Elias Santana - Gran Cursos (3)

 PONTUAÇÃO




A VÍRGULA




I - Previsão de Perigo




Toda vírgula indica uma pausa, mas nem todas as pausas admitem vírgulas. Assim, mesmo que pareça haver pausa, é necessário cuidado para não pôr vírgula:




1) Entre o sujeito e o verbo e entre o verbo e os seus complementos, que são o predicativo, o objeto direto, o objeto indireto e o agente da passiva, na medida em que existam.




SUJEITO


VERBO


COMPLEMENTO(S)


O desenvolvimento agrícola e industrial que se verifica no Brasil


tem sido


insuficiente para o atendimento das necessidades da população.


Os raios alegres do sol


douravam


as copadas dos pinheirais.


A preparação para o vestibular


exige


dos candidatos esforços redobrados.


O comportamento ético do ser humano


obedece


aos ditames da consciência de cada um.


A reforma agrária e a fixação do homem no campo


vêm sendo obstaculizadas


pela obsoleta estrutura fundiária do país.




A DESORDEM NÃO PROVOCA VIRGULA




A inversão da ordem dessas funções não é motivo para separá-las por vírgula:




"Ouviram do Ipiranga as margens plácidas


(Verbo) (sujeito)


de um novo heróico o brado retumbante."


(objeto direto)


2) Antes do E — a não ser que:


a) ligue orações de sujeitos diferentes:


Surgiram novas e revolucionárias idéias, e o mundo cresceu.


A esposa controla os gastos, e o marido cuida das cobranças.


b) seja repetido (polissíndeto):


As boas idéias se afirmam, e ganham adeptos, e fazem revoluções, e conquistam territórios.


c) tenha valor adversativo (= mas):


Fazia tudo errado, e não se envergonhava disso.




3) Antes do QUE, precedido ou não de preposição — a não ser que:


a) inicie uma oração explicativa ou causal (= porque):


Aproveitemos bem os momentos, que a vida é breve.


Ele passou a dedicar-se ao esporte, que tinha horror ao estudo.


b) inicie uma oração consecutiva (depois de "tão", "tal", "tamanho" ou "tanto"):


Tantas eram as incertezas, que resolveram abandonar o projeto.




A VIRGULA NÃO É ENTRE-VIRGULAS




Entre o sujeito e o verbo, ou entre o verbo e o seu complemento, ou, em tese, em qualquer outro lugar do período, podem-se colocar elementos que devem ser postos entre vírgulas, como se estivessem entre parênteses.


Os pássaros, na madrugada primaveril, entoavam hinos à natureza.


Os pássaros entoavam, na manhã primaveril, hinos à natureza.


Esperamos que, entre a intenção e a ação, não decorra tanto tempo.




CUIDADO PARA NÃO COLOCAR APENAS UMA VIRGULA, O QUE É PIOR DO QUE NÃO COLOCAR NENHUMA.




lI - Entre-Vírgulas




Colocam-se entre vírgulas, ou são isolados por uma vírgula no início ou no fim:




O VOCATIVO (inclusive o vocativo de ofícios e cartas comerciais)




Creio, abnegados alunos, que o esforço de vocês será recompensado.


"Deus te leve a salvo, brioso e altivo barco, por entre as vagas revoltas!"


"Colombo, fecha a porta dos teus mares."


"Levantai-vos, heróis do Novo Mundo."


Prezado Senhor,


O APOSTO




Todos aspiram à felicidade, árvore arreada de dourados pomos.


"O cavalo, grande amigo do homem, é sacrificado nos hipódromos."


Nós, os brasileiros, somos imprevidentes.




3) O ADJUNTO ADVERBIAL ANTEPOSTO OU INTERCALADO




O Brasil, lamentavelmente, enfrenta graves dificuldades.


Sabemos que, entre os participantes, há vários ativistas.


Durante o ano letivo, faremos várias alusões a isso.




Se o adjunto adverbial for curto (apenas um advérbio), a virgulação é facultativa, isto é, depende de se desejar ou não dar-lhe ênfase:




Existiam, ali, muitas flores.


Existiam ali muitas flores.


Hoje, vive-se com medo.


Hoje se vive com medo.




4) A ORAÇÃO ADVERBIAL INTERCALADA OU ANTECIPADA(DESENVOLVIDA OU REDUZIDA):




A nação, para que atinja suas metas, precisa da ajuda de todos.


Embora tenhamos muitos artistas, temos pouca arte.


Terminadas as explicações iniciais, passaremos aos exercícios.


O pobre rapaz, ao saber que fora traído, começou a chorar.




5) TODA PALAVRA OU EXPRESSÃO EXPLICATIVA, CONTINUATIVA, RETIFICADORA, CONCLUSIVA, ENFÁTICA




Esta alteração, por exemplo, poderia ser evitada.


Nós, por outro lado, estamos dispostos a colaborar.


O grupo estava muito descontente, isto é, reclamava em altos brados.


Estávamos, pois, irremediavelmente comprometidos.










A ORAÇÃO ADJETIVA EXPLICATIVA




Os homens, que são mortais, deveriam ser menos materialistas.


A água, que é um líqüido vital, não deve ser poluída.


Neste Estado, onde faz tanto frio e chove tanto, o homem é mais tenaz.




Observação:


No fim - e apenas no fim - das adjetivas restritivas, se forem longas, ou se dois verbos se juntarem, é tolerável uma vírgula:


Os problemas que os grandes centros urbanos da mundo inteiro acumularam ao longo do seu alucinante crescimento, parecem-nos insolúveis.


As soluções que os técnicos apresentam, exigem recursos imensos.




7) O ADJETIVO EXPLICATIVO




Os adjetivos explicativos indicam um estado geral e podem ser antecipados, sem alterar o sentido da frase:


Os vencedores, alegres, deram a volta olímpica.


Alegres, os vencedores deram a volta olímpica.


Felizes, os vencedores subiram ao pódio.


A moça, serena e tranqüila, procurou seu lugar na sala.


Espera-se que ele, inteligente e honesto, combata a corrupção.




Os adjetivos meramente determinativos restringem e não podem ser antecipados:


Os atletas solteiros concentraram um dia antes. (Não faria sentido dizer: Solteiros, os atletas concentraram um dia antes.)




8) AS CONJUNÇÕES ADVERSATIVAS E CONCLUSIVAS DESLOCADAS (Põe-se ponto-e-vírgula onde seria o lugar normal da conjunção.)




Os recursos existem; o homem, porém, não encontra soluções.


Dispomos de potencialidades imensas; conseguiremos, portanto, as soluções.


Estamos em crise; devemos, pois, economizar.




Observação:


As conjunções adversativas (exceto mas) e conclusivas, quando aparecerem em orações que iniciam períodos, igualmente devem ser virguladas:


Entretanto, devemos considerar que o homem é falaz.


Devemos considerar, entretanto, que o homem é falaz.


Portanto, a pena de morte merece o nosso repúdio.


A pena de morte, portanto, merece o nosso repúdio.




9) AS ORAÇÕES INTERCALADAS




Eu venho, disse ele, trazer a paz.


A poesia, explicou o poeta, é a vida metamorfoscada em versos.


Os nossos instintos, e só os inocentes não sabem disto, são os grandes condutores do nosso comportamento.






III - Vírgula Simples




Coloca-se vírgula:




1) ENTRE ELEMENTOS DE MESMA FUNÇÃO, ONDE NÃO HOUVER "E", “OU" ou “NEM"




A verdade, a justiça, a liberdade, a paz, a beleza e a bondade são aspirações dos jovens do mundo inteiro.


"Deixai que o mundo saiba que escolhestes o caminho da verdade, bondade, compaixão, honestidade, amor, perdão e reconciliação."


Trabalhemos com fé, com crença, com convicção.




Observação:


As conjunções "ou" e "nem", quando ligam orações, ou quando vêm repetidas numa enumeração, admitem vírgula:


Ou os homens acabam com as agressões, ou as agressões acabam com eles.


O Ministro não compareceu, nem mandou representante,.


Nem eu, nem tu, nem ela, nem ninguém será inteiramente feliz.




ENTRE AS ORAÇÕES EM GERAL




Faltei ao expediente, pois estava febril.


Lembro-me de ti, quando eu estou nos jardins, porque as flores roubam o teu perfume.


Entrei lentamente, pensando no que deveria dizer àqueles jovens, mas não encontrei palavras que traduzissem minha emoção.




3) PARA INDICAR A SUPRESSÃO DE UM VERBO (ZEUGMA)




Uns conquistam pela simpatia; outros, pela perseverança.


Eu tinha muitos vícios; ela, muitas virtudes.


As árvores fenecem na sombra; os homens, na miséria.




Observe-se que as vírgulas estão, respectivamente, no lugar dos verbos “conquistam”, “tinha” e “fenecem”. Observe-se, ainda, o ponto-e-vírgula entre as duas partes de cada período.




4) ENTRE O NOME DA LOCALIDADE E A DATA




Porto Alegre, 15 de novembro de 1993.


São Paulo, 31-3-64.




5) ENTRE O NOME DE UM LOGRADOURO E O NÚMERO DO PRÉDIO




Rua Dr. Flores, 327.


Av. Carlos Gomes, n.º 467.


Rua M, casa n.º 14.


6) ENTRE O NÚMERO DE UM DOCUMENTO E A DATA




A acentuação gráfica foi simplificada pela Lei n.º 5.765, de 20 de dezembro de 1971.


Em resposta ao seu Ofício n.º 235, de 22 de setembro último, comunicamos que ...




7) DEPOIS DO COMPLEMENTO, QUANDO, ANTEPOSTO, FOR REPETIDO POR UM PRONOME ENFÁTICO (PLEONASMO) E NOS ANACOLUTOS




Aos pobres de espírito, tudo se lhes perdoa; aos espertos, tudo se lhes nega.


O chimarrão, os gaúchos gostam de tomá-lo de madrugada.


A vida, não sei como será sem ele.


Eu, acho que estou passando mal.




O PONTO-E-VIRGULA




Usa-se ponto-e-vírgula:




1) PARA SEPARAR PARTES EQUIVALENTES DE UM PERÍODO, BASTANDO QUE UMA DELAS JÁ CONTENHA VÍRGULA




As águas impulsionam as turbinas; as idéias, as massas.


"Uns trabalhavam, esforçavam-se, exauriram-se; outros folgavam, descuidavam-se, não pensavam no futuro."




2) FACULTATIVAMENTE, NO INÍCIO DAS ORAÇÕES ADVERSATIVAS E CONCLUSIVAS




Tenho a vaga impressão de que tudo está acabado; mas sempre resta uma esperança.


Nosso território possui muitas reservas; logo, sabendo explorá-lo, superaremos as dificuldades.




Observação:


Como já vimos, se as conjunções adversativas ou conclusivas forem deslocadas, o ponto-e-vírgula é obrigatório:


Ele foi muito pressionado; não abandonou, porém, os amigos.


Tenho escassos recursos; não posso, por conseguinte, ajudar-te.




3) PARA SEPARAR OS ITENS DE UMA ENUMERAÇÃO




"Ao funcionário, além do vencimento, serão deferidas as seguintes vantagens:




I - ajuda de custo;


II - diárias;


III - auxílio para diferença de caixa;


IV - abono familiar, nos termos da legislação em vigor;


V - percentagens;


VI - gratificações."




OS DOIS PONTOS




Os dois pontos serão usados:




1) ANTES DAS CITAÇÕES (em geral, depois de "dizer", "responder", "perguntar" ou equivalentes)


E eu vos direi: "Amai para entendê-las!"


Aristóteles respondeu a seus discípulos: "Meus antigos, não há amigos."


2) NAS ENUMERAÇÕES




As enumerações, em geral, vêm depois da frase que as anuncia; mas, às vezes, podem vir antes.


Estes são os meus amigos: os livros, as árvores, os alunos.


Os livros, as árvores, os alunos: eis os meus amigos.










3) ANTES DE UMA EXPLICAÇÃO, UMA SÍNTESE OU UMA CONSEQÜÊNCIA DO QUE FOI DITO, UM EXEMPLO, NOTA OU OBSERVAÇÃO




"Não sou alegre nem sou triste: sou poeta."


"Eu não tenho filosofia: tenho sentimentos.”


"O Ministério da Saúde adverte: fumar é prejudicial à saúde."


Pronomes de tratamento são usados para se referir às pessoas de modo familiar, cerimonioso ou oficial. Exemplos: você, senhor, senhora, senhorita, Vossa Senhoria, Vossa Excelência, etc.


Nota: a conjunção e (aditiva) pode aparecer com valor adversativo.


Observação: o dicionário Houaiss considera válida a forma 'exploda'.




O TRAVESSÃO




I - TRAVESSÃO SIMPLES




Emprega-se:




1) NOS DIÁLOGOS, PARA INDICAR A MUDANÇA DE INTERLOCUTOR, E, FACULTATIVAMENTE, ANTES DE CITAÇÕES DE FALAS DE PERSONAGENS, DEPOIS DE DOIS PONTOS


— Meu nome é Rodrigo Cambará. Como é sua graça ?


— Juvenal Terra.


— Mora aqui no povo ?


— Moro.




E os arcanjos dirão no azul ao vê-la,


Pensando em mim: — "Por que não vieram juntos ?"




2) PARA LIGAR PALAVRAS EM COMBINAÇÕES DESTE TIPO:


Ponte Rio—Niterói


Trajeto Osório—Tramandaí—Torres




3) EM SUBSTITUIÇÃO AOS DOIS PONTOS, COM O FITO DE REALÇAR:


"Só levo uma saudade — é dessas sombras


Que eu sentia velar nas noites minhas..."




II - TRAVESSÃO DUPLO




Emprega-se em lugar das vírgulas, com o objetivo de dar realce a uma intercalação (casos de entre-vírgulas, menos 1, 5 e 8):




"Você há de convir — disse a mãe inesperadamente ofendida — que se trata de uma coisa rara."




"Somente a Ingratidão — esta pantera —


Foi tua companheira inseparável."




"Em cismar — sozinho, à noite — Mais prazer encontro eu lá."



PARÊNTESES




I - A rigor, no texto, os parênteses têm uma aplicação exclusiva: isolam expressões que não encaixam naturalmente na estrutura do período:






"Em outubro de 1930,


Nós fizemos (que animação!)


Um pic-nic com carabinas."




"Mulher proletária — única fábrica


que o operário tem (fábrica filhos)."




A videira tem (curiosa coincidência) longevidade igual à do homem.




2 - Podem substituir as vírgulas ou o travessão duplo nas intercalações:




"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo perdeste o senso."


O bem-estar (no sentido social) refere-se à ausência de frustrações coletivas.



 REDAÇÃO OFICIAL




CORRESPONDÊNCIA OFICIAL – CONCEITOS


PRINCÍPIOS DA REDAÇÃO OFICIAL




CORRESPONDÊNCIA




Além do que você já viu sobre clareza, coe­rência, concisão, os seus textos, para serem bem acei­tos, devem ser expressivos, naturais e objetivos. E não se esqueça de dar sempre um tratamento gentil, edu­cado com quem você está se comunicando.


Então, chegou a hora de tratarmos dos tipos de correspondência com que você vai lidar no seu emprego, que pode ser classificada em três tipos:


. Particular   se entre indivíduos (amigos, familiares, pessoas do convívio social), e pode apresentar diversos graus de formalidade, desde o caráter íntimo até um certo grau de formalismo.




. Empresarial   se trocado entre empresas ou entre estas e pessoas físicas ou jurídicas.




. Oficial   se entre órgãos do serviço público civil ou militar.




Independente do tipo de correspondência que mantenha, você não pode deixar de estar atento ao seu texto, verificando lhe a clareza, a concisão, a coe­rência, a adequação da linguagem e a correção gra­matical, observando, enfim, se ele traduz seu pen­samento, a mensagem que você quer transmitir.


Devido às características de nosso trabalho, iremos priorizar esses dois últimos tipos de corres­pondência, ou seja, a empresarial e a oficial.


Como você deve saber, a compra e a venda de mercadorias, antigamente, eram feitas de maneira direta e individual entre vendedor e comprador, ou mesmo entre produtor e consumidor. Com o progresso, a revolução industrial e o surgimento de novas tecnologias houve uma expansão comercial, e a negociação entre empresas se ampliou e intensificou. Assim, a correspondência em­presarial veio facilitar essas transações a distância.




Por possuir normas fixas de elaboração, as correspondências empresarial e oficial não apresentam grandes dificuldades para quem precisa redigi ias. Existem mesmo alguns modelos impressos prontos para serem preenchidos. É claro, então, que se tratam de re­dações formais, que sequem normas predeterminadas. Alguns aspectos, contudo, podem ser modificados, e as organizações podem inovar, segundo suas necessidades, ou mesmo características particulares.


Você poderá estar se perguntando:




  Se já existem modelos a serem seguidos, o que mais preciso aprender? Para que estudar esse assunto?




Bem, um modelo é uma forma de simplificar, tornar mais objetiva uma tarefa realizada constante­mente. Mas, pense bem, será que os modelos dão conta da diversidade, da multiplicidade, da indivi­dualidade de cada empresa no seu dia a dia? É certo que não. Por isso, nada melhor do que alguém que seja capaz de analisar, discernir, ter iniciativas próprias diante de cada situação particular. Enfim, alguém que vá além do modelo, que tenha estilo próprio, objeti­vidade, conhecimento suficiente para optar pelo tipo mais apropriado e eficiente de correspondência.


Os documentos redigidos por você serão a imagem de sua organização. Assim, a correspondên­cia bem elaborada, além de utilizar linguagem concisa e direta, deverá seguir a estética moderna, mais agradável e facilitadora da leitura.


Atualmente, houve uma modernização gráfica, que visa sobretudo à economia de tempo. É inte­ressante que você saiba que existem três modelos básicos de organização espacial dos elementos que compõem um documento: endentado, bloco e bloco compacto.


Dentre essas formas, a mais utilizada atual­mente é a que seque o modelo de bloco compacto, pois, além de um melhor padrão estético, facilita a leitura.




Você deve estar interessado em conhecer melhor esses modelos de correspondência, não é mesmo? Então, vamos analisá los.




PRONOMES E EXPRESSÕES DE TRATAMENTO




TRATAMENTOS USUAIS




a) Vossa Excelência




Emprega se na correspondência dirigida aos seguintes destinatários:


  Presidente da República (no caso, não se admite a forma abreviada);


  Vice Presidente da República;


  Ministros de Estado;


  Secretário Geral da Presidência da República;


  Consultor Geral da República;


  Chefe do Estado Maior das Forças Armadas;


  Chefe do Gabinete Militar da Presidência da República;


  Chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República;


  Secretários da Presidência da República;


  Procurador Geral da República;


  Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal;


  Chefes de Estado Maior das Três Armas;


  Oficiais Generais das Forças Armadas;


  Embaixadores;


  Secretário Executivo e Secretário Nacional de Ministérios;


  Secretários de Estado dos Governos Estaduais;


  Prefeitos Municipais e Vices;


  Presidente, Vice Presidente e Membros da Câmara dos Deputados e


do Senado Federal;


  Presidente e Membros do Tribunal de Contas da União;


  Presidentes e Membros dos Tribunais de Contas Estaduais;


  Presidentes e Membros das Assembléias Legislativas Estaduais;


  Presidentes das Câmaras Municipais;


  Presidente e Membros do Supremo Tribunal Federal;


  Presidente e Membros do Superior Tribunal de justiça;


  Presidente e Membros do Superior Tribunal Militar;


  Presidente e Membros do Tribunal Superior Eleitoral;


  Presidente e Membros do Tribunal Superior do Trabalho;


  Presidentes e Membros dos Tribunais de Justiça;


  Presidentes e Membros dos Tribunais Regionais Federais;


  Presidentes e Membros dos Tribunais Regionais Eleitorais;


  Presidentes e Membros dos Tribunais Regionais do Trabalho;


  Juízes de Direito, Juízes Federais; Juízes do Trabalho, Juízes Eleito­rais, Juízes Militares e Juízes Auditores Militares;


  Procurador Geral do Estado;


  Membros do Ministério Público (Procuradores da República, Procu­radores do Trabalho, Procuradores da justiça Militar, Promotores da justiça Militar, Procuradores de justiça; Promotores de Justiça,'Promotores de jus­tiça Adjuntos) e da Defensoria Pública (Defensores Públicos).


Nota: Relação baseada no Manual de Redação da Presidência da República


Ao tratamento Vossa Excelência correspondem, em comunicações ce­rimoniosas, no vocativo e no endereçamento, as formas Excelentíssimo e Digníssímo (este último não se usa, por ser a dignidade pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público, sendo desnecessária sua repetição):




Excelentíssimo Senhor Ministro:




A Sua Excelência o Senhor Fulano de Tal, Ministro da Justiça.




Em correspondência não cerimoniosa, é dispensável também a forma Excelentíssímo antes do vocativo:




Senhor Ministro; Senhor Senador; Senhor Juiz; Senhor Deputado; Senhor Governador; Senhor Prefeito.




Nota   Mesmo nas comunicações cerimoniosas, a tendência é restringir a forma Excelentissimo, no vocativo, a comunicações dirigidas a Chefes de Poder (Executivo, Legislativo e Judiciário): Excelentíssimo Senhor Presidente da República; Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional; Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal.




Para juízes, existe o tratamento cerimonioso Merítissimo. Pode ser dispensado facilmente.




(Meritíssimo) Senhor Juiz:










b) Vossa Senhoría




Emprega se na correspondência dirigida a destinatários não contem­plados com tratamento específico e aos particulares em geral. Correspon­dem lhe, em comunicações cerimoniosas, no vocativo e no endereçamento, as formas Ilustríssimo e Mui(to) Digno (ambas, no entanto, perfeitamente dispensáveis, sendo suficiente o uso do tratamento Senhor):




(llustríssimo) Senhor Diretor:




A Sua Senhoria o Senhor Fulano de Tal, (Muito Digno) Diretor do Museu Estadual Júlio de Castilhos.




Senhor Delegado: Ao Senhor Fulano de Tal, Delegado Regional da Receita Federal.




Nota   Excluídos, pois, os Chefes de Poder, que têm o vocativo precedido da forma Excelentíssímo, para as demais autoridades o vocativo consistirá no tratamento Se­nhor seguido do cargo respectivo e vírgula.




d Vossa Magníficência


Emprega se na correspondência dirigida aos Reitores de Universidades e outras instituições de ensino superior. Corresponde lhe, no vocativo de comunicações cerimoniosas, a forma Mag­nífico:




Magnífico Reitor:




A Sua Magnificência o Senhor


Fulano de Tal,


Reitor da Universidade Federal de .....




Atualmente, o tratamento Vossa Magnifícêncía, aplicável a Reitores de Universidades, está sendo, aos poucos, substituído por Vossa Excelência, por ser esta forma cerimoniosa, empolada, difícil de escrever e pronunciar e em desuso por sua abreviatura engraçada e também por não existir mais distanciamento entre a pessoa do reitor e o corpo docente e discente. Neste caso, a invocação pode ser simplesmente Senhor Reitor:




Senhor Reitor:




A Sua Excelência o Senhor


Fulano de Tal,


Reitor da Universidade Federal de .....




d) Vossa Santídade




Emprega se na correspondência dirigida ao Papa e ao Dalai Lama. Corresponde lhe, no


vocativo, a forma Santíssímo (Padre):




Santíssimo Padre:




A Sua Santidade o Papa












e) Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reverendíssima




Emprega se na correspondência dirigida aos Cardeais. Corresponde-lhe, no vocativo de comunicações cerimoniosas, a forma Eminentíssimo ou Eminentissímo e Reverendissímo:




Eminentíssimo Senhor Cardeal: ou Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal:




A Sua Eminência


Dom


Cardeal de ou




A Sua Eminência Reverendíssima


Dom .............................


Cardealde .......................




j) Vossa Excelência Reverendíssíma




Emprega se na correspondência dirigida aos Arcebispos e Bispos. Cor­responde-lhe, no vocativo de comunicações cerimoniosas, a forma Excelen­tíssímo e Reverendíssimo:




Excelentíssimo e Reverendíssimo Senhor Arcebispo:




A Sua Excelência Reverendíssima


Dom ..........................


Arcebispo de ..................




g) Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssíma




Emprega-se na correspondência dirigida aos Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos. Corresponde-lhe, no vocativo de comunicações cerimo­niosas, a forma Reverendíssimo:




Reverendíssimo Monsenhor:




A Sua (Senhoria) Reverendíssima o Monsenhor Fulano de Tal.




h) Vossa Reverência




Emprega-se na correspondência dirigida a sacerdotes, clérigos e demais religiosos. Corresponde-lhe, no vocativo de comunicações cerimoniosas, a forma Reverendo:




Reverendo Padre:




A Sua Reverência o Padre Fulano de Tal.


i) Vossa Majestade


Usado em comunicações dirigidas a imperadores e reis.


j) Vossa Alteza


Usado em comunicações dirigidas a arquiduques, duques e príncipes.


O uso da vírgula é obrigatório no vocativo.




VOSSA (EXCELÊNCIA, ETC.) E SUA (EXCELÊNCIA, ETC.)




a) Emprega-se a forma Vossa (Excelência, Senhoria, etc.) em relação à pessoa com quem se fala, a quem se dirige a correspondência:


Tenho a honra de convidar Vossa Excelência para .....


Comunicamos a Vossa Senhoria que .....


b) Emprega-se Sua (Excelência, Senhoria, etc.) em relação à pessoa de quem se fala:


A placa comemorativa foi descerrada por Sua Excelência o Senhor Governador do Estado.


Em audiência concedida a um grupo de turistas gaúchos, Sua Santi­dade o Papa manifestou o desejo de visitar o Brasil.


OFÍCIO




I - CONCEITO




"Ofícios são comunicações escritas que as autoridades fazem entre si, entre subalternos e superiores, e entre a Administração e particulares, em caráter oficial." (Meirelles, Hely Lopes - apud "Redação Oficial", de Adalberto Kaspary).




A luz desse conceito, deduzimos que:




1) Somente autoridades (de órgãos oficiais) produzem ofícios, e isso para tratar de assuntos oficiais.


2) O ofício pode ser dirigido a:


a - outras autoridades;


b - particulares em geral (pessoas, firmas ou outro tipo de entidade).


3) Entidades particulares (clubes, associações, partidos, congregações, etc.) devem usar outros tipos de correspondência.


4) No universo administrativo, o ofício tem sentido horizontal e vertical ascendente, isto é, vai de um órgão publico a outro, de uma autoridade a outra, mas, dentro de um mesmo órgão, não deve ser usado pelo escalão superior para se comunicar com o escalão inferior (sentido vertical descendente).


5) O papel utilizado é específico e da melhor qualidade.


6) O ofício esta submetido a certas normas estruturais, que são de consenso.




1 - Margens


a) Da esquerda - a 2,5 cm a partir da extremidade esquerda do papel.


b) Da direita - a 1,5 cm da extremidade direita do papel.




Nada pode ultrapassá-la, nem a data, nem o nome do remetente.


Para ser perfeitamente alinhada, é proibido.


* Usar grafismo (tapa-margem);


* afastar sinal de pontuação da palavra;


* deixar espaço de mais de dois toques entre a última e a penúltima palavra;


* espaçar as letras de uma palavra.




2 - Timbre


Brasão (da Republica, estado ou município), em geral centralizado, a 1 cm da extremidade superior da folha, seguido da designação do órgão.




3 - Numeração


A dois espaços-padrão da designação do órgão.




O espaço-padrão interlinear do oficio e de 1,5 ou 2, conforme a marca da maquina.


Consiste em: Of. Nº ..., ou Of. Circ. Nº .... seguido do numero e, se for conveniente, sigla(s) do órgão expedidor.




No caso dos ofícios-circulares que não tenham uma numeração especifica, a palavra "circular" deve ser posta entre parênteses depois do número.




4 - localidade e Data


Coloca-se na mesma linha do número, desde que haja espaço suficiente, procurando fazer coincidir o seu fim com a margem da direita.




Cuidados especiais com a data:




Não se devem abreviar partes do nome da localidade que também não deve ser seguida da sigla do estado.




* O nome do mês não se grafa com letra maiúscula.


* Entre o milhar e a centena do ano não vai ponto nem espaço.


* Põe-se o ponto após o ano.




ERRADO - P.Alegre/RS, 18 de Junho de 1.985


CERTO - Porto Alegre, 18 de junho de 1985.




5 - Vocativo


Inicia a três espaços-padrão abaixo da data e a 2,5cm da margem esquerda.




Consiste simplesmente da expressão "Senhor(es)" seguido de cargo ou função do destinatário: Senhor Governador, Senhores Deputados, Senhor Gerente, Senhor Diretor-Geral, Senhor Chefe, etc.




Não há unanimidade quanto à pontuação do vocativo; pode-se usar vírgula, ponto ou dois pontos.




6 - Introdução


Praticamente inexiste. Vai-se direto ao que interessa: "Comunicamos...", "Solicitamos...", "Encaminhamos..." etc.




7 - Texto


Consiste na exposição, de forma objetiva e polida, do assunto, fazendo-se os parágrafos necessários. Estes podem ser numerados a partir do segundo.


8 - Fecho


Modernamente, usam-se apenas "Atenciosamente" (para autoridades de mesma hierarquia ou hierarquia inferior) ou "Respeitosamente" (para autoridades superiores), seguidos de vírgula. O alinhamento e o do parágrafo, ou coloca-se acima da assinatura. Não se numera. Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios, disciplinados no Manual de Redação Oficial e Diplomática do Ministério das Relações Exteriores.




9 - Signatário


Nome e cargo do remetente, encimados pela assinatura, sem traço, a direita do papel. Documento emitido pelo Presidente da República não apresenta identificação.




10 - Destinatário


Ocupando 2, 3 ou 4 linhas, seu final deve coincidir com a extremidade inferior do papel.




Ex.: A Sua Excelência o Senhor


Dr. Fulano de Tal,


DD. Governador do Estado do Rio Grande do Sul PORTO ALEGRE (RS)


Nos ofícios corriqueiros, dispensa-se o nome do destinatário.




Ex.: Ao Senhor Diretor do Colégio X PORTO ALEGRE (RS)




Importante: Caso o ofício ocupe mais de uma folha, o que acontece quando, em media, não cabe em 17 linhas, o destinatário permanece na primeira folha, indo para a ultima apenas o signatário.




Observação: Podem ainda constar no oficio o numero de anexos e as iniciais do redator e datilógrafo. (Veja-se o esquema.)




MEMORANDO




Memº nº ................... Porto Alegre, .... de .... de ....




Do:............................


Ao:............................


Assunto: Apresentação de funcionário.




Senhor ..................................




Apresento a V. Sª o Sr. Fulano de Tal, Escriturário, nível ......, designado pela Portaria nº ......, de ...... de ............... de .........., do Secretário da para servir nesse Departamento, a partir esta data.




Saudações.




Fulano de Tal,


Chefe do ............




Memº nº................... Local e data .....................


Para o Sr......................


Assunto: Solicita informação.




Solicitamos informar, com a possível urgência, a data em que assumiu suas funções, nesse Instituto, o Escrevente-Datilógrafo ........................ lotado nesta Diretoria.




Atenciosamente,




Fulano de Tal,


Chefe da.......................




Memº nº ............ Porto Alegre, ...... de ............. de .....




Senhor Professor:


Encaminhamos a V S", em anexo, cópia da Portaria nº ..... de que o designou para elaborar e corrigir as provas de Português e Redação Oficial do Concurso Público para o cargo de Oficial de Administração, a ser realizado por este Departamento.


Atenciosamente,




Fulano de Tal,


Diretor.




Ao Senhor Professor Fulano de Tal - N/C.




REQUERIMENTO




I - CONCEITO




É a correspondência através da qual um particular requer a uma autoridade pública algo a que tem ou julga ter direito.


Portanto, não utiliza papel oficial e não tolera bajulação.




1 - Margens


As mesmas do ofício.




2 - Vocativo


Coloca-se ao alto da folha, a partir da margem esquerda, não podendo ultrapassar os 2/3 da linha, caso em que deve ser harmoniosamente dividido. A localidade só deve constar, se a autoridade destinatária não estiver na da origem. Jamais se põe o nome da autoridade.




Exemplo:




Ilustríssimo Senhor Superintendente Regional do Departamento de Policia Federal PORTO ALEGRE (RS)




3 - Texto


Inicia com o nome completo do requerente (sem o pronome "eu"), a 2,5cm da margem, em destaque.




Quanto aos demais dados de identificação, que se põem em continuação ao nome, tais como nacionalidade, estado civil, filiação, lotação, endereço, números de telefone e documentos etc. , somente cabem aqueles que sejam estritamente necessários ao processamento do pedido.




Dependendo da circunstancia, e importante enumerar os motivos, dar a fundamentação legal e/ou prestar esclarecimentos oportunos.


Redige-se na terceira pessoa.




4 - Fecho


Põe-se abaixo do texto, no alinhamento do parágrafo.




Consiste numa destas expressões:




Nestes termos,


pede deferimento.


...............


Pede deferimento.


..............


Espera deferimento.


................


Aguarda deferimento.


................


Termos em que pede deferimento.




Qualquer uma pode ser abreviada com as iniciais maiúsculas, seguidas de ponto: P. D., A. D. etc.




5 - Local e data


Também no alinhamento do parágrafo. (Ver observações no ofício.)




6 - Assinatura


A direita da folha, sem traço e sem nome, se este for o mesmo do inicio.




III - MODELOS (Extraídos do livro "Redação Oficial", de Adalberto J. Kaspary)




Senhor Diretor do Colégio Estadual Machado de Assis:




FULANO DE TAL, aluno deste colégio, cursando a primeira série do segundo grau, turma D, turno da manhã, requer a Vossa Senhoria o cancelamento de sua matrícula, visto que fará um estágio profissional de três meses no Estado de São Paulo, a partir do dia 22 do corrente.




Termos em que pede deferimento.


Porto Alegre, 12 de maio de 1974.


Fulano de Tal




Senhor Diretor de Pessoal


da Superintendência dos Transportes do Estado do RS:




FULANO DE TAL, funcionário público estadual, ocupante do cargo de Auxiliar de Administração, lotado e em exercício no Gabinete de .Orçamento e Finanças, da Secretaria da Fazenda, matricula nº 110.287, no Tesouro do Estado, requer a Vossa Senhoria que lhe seja expedida certidão de seu tempo de serviço nessa Superintendência, a fim de anexá-la ao seu processo de Iicença-prêmio, já em andamento na Secretaria da Administração.




Espera deferimento.




Porto Alegre, 14 de março de 1975.




Fulano de Tal




Excelentíssimo Senhor Secretario da Administração do Governo do Estado do Rio Grande do Sul:




FULANO DE TAL, brasileiro, solteiro, com 26 anos, filho de.................... e de................ natural, de Gramado, neste Estado, residente e domiciliado nesta Capital, na Avenida João Pessoa, 582 - ap. 209, requer a Vossa Excelência inscrição no Concurso Público para o Cargo de Oficial Administrativo a ser realizado por essa Secretaria, conforme edita] divulgado no Diário Oficial de 14 do corrente, para o que anexa os documentos exigidos na citada publicação.




Nestes termos,


pede deferimento.




Porto Alegre, 24 de maio de 1974.




Fulano de Tal




RELATÓRIO




Senhor Diretor Geral




Encaminhamos a esta Diretoria Geral o presente relatório das averiguações efetuadas em nosso departamento com a finalidade de verificar irregularidades ocorridas no período de 01 de janeiro à 31 de dezembro de 2000.


Comunicamos a Vossa Senhoria que após as averiguações efetuadas constatamos o seguinte:




1) As compras efetuadas através de terceiros não apresentavam valores a maior;


2) As notas recebidas de fornecedores não conferem com as faturas pagas;


3) As mercadorias constantes nas notas foram entregues regularmente ;


4) Os pagamentos foram efetuados de acordo com as faturas apresentadas;


5) Após comparação entre as notas e as faturas verificou-se uma diferença de R$ 5.000,00;


6) Questionamos junto ao fornecedor para repor mercadorias referente a diferença apresentada.




Junto a este relatório encaminhamos a Vossa Senhoria cópia de toda a documentação necessária a sua apreciação.




Sem mais no momento.


Aguardamos seu despacho.






Fulano de Tal,


Chefe de Serviço.




PARECER



Processo nº ...........


Parecer nº ............




Lei nº 4.769-65. Interpretação. Os Conselhos Federal e Regionais dos Técnicos de Administração constituem uma única autarquia. O acervo decorrente da atuação da Junta Executiva e suas representantes administrativas se transfere ao Conselho Federal.




A Lei nº 4.769, de 9 de setembro de 1965, dispondo sobre o exercício da profissão de Técnico de Administração, criou os Conselhos Regionais e o Federal, sob a forma autárquica. Ademais, até que eles se formassem, determinou fosse constituída uma junta Executiva, através de decreto presidencial, para promover as medidas preparatórias necessárias à implantação do sistema. Essa Junta extinguir-se-ia com a formação do Conselho Federal, que lhe absorveria o acervo.


2. Com efeito, pelo Decreto nº 58.670, de 20 de junho de 1966, criou-se a citada junta Executiva, que, através da Resolução nº 4, se permitiu designar Juntas Administrativas para a organização dos Conselhos Regionais e, até que esses se formassem, representá-la no encaminhamento das medidas necessárias à fiscalização do exercício da profissão e ao registro dos Técnicos de Administração, na área de sua jurisdição.


3. Criados os Conselhos, suscitaram-se dúvidas sobre se cada um de per si constitui um ente autárquico, ou se a autarquia, no caso, compreende o Conselho Federal e os Regionais. Ainda sobre se os recursos antes arrecadados pelas Juntas Administrativas devam integrar o acervo da junta Executiva a ser absorvido pelo Conselho Federal, ou se se constituem em recursos dos Conselhos Regionais respectivos.


4. A clareza do texto legal, data vênia, não permite discussão. Os Conselhos foram criados - di-lo o art. 6º da citada Lei nº 4.769 - "constituindo em seu conjunto uma autarquia". Vale dizer, na espécie, a autarquia é um todo integrado pelos Conselhos Regionais e Federal.


5. Por igual, para promover os atos preparatórios à implantação do sistema, a lei determinou se constituísse uma junta Executiva. Até a criação dos Conselhos, portanto, o que existia era essa junta. As juntas Administrativas eram meras representantes, instrumentos de que se valia a Junta Executiva para tomar as medidas regionais necessárias ao fiel cumprimento de suas tarefas. O acervo decorrente da atuação da Executiva, nela compreendida, evidentemente, a de suas representantes administrativas, constitui todo ele o acervo de que trata o art. 19, § 2º. da Lei nº 4.769, tantas vezes citada, ou seja, o que deve ser absorvido pelo Conselho Federal.


Assim sendo, não há como pretender-se possa a arrecadação das juntas Administrativas em referência transferir-se aos Conselhos Regionais. A tanto, não permite a lei.


Sob censura.




Brasília, 16 de junho de 1970.




Fulano de Tal,


Consultor-Geral da República.




(Normas sobre Correspondência, Comunicação e Atos Oficiais - MEC)




Nota - A expressão sob censura, no final do parecer acima, indica que a matéria está sujeita à crítica ou aprovação de outrem. Às vezes aparece sob a forma latina: "sub censura".



 FUNÇÕES DA LINGUAGEM




Leitura


O desenvolvimento humano e o avanço das civilizações dependem do progresso alcançado em suas atividades, a descoberta do fogo, a divisão do trabalho, as máquinas, as tecnologias; mas, acima de tudo, da evolução dos meios de receber comunicação e de se comunicar, de registrar o conhecimento e do desenvolvimento da escrita e fonética. O homem necessita comunicar para progredir, quanto mais avançada for a capacidade de comunicação de um conjunto de indivíduos mais rápida será a sua progressão. A capacidade de comunicação de um conjunto de indivíduos (uma tribo, um país, etc), é decorrente da sua cultura, portanto a comunicação e a cultura estão interligadas e uma impulsiona a outra.


O homem criou além do mundo natural um mundo artificial. Essa segunda natureza criada pelo homem recebe o nome de cultura.


Cultura é todo fazer humano que pode ser transmitido de geração a geração.


A linguagem é, portanto, um elemento da cultura de um povo.


Funções da Linguagem


Função Referencial ou Informativa - é aquela que traduz a realidade exterior ao emissor. Ex.: os livros didáticos, documentos oficiais, artigos científicos, correspondências comerciais, bulas de remédios, receitas, manuais de instruções, revistas, jornais, telejornais e redações usam esse tipo de linguagem, pois relatam fatos verdadeiros.


Função Emotiva ou Expressiva - é aquela que traduz opiniões ou emoções do emissor. Essa linguagem se caracteriza quando alguém expressa sua opinião sobre determinado assunto, muito usada em poemas, letras de música, cartas pessoais, cordéis, novelas, textos líricos, memórias, depoimentos, biografias, entrevistas, críticas de cinema e teatro. Ex.: "Eu acho que aquele rapaz não está passando bem, parece que está com febre".


Função Fática - é aquela que tem por objetivo prolongar o contato com o receptor ou iniciar uma conversa, caracteriza-se pela interação entre falantes e pelo conjunto de estratégias construídas para começar e terminar uma conversa, muito usada em cumprimentos, saudações, despedidas, conversas telefônicas e vinhetas. Ex.: "O que você acha dos políticos? - Olha, no meu ponto de vista, sabe, eu acho que,...bem...como eu estava dizendo, os políticos, sabe como é né? É isso aí".


Função Conativa, Apelativa ou Imperativa - é aquela que tem por objetivo influir no comportamento do receptor, por meio de um apelo ou ordem. As propagandas veiculadas na televisão, livros de autoajuda e horóscopo, palestras, pregações, sermões, discursos políticos, campanhas eleitorais, preces e orações são um bom exemplo desse tipo de linguagem. Ex.: "Compre o sabão espumante, que borbulha melhor do que qualquer outro!".


São características dessa função: verbos no imperativo, presença de vocativos; pronomes de segunda pessoa.


Função Metalingüística - é aquela que utiliza o código para explicar o próprio código. Um bom exemplo dessa função são os dicionários e as gramáticas e os programas de televisão que falam sobre a própria televisão.


Função Poética ou Estética - é aquela que enfatiza a elaboração da mensagem de modo a ressaltar o seu significado. Ao utilizar essa função o autor se preocupa com rimas e comparações bem escolhidas, dando importância fundamental à maneira de estruturar a mensagem. Embora seja mais comum em textos literários, essa função pode aparecer em conversas cotidianas, reportagens, notícias, histórias em quadrinhos, trocadilhos, piadas, letras de música e propagandas.


Significante e Significado


A lingüística, além da parte sonora, está carregada de um significado, uma idéia. Portanto, o signo lingüístico constitui-se de duas partes: o Significante que é o lado material (os sons da língua falada ou as letras na língua escrita), e o Significado que é o lado imaterial, ou seja, a idéia que é transmitida pelos fonemas (sons ou pelas letras).


a) "Comprei um geladeira nova!"


b) "Minha namorada está uma geladeira comigo!"


Note que o mesmo signo (geladeira) tem dois significados diferentes dependendo do contexto em que aparece, na frase a, geladeira significa um móvel destinado a manter seu interior em baixa temperatura, na frase b, geladeira pode significar frieza, desprezo, ausência de sentimentos. Deduzimos então, que o significante geladeira tem mais de um significado. No caso a, o signo está empregado em sentido denotativo.


Denotação - consiste em utilizar o signo no seu sentido próprio e único, que consta no dicionário, não permite outra interpretação.


No caso b, a palavra está empregada em sentido conotativo, porque ao signo foi atribuído um novo significado.


Conotação - consiste em dar novos significados ao valor denotativo do signo. O valor denotativo ou conotativo do signo depende do contexto em que este signo se encontra. Ex1: João da Silva é negro. Ex2: Seu futuro será negro.


denotação - D de dicionário (sentido literal)

conotação - C de contexto (sentido figurado)


Sinonímia - Propriedade de duas ou mais formas lingüísticas apresentarem o mesmo significado:


Exemplos: coragem/destemor; ligeiro/lépido/rápido/veloz; tolo/bobo


Obs.: Não existe sinonímia perfeita, já que dificilmente um vocábulo substitui outro com perfeita equivalência de sentido. Quando dizemos que, alguém apresentou uma dúvida tola, não corresponde ao mesmo que dizer que, alguém apresentou uma dúvida boba. A palavra boba neste caso teria uma conotação mais vulgar.


 


Polissemia - Propriedade que uma mesma palavra tem de assumir vários significados dependendo do contexto em que ela ocorre. veja os exemplos que seguem:


 


Não dá para comparar água com vinho. (ser possível)


Quem dá aos pobres, empresta a Deus. (fazer doação de algo)


Dá pena de ver o estado daquele homem. (provocar)


Deu com a cara na porta. (bater)


Ela deu uma boa explicação. (apresentar)




NÍVEIS DE LINGUAGEM




Em português, temos vários níveis de linguagem, várias formas de dizer a mesma mensagem, uma vez que não falamos sempre do mesmo jeito. Para nos comunicarmos melhor e adequadamente, temos de levar em consideração alguns elementos que garantem a eficiência de nossa mensagem.




Exemplificando: se você conversa com um colega, um amigo, você fala de um modo. Usa uma linguagem. Se esse mesmo assunto for falado com uma autoridade, seu jeito de se comunicar será diferente. E mais, se esse mesmo conteúdo for dirigido a uma criança pequena, também você terá de mudar sua forma de comunicação.




Portanto, você teve de usar níveis de linguagem diferenciados para cada destinatário de sua mensagem.




Para efeitos didáticos, vamos considerar apenas dois níveis de linguagem, embora existam outros:


· o informal ou coloquial, usado mais comumente em conversas entre amigos, conhecidos mais íntimos;


· o formal ou culto, usado em situações de maior cerimônia, quando devem ser observadas as normas gramaticais.




Exemplos:




a) Aquela ali é uma perua. (nível informal ou coloquial)




b) Aquela senhora está muito enfeitada. (nível formal ou culto)




c) Houve uma grande confusão no colégio e muitos brigaram. (nível formal)




d) Aconteceu um rebu na escola e o pau quebrou. (nível informal)




Leia os dois textos apresentados a seguir:




São Paulo, 5 de setembro de 2003.






Querida Mônica,




Tô morrendo de saudade, mas ainda não será desta vez que vou conhecer seu novo refúgio. Não pude deixar o trabalho, pois meu chefe saiu de férias, e sobrou para mim. Aliás, com sempre, né? Para não lhe dar o cano por completo, estou mandando no meu lugar minha grande amiga Marli, que você não conhece, mas que vai adorar, com certeza. Ela é muito legal: bom papo, bem humorada, educada e culta. Excelente companhia. Tenho certeza de que vocês vão curtir muito essas férias juntas. O único risco é você daqui pra frente convidar só a Marli e não me convidar mais...


Um beijão,


Patrícia
























São Paulo, 5 de setembro de 2003





Faculdades Unidas de Jardinópolis


Departamento de Ciências Exatas


Coordenadoria de Pós-graduação








Prezada Coordenadora,





Apresento-lhe Marli de Azevedo, que desenvolveu sua pesquisa de Mestrado sob minha orientação.


Motivos de ordem pessoal a conduziram a optar por residir no interior do estado, razão pela qual, decidiu realizar seu doutoramento também do interior.





Trata-se de pesquisadora muito competente, responsável e séria, o que me deixa tranqüilo para indicá-la à vaga de orientanda para doutoramento que a senhora oferece.





Seu currículo lhe permitirá avaliar a magnitude de sua capacidade. Se julgar necessário, coloco-me à disposição para quaisquer esclarecimentos.








Atenciosamente,





_________________________


Prof. Dr.Ricardo Albuquerque.


Coordenador de Pós-Graduação


Universidade Estadual da Capital








Podemos perceber durante a leitura que os dois textos tratam do mesmo tema: apresentam uma pessoa.


Entretanto, o primeiro é uma carta escrita por uma jovem dirigida a sua amiga; e o segundo, uma carta de recomendação enviada pelo coordenador de pós-graduação de uma instituição à coordenadora de outra instituição, indicando uma candidata à vaga de orientanda.





A diversidade de interlocutores e de situações de comunicação determina diferenças no uso da linguagem de cada texto.





Vamos fazer um levantamento das diferenças de linguagem que encontramos entre os textos e preencha o quadro abaixo:





Carta para a amiga


Carta de apresentação para a coordenadora

























































Essas diferenças de situação envolvendo o tema, a forma de comunicação e os interlocutores são chamadas de registro e elas determinam diferentes níveis de linguagem: mais formal, menos formal; mais distante, menos distante.




Nós também escolhemos níveis de linguagem diferentes conforme as situações de comunicação em que nos encontramos. Assim é que não usaremos em uma carta para a namorada, por exemplo, o mesmo tipo de linguagem que utilizamos para redigir um requerimento à diretoria da Faculdade.




É importante estarmos conscientes da necessidade de adequação da linguagem às situações de interação e, especificamente, da importância da utilização de uma linguagem formal nos textos acadêmicos.




Não há dúvidas de que possuímos um conhecimento intuitivo a esse respeito, mas, muitas vezes, nos esquecemos dele e acabamos por produzir textos recheados de marcas de oralidade, o que pode prejudicar a avaliação de nossos trabalhos.




Por isso, é muito importante que compreendamos o que se entende por registro, para podermos identificá-lo em situações concretas e fazer uso dele, adequando nossa linguagem às situações, principalmente na vida acadêmica.




Precisamos levar em conta:


O leitor a quem nossos textos de dirigem, ou seja, nosso interlocutor na interação verbal;


o assunto sobre o qual versa o texto;


e o papel desempenhado pela língua.




Essa distinção permite diferenciar linguagem informal de linguagem formal.






LINGUAGEM INFORMAL (coloquial ou popular)


LINGUAGEM FORMAL (culta ou padrão)

Poder igual


Hierarquia de poder diferente


Contato freqüente


Contato raro


Grande envolvimento afetivo


Pouco envolvimento afetivo


Léxico coloquial (abreviações e gírias)


Léxico formal (formas não abreviadas, com uma única exceção: etc., e não emprego de gírias, exceto na reprodução de falas ou em entrevistas)


Emprego de apelidos e diminutivos


Emprego de títulos


Expressões de afeto e despreocupação com a polidez


Expressões de deferência e preocupação com a polidez


Uso de expressões que indicam opinião


Uso de expressões que indicam sugestão






Devemos ficar atentos para não utilizar, na redação de nossos textos na universidade ou na empresa, elementos próprios da linguagem informal e, portanto, inadequados à linguagem acadêmica ou empresarial.

PRINCIPAIS PROBLEMAS DA REDAÇÃO EMPRESARIAL




Na empresa, a escrita é coletiva, e não individual, isto é, você não escreve em seu próprio nome, mas em nome da empresa para a qual trabalha. Por isso, deve pensar não em "eu", mas em "nós", a empresa.




Mesmo na comunicação interna, você deve considerar que se trata da empresa interagindo verbalmente com seus funcionários.




Apenas alguns relatórios ou notas serão assinados por você correspondendo a um compromisso pessoal, mas a maioria dos documentos diz respeito à empresa e exigem que você respeite os posicionamentos de sua empresa diante dos fatos relativos à correspondência, porque você está transmitindo uma mensagem no lugar de outrem, sua empresa.




Isso exige de você um esforço duplo: ao mesmo tempo em que você precisa apropriar-se da mensagem, colocando-se no lugar do locutor real, você não pode se esquecer do interlocutor, da outra empresa, preocupando-se com o modo como ela pensa, a forma como ela vai reagir ao conteúdo do texto produzido por você e enviado por sua empresa.




É preciso lembrar ainda que o texto empresarial não reflete apenas o trabalho de quem o redigiu, ele reflete toda a empresa.




É por isso que uma carta mal escrita, rasurada, mal formatada, sem clareza nem correção, por exemplo, representa uma empresa pouco confiável.




Daí a importância de você se preocupar com a clareza, concisão e correção ao redigir em nome de sua empresa, a fim de evitar uma imagem negativa de sua empresa.


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