EducaBras - pontuação

 Pontuação é um recurso da ortografia que reproduz pausas e entonações da fala. Os sinais de pontuação desempenham a função de demarcadores de unidades e de sinalizadores de limites de estruturas sintáticas na linguagem escrita.


Os sinais de pontuação podem ser separados em dois grupos:


1. aqueles que marcam pausas:


i) vírgula (,)


ii) ponto e vírgula (;)


iii) ponto (.)


2. aqueles que marcam a entonação:


i) dois pontos (:)


ii) ponto de interrogação (?)


iii) ponto de exclamação (!)


iv) reticências (...)


v) aspas (" ")


vi) parênteses (( ))


vii) colchetes ([ ])


viii) travessão ( - )


SINAIS DE PAUSA


VÍRGULA


A vírgula marca uma pequena pausa na leitura. A vírgula pode ser empregada para separar termos de uma oração ou para separar orações de um período.


Quando os termos de uma oração se dispõem na ordem nominal - sujeito, verbo, complemento do verbo, adjuntos adverbiais - ocorre ordem direta.


Exemplo:




Quando a oração se dispõe em ordem direta, seus termos imediatos não são separados por vírgula. Portanto, não se usa vírgula entre o sujeito e o predicado, entre o verbo e seu complemento, entre o verbo de ligação e o predicativo, entre o nome e seu complemento ou adjunto e entre a locução verbal de voz passiva e o agente da passiva.


Porém, quando há uma alteração na sequência dos termos, ocorre ordem indireta.


REGRAS QUANTO AO USO DE VÍRGULA


1. Usa-se vírgula no interior da oração para marcar intercalações. Os termos que quebram a sequência natural da frase devem vir isolados por vírgulas.


Separam-se:


a) o aposto intercalado.


Exemplo:


Carla, aluna exemplar, foi bem nos exames.


b) expressões explicativas ou retificadoras - além disso, aliás, a saber, assim, na verdade, com efeito, de fato, então, isto é, ou seja, por exemplo, ou melhor, quer dizer, em outras palavras, na minha opinião, digo, minto, resumindo, a propósito, por outro lado, por sinal, etc.


Exemplo:


Falou tudo, ou seja, o que sabia.


c) conjunções coordenativas deslocadas de seu local normal.


Exemplos:


Todos foram á festa; Paulo, porém, estava doente.


Ela é paulista; é, portanto, brasileira.


d) adjuntos adverbiais intercalados: o posicionamento mais comum do adjunto adverbial é no fim da frase.


Quando o adjunto adverbial é deslocado para o início ou para o interior da oração, ele passa a ser separado por vírgulas.


Exemplo:


A família, naquele dia, comprou uma casa.


Contudo, se o adjunto adverbial for um simples advérbio, não se usa vírgula.


Exemplo:


Ele sempre acorda cedo.


2. Usa-se a vírgula quando um termo é deslocado de seu lugar original na frase.


Separam-se:


a) o adjunto adverbial anteposto.


Exemplo:


Naquela tarde, o político foi entrevistado.


Contudo, se o adjunto adverbial anteposto for um simples advérbio, a vírgula é dispensável.


Exemplo:


Hoje o político será entrevistado.


b) o complemento pleonástico antecipado.


Exemplo:


Esta guloseima, já a comi em alguma ocasião.


c) o nome do lugar na indicação de datas.


Exemplo:


Rio de Janeiro, 20 de maio de 2000


3. A vírgula é empregada para marcar a omissão de uma palavra.


Exemplo:


Ela prefere peixe e eu, carne.


4. A vírgula é usada para isolar o vocativo.


Exemplo:


Meninas, voltem já!


5. A vírgula é usada para separar termos coordenados assindéticos.


Exemplo:


Aquele líder nos transmitia esperança, confiança, paz.


Contudo, se os termos coordenados estiverem ligados pelas conjunções e, ou, nem, não se usa a vírgula.


Exemplo:


Aquele líder nos transmitia esperança, confiança e paz.


PONTO E VÍRGULA


1. Indica uma pausa maior que a vírgula e menor que a do ponto.


Exemplo:


Um deles, por exemplo, achava-se há oito anos na Europa; três trabalhavam em São Paulo; um era serventuário no Recife; outro, tabelião em comarca do interior.


2. Separa partes de um período das quais uma pelo menos contenha vírgula.


Exemplo:


Mário comprou livro; Paulo, revistas.


3. Separa itens de enunciados enumerativos.


Exemplo:


Solicitamos o material abaixo relacionado:

- papel sulfite;

- caneta azul;

- lápis;

- borracha;

- tinta para carimbo.


4. Separa orações coordenadas assindéticas em que já foram usadas vírgulas, e também orações coordenadas adversativas e conclusivas com a conjunção intercalada.


Exemplo:


Os policiais, naquela noite, surpreenderam os culpados; o delegado, tranquilamente, assistia a tudo na TV.


5. Separa longos períodos que se equivalham em importância.


Exemplo:


Primeiro, tentei me convencer de que não eram verdadeiras as acusações, a boataria e as fofocas; depois, acreditei em tudo e esqueci que aquilo que sentia valia mais do que me diziam os supostos amigos; por último, a solidão.


PONTO


1. Assinala o fim de um período.


Exemplo:


Ela partiu. João saiu de casa cedo, voltou somente por volta de três horas da tarde.


2. Depois de abreviaturas, exceto nos símbolos de unidades de medida e elementos químicos.


Exemplos:


Art. 1º

Sr.


SINAIS DE ENTONAÇÃO


DOIS PONTOS


Emprega-se para enunciar:


1. Citações.


Exemplos:


O documento preconiza: "O Estado tem que ser árbitro".


Diz o mandamento: "Não matarás".


2. Enumeração explicativa.


Exemplo:


A nova legislação foi elaborada com dois objetivos básicos: racionalizar a remuneração e facilitar a renovação de quadros.


3. Esclarecimento, explicação, resumo, consequência.


Exemplos:


Mas há uma outra estratégia: a antecipação de programas a serem lançados pelo governo.


Nossos objetivos eram dois: eliminar os gastos e aumentar a receita.


4. Vocativo inicial de cartas e comunicações, sendo mais comum a vírgula.


Exemplo:


Prezado cliente:


5. Exemplo, nota ou observação.


Exemplo:


Observação: a conjunção e - aditiva - pode aparecer com valor adversativo.


6. Oração apositiva ou aposto.


Exemplo:


Visitamos diferentes lugares: parques, museus, bibliotecas.


Não consigo aceitar uma coisa: você não ir à minha festa de aniversário.


 


PONTO DE INTERROGAÇÃO


1. Em interrogação direta.


Exemplo:


Quem chegou?


2. Seguidos de reticências, indica dúvida.


Exemplo:


Será que conseguirá?...


Em frases interrogativas indiretas, usa-se o ponto final.


Exemplo:


Quero saber se você irá à reunião.


PONTO DE EXCLAMAÇÃO


1. Nas interjeições, frases exclamativas, imperativas e optativas e nos vocativos.


Exemplo:


Não é possível! Oh! Mocidade!


2. Combinado.


Exemplo:


Você!? Você!! Você!!!


RETICÊNCIAS


1. Indicam interrupção de pensamento.


Exemplo:


Já funcionários ganham por produção. Se vierem a ganhar salário fixo, não sei não...


2. Indicam hesitação.


Exemplo:


Não é que eu esteja dizendo que você... bem... como eu posso me expressar?


3. Indicam uma enumeração indefinida.


Exemplo:


Ele fala espanhol, francês, italiano, alemão, russo, holandês...


4. Indicam chamamento:


Exemplo:


Moça... você pode me ajudar?


5. Indicam continuidade.


Exemplo:


As pesquisas continuavam enquanto a epidemia se espalhava...


ASPAS


1. Isolam citações.


Exemplo:


"Sábado iremos ao teatro", disse Ana.


2. Isolam palavras ou expressões estrangeiras, gírias, títulos de obras.


Exemplos:


O "show" começa sábado.

Amanhã "vou estourar a boca do balão" na festa.

O "Jornal do Brasil" noticia fatos importantes.


3. Para realçar ou ironizar:


Exemplos:


Políticos aliam-se para denunciar "interesses escusos".

Veja como ele é "educado", estacionou na garagem.


Observação:


Quando se isola algo dentro de um texto já com aspas duplas ("), usamos as aspas simples (') "...o surgimento da chamada 'arte pop' causou interesse..."


PARÊNTESES


Servem para isolar passagens que fogem da sequência lógica do enunciado. Desta forma são usados para:


1. Circunscrever uma reflexão.


Exemplo:


"Creio que seria capaz (talvez seja presunção) de aguentar com relativa indiferença uma hecatombe." (Paulo Mendes Campos)


2. Inserir um comentário paralelo.


Exemplo:


"O trabalho de lê-las (a caligrafia do amigo é impenetrável), resumi-las..." (Cyro dos Anjos)


3. Encaixar uma definição ou explicação.


Exemplo:


"O governo de Londres congelou os bens públicos e privados da Argentina na Grã-Bretanha (no valor de 1 bilhão e quinhentos milhões de dólares) e enviou para as Ilhas Falkland (Malvinas para os argentinos)... " (Jornal do Brasil)


4. Indicar rubricas em textos teatrais.


Exemplo:


TERESA – Então, quero ver. Mas, depressa, que a irmã pode vir.


GLÓRIA (erguendo a cabeça) – Juro que...


TERESA (retificando) – Juro por Deus...


GLÓRIA – Juro por Deus...


5. Introduzir informações acessórias: ano de nascimento e morte, siglas, referências bibliográficas e possibilidades alternativas de leitura.


Exemplo:


Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil tem mais de 200 milhões de habitantes.


Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) é um dos mais importantes poetas contemporâneos do Brasil.


"O homem nasceu livre, e em toda parte se encontra sob ferros." (Jean-Jacques Rousseau, Do Contrato Social e outros escritos. São Paulo, Cultrix, 1968.)


Qualquer aluno(a) poderá se candidatar ao grêmio estudantil.


COLCHETES


Têm o mesmo uso dos parênteses, mas seu uso se restringe a textos científicos, filosóficos ou didáticos.


Exemplo:


A quantia [R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais)] era demasiadamente alta para ele.


TRAVESSÃO


1. Indica mudança de interlocutor:


Exemplos:


- Quem esteve aqui hoje? 

- Ninguém, meu amor, passei o dia sozinha.


2. Substitui parênteses, dois pontos e vírgula:


Exemplos:


Além disso - concorda comigo o Senador - não podemos.

Os dirigentes de VAN - afirma o jornal - devem ser...


SEMÂNTICA


Semântica é a parte da gramática que trata da significação das palavras. Ela pode ser:


a ) descritiva ou sincrônica: estuda o sentido atual das palavras.


b ) histórica ou diacrônica: estuda a evolução do significado das palavras.


Interessa-nos aqui apenas o estudo sincrônico, que abrange a significação das palavras e as figuras de linguagem.


A significação das palavras leva em consideração:


1. a sinonímia: propriedade de duas ou mais palavras possuírem identidade ou semelhança de significados.


Exemplos:


cara/rosto, quarto / dormitório. Raramente as palavras apresentam sinonímia perfeita.


2. a antonímia: propriedade de duas ou mais palavras terem significados opostos.


Exemplos:


amor/ ódio, dia/ noite, calor/ frio.


3. a homonímia: particularidade de duas ou mais palavras possuírem identidade de sons ou de forma, mas diversidade de significado. Assim, as palavras homônimas podem ser


a) homófonas (iguais na pronúncia e diferentes na escrita): acento / assento, conserto/ concerto;


b) homógrafas (iguais na grafia e diferentes na pronúncia): pode / pôde, olho (substantivo) / olho (verbo);


c) perfeitas (iguais na escrita e na pronúncia): rio (verbo) / rio (substantivo), são (verbo ser) / são (sadio) / são (santo).


4. a paronímia: particularidade de duas palavras apresentarem semelhança na grafia e na pronúncia, mas diversidade de significado.


Exemplos:


despercebido/ desapercebido, eminente / iminente, absolver / absorver.


5. a polissemia trata das palavras que adquirem multiplicidade de sentidos, que se explicam dentro de um contexto. Trata-se realmente de uma única palavra, que abarca grande número de acepções dentro do seu próprio campo semântico. Observe a multiplicidade de sentidos do verbo fabricar nestas frases:


Exemplos:


fabricar balas (manufaturar)

fabricar ninho (construir)

fabricar moeda (cunhar)

fabricar a própria desgraça (maquinar, preparar)

fabricar um ídolo (inventar)


Um outro exemplo, com adjetivo fino:


voz fina (aguda)

lâmina fina (afiada)

livro fino (aquele que não é grosso)

homem fino (educado)

ambiente fino (seleto)

vinho fino (excelente)

fino acabamento (apurado)


As palavras podem apresentar, ainda, um aspecto denotativo e um aspecto conotativo.


A denotação é o uso das palavras no sentido próprio, ou seja, no sentido do dicionário, que chamamos de literal.


Ela é objetiva e precisa. A sua intenção é transmitir uma mensagem que não deixe espaço para outras interpretações.


A linguagem denotativa é a que se manifesta com palavras no sentido denotativo. Assim, é a linguagem usada em bulas de remédios, manuais de instrução, textos científicos, correspondências oficiais, telejornais, jornais, revistas, livros e redações.


Acenda o fogo. 


A conotação é o uso das palavras no sentido figurado.


Ela é subjetiva. A sua intenção é transmitir uma mensagem que deixa espaço para interpretações diferentes, que vão além do sentido que têm no dicionário.


A linguagem conotativa é a que se manifesta com palavras no sentido conotativo. Assim, é a linguagem usada em textos literários (poemas, crônicas, novelas), músicas, mensagens publicitárias, charges, tirinhas, histórias em quadrinhos, piadas e trocadilhos.


Essa prova é fogo!

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