integrante, subordinativa causal, subordinativa consecutiva, subordinativa comparativa, subordinativa concessiva, subordinativa final, pronome relativo

Pois - coordenativa explicativa, coordenativa conclusiva, subordinativa causal

Quando - subordinativa temporal, pronome relativo 

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